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Economia

- Publicada em 09 de Março de 2020 às 03:00

Estrangeiros tiram R$ 44,8 bi da B3 em 2020

Velocidade de saída é recorde, cerca de R$ 1,05 bilhão por pregão

Velocidade de saída é recorde, cerca de R$ 1,05 bilhão por pregão


/MIGUEL SCHINCARIOL/AFP/JC
Até o dia 4 de março, estrangeiros sacaram R$ 44,8 bilhões da bolsa de valores brasileira em 2020. O valor supera o montante retirado em todo o ano de 2019, de R$ 44,5 bilhões, sem contar ofertas de ações (IPOs e follow-ons).

Até o dia 4 de março, estrangeiros sacaram R$ 44,8 bilhões da bolsa de valores brasileira em 2020. O valor supera o montante retirado em todo o ano de 2019, de R$ 44,5 bilhões, sem contar ofertas de ações (IPOs e follow-ons).

A saída também supera a retirada de 2008, maior da série histórica da B3. Em valores corrigidos pela a inflação, foram sacados R$ 44,6 bilhões no ano da crise financeira. A velocidade de saída também é recorde, cerca de R$ 1,05 bilhão por pregão, e supera a média diária de 2008.

Considerando IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) e follow-ons (oferta subsequente de ações), o saldo de estrangeiros está negativo em

R$ 33,4 bilhões neste ano. Em 2019, considerando essas operações, a saída foi de R$ 4,7 bilhões.

Em um ano marcado pelo temor de investidores com o impacto econômico do coronavírus, pela desaceleração da economia global e pela demora no andamento das reformas administrativa e tributária, estrangeiros retiram dinheiro do Brasil e de demais emergentes.

Na sexta-feira, o índice de volatilidade VIX, baseado em operações no mercado financeiro americano, alcançou o maior patamar da história, a 46,88 pontos, acima dos 44 pontos na máxima de 2008, recorde anterior.

"Estamos vivendo um momento de aversão a risco muito grande. Com a chegada do vírus na Itália, nos Estados Unidos e na América do Sul, a coisa complica, e estrangeiros retiram recursos de emergentes", afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

Segundo o especialista, como o Brasil tem um mercado de grande liquidez e presença de estrangeiros, a saída por aqui é mais forte. "O surto vem se espalhando, e, por aqui, acompanhamos a aversão a risco do mundo inteiro. Somos uma economia emergente, e, por isso, se está ruim nas principais bolsas do mundo, sofremos de maneira mais aguda", afirma Victor Lima, analista da Toro Investimentos

Ele aponta que, como os dois principais parceiros comerciais do Brasil são China e Estados Unidos, economias afetadas pela doença, podemos ter um impacto maior do que pares emergentes. Fora que o fraco desempenho da economia local não segura o estrangeiro. "Se o PIB (Produto Interno Bruto) de 2019 não tivesse sido tão ruim, a saída não seria tão forte", diz Lima.

A saída de estrangeiros não é só da bolsa. Segundo dados do Banco Central (BC), o saldo de movimento financeiro no País está negativo em US$ 10,8 bilhões (R$ 50 bilhões) em 2020, pior que aos cinco primeiros meses de 2019.

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