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Economia

- Publicada em 17 de Março de 2020 às 11:19

Medidas locais e exterior permitem alta do Ibovespa

Índice chegou a subir mais de 3% no início do pregão

Índice chegou a subir mais de 3% no início do pregão


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
Agência Estado
Depois do tombo da véspera, o Ibovespa iniciou o pregão em alta nesta terça-feira (17), acompanhando o alívio externo e com investidores digerindo o pacote anunciado ontem pela equipe econômica na segunda-feira. As preocupações com uma recessão mundial por conta dos efeitos do coronavírus, contudo, persistem. Em São Paulo, foi confirmada a primeira morte por covid-19 nesta terça. Mas os investidores tentam se acalmar um pouco e avaliar as ações já implementadas por autoridades e bancos centrais mundiais, além de ficarem à espera de novas ações. Nesta terça, o Banco Central turco reduziu, extraordinariamente, a taxa de juros de 10,75% para 9,75%.
Depois do tombo da véspera, o Ibovespa iniciou o pregão em alta nesta terça-feira (17), acompanhando o alívio externo e com investidores digerindo o pacote anunciado ontem pela equipe econômica na segunda-feira. As preocupações com uma recessão mundial por conta dos efeitos do coronavírus, contudo, persistem. Em São Paulo, foi confirmada a primeira morte por covid-19 nesta terça. Mas os investidores tentam se acalmar um pouco e avaliar as ações já implementadas por autoridades e bancos centrais mundiais, além de ficarem à espera de novas ações. Nesta terça, o Banco Central turco reduziu, extraordinariamente, a taxa de juros de 10,75% para 9,75%.
"O mercado doméstico tende a reagir às medidas locais. Estava precisando de algo para reanimar, mesmo considerando que o pacote é fraco", afirma o estratregista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
Após subir mais de 3% e acima dos 73 mil pontos, o Ibovespa subia 2%, aos 72.592 pontos às 11h20min.
Além da notícia sobre a primeira morte pelo vírus no Brasil, o mercado avalia as palavras da presidente do Federal Reserve (Fed) de Cleveland, Loretta Mester, que vota no FOMC. Ela fez, dentre outras afirmações que não apoiou o corte do juro do domingo do Fed porque a transmissão da política monetária está prejudicada. "Eu preferiria uma redução menor na taxa de juros do Fed, de 0,5 ponto porcentual", disse.
O Fed (o banco central norte-americano), porém, reduziu de forma emergente o juro para o intervalo entre zero e 0,25% em resposta aos efeitos do vírus
A despeito dessa sensação, o estrategista não descarta instabilidade nesta terça-feira. "Tem uma oscilação externa que pode atrapalhar. É preciso ficar atento. Está todo mundo muito machucado perdas nos mercados, mas ninguém deve sair tentando resolver tudo. Há pouco, o Banco Central anunciou leilão de dólar. Isso deve amenizar", avalia.
A expectativa no Brasil ainda é em relação a um corte agressivo na taxa básica de juros, que atualmente está em 4,25% ao ano. No entanto, como o Comitê de Política Monetária (Copom) inicia reunião hoje, com a decisão saindo no começo da noite de amanhã, a possibilidade de um anuncio extraordinário vem perdendo força.
Como o Banco Central (BC) não tomou nenhuma atitude em relação ao juro básico, o economista-chefe da Rio Bravo Investimentos, Evandro Buccini, acredita que um possível recuo da Selic ficará para amanhã. "Depois que o Fed Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, cortou o juro para perto de zero no domingo, o BC deve reduzir o juro para tentar dar algum estímulo temporário. O BC já vem atuando, como no câmbio nas últimas semanas", diz, acrescentando que espera queda de 0,50 ponto porcentual na Selic nesta quarta. "Seria mais um ajuste fino ao avanço do dólar. Depois, daria um novo declínio, só que de 0,25 ponto porcentual."
Na opinião de Buccini, um corte mais agressivo seria inapropriado porque a curva de juros já está bastante inclinada. "Pode ser que o governo lance outras medidas para estimular o consumo, como redução de IPI para compra de linha branca geladeiras...", sugere.
"Como ainda não fez nada até agora, pode até ser que BC nem corte e isso provocaria um movimento de 'carry trade', ajudando o dólar - e até mesmo a Bolsa", Laatus.
Ontem, o Ministério da Economia anunciou um pacote emergencial de R$ 147,3 bilhões para tentar reduzir os efeitos da pandemia de coronavírus na atividade econômica. As medidas contemplam setores específicos da economia e grupos mais vulneráveis, além de buscar evitar a alta do desemprego. A equipe do ministro Paulo Guedes privilegiou ações que afetam o fluxo de caixa, mas não têm impacto fiscal no saldo final do ano de 2020.
"A direção das medidas foi correta, no sentido de aliviar os empresários, principalmente a medida de postergar pagamento de impostos", descreve Buccini.
O melhor agora, sugere o estrategista do Grupo Laatus, é o investidor acompanhar o desdobramentos da pandemia de coronavírus e as ações mundo afora para tentar conter os impactos do vírus sobre as economias. "Por enquanto, não vejo horizonte de forte piora. Acredito que o pior tenha passado, e o mercado ficará um pouco mais brando, com tendência a ser mais comedido", diz.
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