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Economia

- Publicada em 09 de Março de 2020 às 15:54

Bolsa cai 11,5% após pausa temporária; dólar continua subindo

O dólar abriu nesta segunda em forte alta, batendo R$ 4,7940 na máxima

O dólar abriu nesta segunda em forte alta, batendo R$ 4,7940 na máxima


SUAMY BEYDOUN /AGIF/FOLHAPRESS/JC
Os mercados financeiros vivem nesta segunda-feira (9) a perfeita definição de dia de pânico. O dólar dispara, apesar da intervenção do BC (Banco Central). O risco-país tem alta recorde. Os juros futuros sobem. A Bolsa brasileira abriu em forte queda, passando rapidamente uma retração de 10%.
Os mercados financeiros vivem nesta segunda-feira (9) a perfeita definição de dia de pânico. O dólar dispara, apesar da intervenção do BC (Banco Central). O risco-país tem alta recorde. Os juros futuros sobem. A Bolsa brasileira abriu em forte queda, passando rapidamente uma retração de 10%.
Esse é o nível para que se acione o chamado circuit breaker, que leva à suspensão do pregão. É o primeiro circuit breaker desde o episódio conhecido como Joesley Day, em maio de 2017, e sexto da história. A suspensão inicial é de meia hora.
Após a pausa de 30 minutos, o Ibovespa retomou as negociações. Por volta das 15h45, o índice cai 11,5%, a 86.729 pontos, menor patamar desde dezembro de 2018. As ações da Petrobras caem cerca de 26%.
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa brasileira, já iniciou o pregão abaixo dos 90 mil pontos, acompanhando o exterior. Na Ásia e Europa, os principais índices de ações derretem.
Desde o pico mais recente, quando atingiu a máxima histórica de 119.527 pontos, em 23 de janeiro, o índice cai cerca de 25%. A queda apaga todo o ganho do mercado de ações desde o início do governo de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019.
O dólar abriu nesta segunda em forte alta. Na máxima, bateu R$ 4,7940, mas teve a disparada parcialmente contida pela venda de US$ 3 bilhões de reservas pelo BC -o triplo do inicialmente previsto. O plano, na sexta-feira, era vender US$ 1 bilhão. Por volta das 15h30, a moeda sobe 2,6%, a R$ 4,755.
O pessimismo sinaliza principalmente uma piora nas perspectiva de impacto econômico com a disseminação do coronavírus. A desaceleração da economia global por causa da doença já é considerada inevitável
Pesam neste início de semana a decisão do governo da Itália de colocar 16 milhões de pessoas no norte do país em quarentena, e da guerra de preços do petróleo entre grandes países produtores.
O quadro é de muita aversão, com investidores em todo o mundo buscando ativos considerados mais seguros -que não estão no Brasil neste momento.
Economistas agora aguardam medidas do governo brasileiro para amenizar o impacto da crise. Nesta manhã, o FMI (Fundo Econômico Mundial) recomendou aos governos do mundo que sejam ágeis na adoção de planos para evitar que o corona vírus tenham efeitos prolongados de retração econômica. Sugeriu medidas como aumento do crédito e liberação de seguro-desemprego.
O risco-país, medido pelo contrato de CDS (Credit Default Swap) sobe 42%, a maior alta da história em um dia. O índice retorna ao patamar de dezembro de 2018, aos 204 pontos.
A deterioração nos mercados nesta segunda sinaliza ainda os efeitos negativos da retração no preço do petróleo. O contrato futuro do barril do tipo Brent chegou a cair mais de 30% nesta sessão e agora é negociado ao patamar de US$ 36,32, queda de 20%. É a menor cotação desde 2016.
Uma queda de braço entre a Arábia Saudita (membro da Opep) e a Rússia, que se recusou a cortar a produção para fazer frente à queda do preço da matéria-prima já está sendo chamada de guerra do preço do petróleo, com impactos em escala global.
"A decisão da Arábia Saudita pega os mercados de surpresa e adiciona preocupações. Por ora, o impacto nos mercados está sendo avassalador", escreveu a corretora Guide em relatório desta segunda.
As ações preferenciais (mais negociadas) da Petrobras, cuja receita é atrelada ao preço do barril de petróleo, caem 23,5%, a R$ 14,48, maior queda percentual da história. As ordinárias (com direito a voto) despencam 22,8%, a R$ 18,55. Os patamares são os menores desde agosto de 2018, quando a estatal se recuperava de perdas decorrentes da paralisação dos caminhoneiros, quando a companhia adotou programa de subvenção e o preço do diesel caiu.
"A mudança no preço do petróleo envolve diretamente a rotina operacional não só da Petrobras, mas de todas as companhias que pautam seus guidances com um preço de referência", diz Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
No ano, o petróleo cai quase 50%, reflexo da percepção de que a demanda pelo produto será menor com a redução da atividade econômica global. Uma queda de consumo já é certa: querosene de aviação, com a redução das viagens causada pelo coronavírus.
O Goldman Sachs apontou que o óleo pode ficar ao redor de US$ 30 por barril ao longo do segundo e do terceiro trimestre, sem descartar uma queda para US$ 20.
Já os juros brasileiros sobem, reflexo do temor de investidores sobre os impactos da doença sobre a economia brasileira. Na dúvida, a preferência é por cobrar mais para emprestar ao governo. A curva de juros futuros mostra uma aposta do mercado em Selic a 4% ao ano, se distanciando dos 3,5%.
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Folhapress
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