Gerdau e GKN tiveram sucesso na negociação com seus funcionários e irão suspender temporariamente contratos de trabalho de 1.300 funcionários, de acordo com a Medida Provisória (MP) 936 publicada pelo Governo Federal, que também permite a redução de salário e jornada.
O maior volume de trabalhadores que terão o contrato de trabalho suspenso por um mês, prorrogável por mais um, fica na GKN. Serão 800 empregados atingidos na unidade de Porto Alegre e mais 300 na de Charqueadas.
Para os funcionários que recebem acima de R$ 4 mil, a GKN irá bancar 40% do salário neste período. O resto do vencimento será completado com 60% do seguro-desemprego. Já para os trabalhadores que ganham abaixo desta faixa, a empresa pagará 30% do salário, com complemento de 70% do seguro-desemprego.
Durante o tempo que vigorar a suspensão, os funcionários ganharão estabilidade por período igualmente maior. Por exemplo, caso a suspensão dure dois meses, os empregados não poderão ser demitidos por período total de quatro meses.
Na Gerdau, o impacto será menor. Serão 200, do total de 680 empregados que trabalham na fábrica de Charqueadas, que terão seu contrato suspenso. A empresa ainda decidiu reduzir jornada de trabalho e salário para 30 a 40 funcionários.
Em nota, a Gerdau justifica que a decisão foi tomada "frente ao cenário de incertezas" e que o acordo "possibilita a manutenção dos turnos de revezamento em sua usina de Charqueadas por mais 12 meses".
Para o presidente do sindicato dos metalúrgicos que responde pela região carbonífera do Rio Grande do Sul, Jorge Luiz Silveira de Carvalho, os funcionários que acordaram a suspensão de contrato "não tinham alternativa".
"Seria aceitar ou se submeter a possíveis demissões. Vai ser uma queda muito brusca de salários. Isso vai mexer profundamente com o orçamento familiar de cada um", lamentou Carvalho.