Apesar do contexto de crise econômica, o mercado de educação internacional vem se expandindo no Brasil, com um crescimento de mais de 12% em 2019, alcançando 415 mil estudantes, de acordo com dados da Associação das Agências Brasileiras de Intercâmbio (Belta). Nos últimos 10 anos, esse mercado triplicou de tamanho.
Mesmo com a recente alta do dólar (que já está cotado acima de R$ 5,00 em casas de câmbio) e os problemas causados pelo surto de coronavírus no fluxo de viagens internacionais, o interesse de brasileiros em ganhar experiência educacional no exterior segue alto.
"Para quem está se programando, o dólar não chega a ser um empecilho. O que pode acontecer é demorar mais para conseguir juntar o orçamento planejado, mas não impede de fazer o curso", explica Letícia Piatti, coordenadora da feira de educação Eduexpo, cuja 38ª edição no Brasil se iniciou em Porto Alegre neste domingo, no BarraShoppingSul.
Segundo Letícia, o ideal para os interessados em estudar no exterior é pesquisar as opções que cabem dentro de seu orçamento. "É necessário comparar preços e avaliar as informações e as diferenças entre as ofertas de cursos", afirma. Em média, a maioria dos estudantes brasileiros (28%) investe entre R$ 5 mil e R$ 10 mil em um intercâmbio.
Na Eduexpo em Porto Alegre, 15 expositores de escolas e universidades dos Estados Unidos, do Canadá, da Austrália e da França apresentaram informações de cursos de idiomas, High School (Ensino Médio), graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado, MBA, curso de férias, técnicos e especializações.
Na feira, o engenheiro civil Marcelo Beck aproveitou para pesquisar opções de High School para seu filho Bernardo, de 14 anos, que planeja fazer o Ensino Médio no exterior no próximo ano. "Estamos vendo ofertas e preços. A cotação do dólar não preocupa, pois há tempo para organizar o orçamento. O importante é poder proporcionar essa experiência de aprendizagem e de vida", afirma Beck.
A pedagoga Fátima Goulart também procurava opções de Ensino Médio para o filho Nicolas, de 12 anos. "Estamos pesquisando com bastante antecedência, é só para daqui a três anos. Assim, podemos nos organizar bem financeiramente", explica. A intenção é escolher um curso no Canadá. "Muita gente tem recomendado esse país, vejo muitos youtubers que falam bem do país e do ensino lá", afirma Bernardo, que afirmou interesse em ir para Toronto.
De acordo com a Belta, há 14 anos o Canadá está em primeiro no ranking de melhor país para estudar. Segundo o chefe do escritório comercial do governo canadense em Porto Alegre, Paulo Barnewitz Orlandi, entre as razões para o país liderar a lista estão a alta qualidade do ensino, os custos mais acessíveis em comparação com outros destinos e a segurança e a qualidade de vida local.
"Recebemos cerca de 25 mil brasileiros por ano apenas para cursos de línguas. Incluindo outras instituições de ensino, esse número chega a 35 mil estudantes, que ganham uma importante vantagem em termos educacionais e profissionais para o mercado de trabalho", afirma Orlandi.