Petróleo fecha em forte alta com otimismo sobre retomada de atividade econômica

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira (5), impulsionados pelo otimismo em torno da reabertura de alguns negócios na Europa, Estados Unidos e China. O relaxamento de políticas de isolamento social pela Covid-19, principalmente na Europa e em estados americanos, trouxe esperanças sobre o aumento da demanda por combustível, com algumas regiões retomado deslocamentos e produção.

O petróleo WTI para junho fechou em alta de 20,45%, a US$ 24,56 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para julho registrou ganho de 13,86%, a US$ 30,97 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Ao mesmo tempo em que Alemanha, Itália e Espanha começam a reabrir suas economias, o estado americano da Califórnia - um dos primeiros a decretar quarentena - autorizou que lojas de roupa e livrarias retomem atividades com algumas restrições, a partir de sexta-feira (8). O presidente americano, Donald Trump, afirmou no fim da manhã desta terça que seu governo vai reconstruir a maior economia do mundo "de maneira rápida" e tuítou mais cedo que o petróleo estava reagindo à reabertura dos negócios.

"Discussões sobre cortes na oferta e reabertura de economias estão ajudando no sentimento", avaliou o BBH, em relatório enviado a clientes ainda pela manhã (horário de Brasília) sobre o movimento de alta. O analista Eugen Weinberg, do Commerzbank, ironizou, dizendo que o "mercado de petróleo é tudo menos chato".

Apesar das incertezas, Weinberg avalia que o aparentemente baixo preço do petróleo WTI está atraindo investidores. "No entanto, a queda do interesse aberto nos contratos de junho nas últimas duas semanas sugere que os especuladores compraram principalmente contratos a prazo com uma data de vencimento posterior".

O analista do banco alemão também diz que cortes na produção, como no xisto dos EUA, podem ajudar os preços, mas "não está claro no momento se os outros produtores não pertencentes à Opep (Organização dos países Exportadores de Petróleo) também seguirão o exemplo, e cita o Brasil. "A empresa estatal de petróleo brasileira, que havia aumentado a perspectiva de redução da produção em 200 mil barris por dia, agora registrou exportações recordes em abril, de 1 milhão de barris por dia, excedendo até o recorde anterior de 771 mil bpd", conclui, falando da Petrobras.