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Emprego

- Publicada em 28 de Abril de 2020 às 11:43

Força de trabalho do Rio Grande do Sul chegou ao maior patamar da história em 2019

Taxa de participação das mulheres chegou a 57,3%, contra 55% do último trimestre de 2018

Taxa de participação das mulheres chegou a 57,3%, contra 55% do último trimestre de 2018


MARCELO G. RIBEIRO/ARQUIVO/JC
Com 6,169 milhões de pessoas, a Força de Trabalho (FT) do Rio Grande do Sul registrou no quarto trimestre de 2019 o maior patamar da história. O número representa um acréscimo de 146 mil pessoas empregadas ou em busca de emprego no Estado na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados estão no Boletim de Trabalho divulgado nesta terça-feira (28) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).
Com 6,169 milhões de pessoas, a Força de Trabalho (FT) do Rio Grande do Sul registrou no quarto trimestre de 2019 o maior patamar da história. O número representa um acréscimo de 146 mil pessoas empregadas ou em busca de emprego no Estado na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados estão no Boletim de Trabalho divulgado nesta terça-feira (28) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).
Entre as mulheres, a Taxa de Participação na Força de Trabalho (TPFT) chegou a 57,3%, contra 55% do último trimestre de 2018, o maior índice da história. Este crescimento da participação das mulheres na Força de Trabalho foi registrado em todas as faixas etárias analisadas.
Entre os homens a Taxa de Participação na Força de Trabalho permaneceu estável no quarto trimestre de 2019 (72,5% contra 72,6% no mesmo período de 2018). Por idade, a participação masculina apresentou oscilação positiva entre os jovens (15 a 29 anos) e os adultos (30 a 44 anos). Na faixa entre 45 a 59 anos, foi constatada redução e os com 60 anos ou mais permaneceram no mesmo patamar de 2018.
De acordo com o pesquisador Raul Bastos, um dos responsáveis pela elaboração do estudo, “o ano de 2019 registrou um processo de recuperação lenta na economia do País”. “Este movimento levou a uma maior participação no mercado de trabalho, evolução que foi captada na pesquisa”, destaca Bastos.
O Boletim mostra que a TPFT nos últimos três meses do ano passado chegou a 64,6% dos habitantes com 14 anos ou mais, somente 0,3 ponto percentual abaixo do nível máximo da série histórica, registrado no primeiro trimestre de 2017, e 1,2 ponto percentual acima do quarto trimestre de 2018.
A TPFT indica a porcentagem de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) que estão empregadas ou em busca ativa de trabalho em relação ao número total de pessoas. O documento, elaborado pelos pesquisadores Guilherme Xavier Sobrinho e Raul Bastos, é produzido com foco no Rio Grande do Sul a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).

Número de pessoas ocupadas no Estado bateu recorde no ano passado

Em uma trajetória de recuperação, o nível de ocupação - que é percentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar - atingiu 60% da população ativa do Estado no quarto trimestre de 2019, uma alta de 1,5% quando comparado com o mesmo período do ano anterior. De acordo com a pesquisa, 5,728 milhões de gaúchos estavam ocupados no final de 2019, o maior número da série histórica da PNAD Contínua. Em termos percentuais, o nível de ocupação ainda fica atrás do nível máximo da série, no quarto trimestre de 2013, quando atingiu 61,3%.
Novamente, o nível de ocupação das mulheres foi o que apresentou maior avanço, passando de 50% no final de 2108 para 52,3% em 2019. Entre os homens, o percentual da população ocupada ficou estável (68,4% em 2019 contra 68,2% em 2018).
Já a taxa de desemprego no Rio Grande do Sul encerrou 2019 representando 7,1% da população economicamente ativa, estável na comparação com o ano anterior, quando atingiu 7,4%. Em números absolutos, 441 mil gaúchos estavam desocupados no final do ano passado, contra 448 mil na mesma situação no quarto trimestre de 2018.
A queda na desocupação é registrada em praticamente todas as faixas etárias de ambos os sexos, com exceção dos homens entre 45 a 59 anos (passou de 3,2% para 3,5%) e as mulheres de 15 a 29 anos (de 17% para 17,6%). Na comparação com os homens da mesma faixa etária, as mulheres de 15 a 29 anos também enfrentam a situação mais adversa em termos de desocupação, já que a taxa de desocupação entre a população masculina foi de 11,7%, uma diferença de 5,9 pontos percentuais entre os sexos.

