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indústria

- Publicada em 08 de Maio de 2020 às 03:00

Atividade industrial tem queda recorde no Estado

Expectativas no curto prazo são desanimadoras, segundo a Fiergs

Expectativas no curto prazo são desanimadoras, segundo a Fiergs


CLAITON DORNELLES/arquivo/JC
Após registrar alta em janeiro e fevereiro, o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nesta quinta-feira pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), teve uma queda recorde de 10,2% em março, feitos os ajustes sazonais. Consequência da pandemia do novo coronavírus, que provocou uma crise na atividade industrial gaúcha.
Após registrar alta em janeiro e fevereiro, o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nesta quinta-feira pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), teve uma queda recorde de 10,2% em março, feitos os ajustes sazonais. Consequência da pandemia do novo coronavírus, que provocou uma crise na atividade industrial gaúcha.
"Os resultados mostram que os custos econômicos para conter a disseminação da pandemia, ainda que de forma parcial, levaram a indústria a um declínio em velocidade e profundidade sem precedentes. E isso é preocupante. Com a demanda muito fraca e os impactos das restrições em toda sua extensão, a queda deve se intensificar em abril e novos recordes negativos devem ser observados", afirmou o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.
Ele ressaltou que as expectativas para o setor são pouco animadoras no curto prazo e a recuperação deverá ser lenta e gradual, tornando inevitável um novo declínio em 2020. O resultado do IDI-RS de março supera os -8,7% de maio de 2018 (greve dos caminhoneiros) e os -9,3% de novembro de 2008 (a crise financeira internacional) e leva o nível do índice do mês ao seu mínimo histórico.
Na análise por setor, o recuo da atividade no primeiro trimestre ocorreu na maioria das atividades analisadas, com variação negativa em 10 das 17 abrangidas pela pesquisa. Máquinas e equipamentos (-10,7%) e Veículos automotores (-4,1%) foram os setores com os maiores impactos negativos para o resultado. Tabaco (-22,1%), Químicos e refino de petróleo (-1,8%) e Couros e calçados (-1,5%) também influenciaram negativamente.
Em sentido contrário, Alimentos (5,1%), Produtos de metal (3,5%), Borracha e plásticos (2,5%) e Bebidas (1,5%) trouxeram as maiores contribuições positivas.

Abimaq projeta que desempenho de abril será ainda pior

O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos da regional Rio Grande do Sul (Abimaq-RS), Hernane Cauduro, confirma que o setor foi muito impactado pela pandemia de coronavírus devido ao cancelamento e postergação dos investimentos que estavam em andamento dentro da carteira de pedidos feitos para as empresas do segmento.
Além de lamentar o resultado do mês de março, o dirigente adianta que o desempenho de abril deverá ser ainda pior. Ele explica que o reflexo do coronavírus começou a ser mais percebido dentro do setor de máquinas e equipamentos na segunda quinzena de março, ou seja, em abril os efeitos abrangerão o mês inteiro.
Cauduro diz que existe a expectativa de que no segundo semestre, com a pandemia enfraquecendo, os projetos suspensos sejam retomados, acarretando uma pequena melhora para as companhias de máquinas e equipamentos.
Entre as ações que poderiam mitigar os impactos atuais do vírus na economia, o vice-presidente da Abimaq-RS cita uma maior preocupação com o conteúdo local. Uma proposta nesse sentido foi encaminhada pela associação ao governador Eduardo Leite e ao presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo (PP). Cauduro detalha que a ideia é criar algum tipo de incentivo para quando as empresas adquirirem produtos industriais no Rio Grande do Sul.
"Sugerimos um bônus no ICMS quando a compra for local", reforça. Outra medida seria fazer um decreto que determinasse que gastos de estatais ou do governo gaúcho com serviços e materiais dessem prioridade para companhias gaúchas. Cauduro defende também que as empresas que possuem créditos de ICMS possam aproveitar mais facilmente esse benefício em ações como a compra de matéria-prima dentro do Estado. O vice-presidente da Abimaq-RS adverte que é necessário pensar soluções para o momento posterior à pandemia, pois haverá um sério problema de desemprego.
Apesar do coronavírus ter sido severo com o setor de máquinas e equipamentos como um todo, nem todas as companhias do segmento sofreram reveses. O diretor-executivo da Coester, Marcus Coester, informa que a empresa, que produz equipamentos para a área de infraestrutura, como atuadores, redutores, conectores e controladores, passou os últimos meses com relativa normalidade. "A surpresa é que não teve surpresa, mas não tem como avaliar se é uma perspectiva para o ano, longe disso", frisa o executivo.
O vice-presidente da Abimaq-RS, Hernane Cauduro, argumenta que a Coester, como fornece componentes e partes para automação, sendo muito focada na parte de manutenção, algo que continua a ser demandado por companhias como, por exemplo, a Petrobras, sofreu menos impacto.
 

GM tem produção paralisada desde março

Em nota, a assessoria de imprensa da General Motors (GM) informa que a empresa vem tomando medidas que visam proteger a saúde dos colaboradores em meio à pandemia de coronavírus, ao mesmo tempo em que busca alternativas para garantir o futuro do negócio.
Neste sentido, foram implementadas medidas como banco de horas, férias coletivas, planos de redução de custos e, inclusive, adiamento de investimentos. Todas as fábricas da GM no Brasil estão com produção paralisada desde a última semana de março. A companhia acordou com os sindicatos dos trabalhadores outras medidas, que incluem layoff (suspensão de contrato de trabalho) e diminuição de jornada, ambas com impacto de redução salarial.
De acordo com a GM, o pacote foi aprovado pela ampla maioria dos empregados de todas as operações do grupo no Brasil em Gravataí, São Caetano do Sul, São José dos Campos, Joinville, Sorocaba, Indaiatuba e Mogi das Cruzes em assembleia digital promovida pelos sindicatos dos metalúrgicos.
Entre as ações tomadas está a estipulação de um programa de redução de jornada e salário para empregados que seguem trabalhando em home office, inclusive o presidente da companhia e toda a liderança em diferentes percentuais. Para funcionários até nível de gerência, foi estabelecido uma hora de redução na jornada diária com 12,5% de diminuição no salário.
Para executivos de nível de diretoria e acima, o impacto é de 25% de corte no salário. O programa de layoff engloba a maior parte dos empregados horistas e mensalistas de todas as área e níveis do Brasil com redução salarial entre 5% e 25% do salário de acordo com faixa salarial.
Essas medidas, conforme informou a General Motors, terão duração inicial de dois meses (a contar de 13 de abril) com possibilidade de extensão, podendo ser canceladas em caso de retorno da demanda do mercado a uma situação de normalidade.