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Economia

- Publicada em 30 de Abril de 2020 às 03:00

Boeing e Airbus perdem R$ 6,2 bilhões com coronavírus

Além de demissões, empresa europeia vai reduzir em um terço da produção

Além de demissões, empresa europeia vai reduzir em um terço da produção


PATRÍCIA COMUNELLO /ESPECIAL/JC
As duas maiores fabricantes de aviões do mundo, a europeia Airbus e a americana Boeing, perderam juntas cerca de R$ 6,2 bilhões no primeiro trimestre como consequência da pandemia do novo coronavírus. Como resultado, cortarão 10% da força de trabalho. Ambas as empresas divulgaram balanços nesta quarta-feira, evidenciando o que o presidente da Airbus, Guillaume Faury, chamou de "a maior crise do mercado de aviação da história".
As duas maiores fabricantes de aviões do mundo, a europeia Airbus e a americana Boeing, perderam juntas cerca de R$ 6,2 bilhões no primeiro trimestre como consequência da pandemia do novo coronavírus. Como resultado, cortarão 10% da força de trabalho. Ambas as empresas divulgaram balanços nesta quarta-feira, evidenciando o que o presidente da Airbus, Guillaume Faury, chamou de "a maior crise do mercado de aviação da história".
As restrições a viagens reduziram os voos no mundo em cerca de 95%, comparando com o mesmo período de 2019, segundo estimativa do mercado. O impacto foi imediatamente sentido na forma de congelamento de novos pedidos e revisão de contratos em curso.
A Boeing teve um prejuízo líquido de US$ 641 milhões (cerca de R$ 3,4 bilhões) e a Airbus, de US$ 515 milhões (R$ 2,8 bilhões). Ambas as empresas anunciaram cortes de produção de aviões e demissão na mesma ordem. Os europeus empregam 160 mil pessoas e os americanos, 150 mil.
O tombo foi ainda maior para os americanos, que haviam lucrado US$ 2 bilhões (US$ 10,8 bilhões) no mesmo período de 2019, porque eles já enfrentavam uma grave crise pela paralisação da produção de seu principal modelo, o 737 MAX.
O avião, responsável hoje por 4.079 de suas 5.049 encomendas, está no chão há 13 meses, proibido de voar enquanto não forem resolvidos os problemas de software que derrubaram duas aeronaves e mataram 346 pessoas.
No sábado passado, a Boeing rescindiu o acordo pelo qual compraria a divisão de aviação comercial da brasileira Embraer, um negócio de US$ 4,2 bilhões (R$ 22,7 bilhões) que estava praticamente concluído. A empresa alegou falta de cumprimento de detalhes do acerto por parte dos brasileiros, mas a explicação não convenceu o mercado.
A Embraer, por sua vez, acusou a Boeing de forçar o fim do acordo por não ter condições de realizar a compra devido a seus problemas financeiros. Pediu a abertura um processo de arbitragem para tentar reaver parte dos R$ 485,5 milhões que gastou no processo de divisão de sua área comercial dos setores de defesa e aviação executiva.
Segundo anúncio do presidente da Boeing, Dave Calhoun, haverá uma redução média de 30% na entrega dos aviões que ainda estão sendo produzidos. O 787 cairá de 12 unidades mensais para 10 em 2021 e 7 em 2022. O 777, das atuais 5 para 3 no ano que vem. O faturamento da Boeing foi de US$ 16,9 bilhões (R$ 91 bilhões) no trimestre. A empresa estuda um pedido de ajuda de até US$ 60 bilhões (R$ 324 bilhões) do governo americano.
Os europeus faturaram US$ 10,6 bilhões (R$ 57 bilhões) no período. "A sobrevivência da Airbus está em questão se não agirmos agora", escreveu a empresa em comunicado aos funcionários. Além das demissões, cortará em cerca de um terço sua produção. A linha best-seller, do A320 e A320neo, cairá de 67 para 40 aviões por mês. O A350, de 10 para 6, e o A330/330neo, de 3 para 2.
A França, que é acionista da Airbus, assim como outros países do consórcio, como a Alemanha, já se prontificou a negociar um acordo para ajudar a empresa. Até aqui, os europeus fizeram uso de uma linha de crédito regular de US$ 32 bilhões (R$ 173 bilhões).
 
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