Número de jovens desocupados preocupa

Outro destaque do Boletim de Trabalho mostra o peso relativo dos jovens na parcela de desocupados no Estado. Entre os homens, a população de 15 a 29 anos representou 56,7% do total de desocupados e entre as mulheres chegou a 52,6% do total.
Quanto ao rendimento das pessoas ocupadas no Rio Grande do Sul, o valor médio mensal ficou praticamente estável quando comparado com o mesmo período de 2018, em R$ 2507, uma alta de 1,5% e acima do registrado no Brasil (R$ 2261). No quarto trimestre de 2019 o valor médio da hora trabalhada apresentou variação positiva de 1,9% para homens e 2,2% para as mulheres. A diferença entre o rendimento de homens e mulheres manteve-se praticamente estável, passando de 16% para 15,8% entre o final de 2018 e 2019.
"O que estes dados do Boletim nos mostram é um quadro de estabilidade na taxa de desocupação no Estado, causada pelo ingresso de pessoas na força de trabalho e o acréscimo no contingente de ocupados em ritmos semelhantes e, também, a desigualdade de gênero, que é especialmente acentuada na desocupação entre as mulheres jovens", avalia Raul Bastos.

Emprego formal cresceu 32,3% em 15 anos no Rio Grande do Sul

Os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) da Secretaria do Trabalho, vinculada ao Ministério da Economia, apontam que entre 2004 e 2018 o número de empregos formais no Rio Grande do Sul acumulou crescimento de 32,2%, chegando a 2,9 milhões de vínculos de trabalho. Ao final do período analisado, foram 707 mil empregos a mais registrados no Estado, número que já contabiliza a perda de 209 mil vínculos registrados desde o ponto máximo da série, em 2014.
Ao longo dos 15 anos analisados, o setor de Serviços foi o que apresentou maior variação no contingente de empregos (+63,0%), seguido do Comércio (+54,4%) e da Construção civil (+41,1%)
Por faixa etária, a maior variação percentual na criação de empregos formais foi constatada na população com 65 anos ou mais (+254,8%). Apesar da maior taxa de avanço, a faixa representa apenas 1,5% do total de empregados formais gaúchos.
O maior número de vínculos fica com a população entre 30 a 39 anos, com 857.935 empregos, uma alta de 38,7% entre 2004 e 2018. O número de vínculos de vagas formais para os mais jovens (18 a 24 anos) viu sua participação no todo cair 5,5% e representou em 2018 14,2% dos empregos, contra 19,7% em 2004.
A administração pública é o setor com a maior participação de pessoas com 50 anos ou mais (32,5% do total) e a menor participação de jovens até 24 anos (2,8%). A agricultura vem em seguida (25% e 13,4%) e o comércio é o setor com maior participação de jovens no total de empregados (25,7%).
Ainda de acordo com o boletim, o ganho médio dos trabalhadores formais gaúchos avança consideravelmente conforme a faixa etária. Enquanto os empregados entre 18 a 24 anos recebem 52% do salário médio geral, quem tem entre 30 e 39 anos conta com vencimentos pouco acima da média (102,1%), percentual que segue crescendo até a faixa dos trabalhadores com 65 anos ou mais, que recebem 145% do salário médio.
“De forma geral, os dados da RAIS nos permitem constatar um envelhecimento dos contingentes empregados, com a redução de participação dos mais jovens e incremento do estrato mais experiente”, destaca o pesquisador da Seplag, Guilherme Xavier Sobrinho.