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Economia

- Publicada em 06 de Março de 2020 às 15:00

Coronavírus pode parar produção de carros no Brasil em março, diz Anfavea

Quando há autopeças para envio, faltam navios ou o inverso, segundo a associação

Quando há autopeças para envio, faltam navios ou o inverso, segundo a associação


PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
A Anfavea (associação das montadoras) afirmou nesta sexta-feira (6) que a produção de veículos pode ser interrompida ainda em março, por falta de peças. A epidemia do coronavírus, iniciada na China, reduziu os envios para o Brasil. Quando há autopeças para envio, faltam navios ou o inverso, segundo a associação.
A Anfavea (associação das montadoras) afirmou nesta sexta-feira (6) que a produção de veículos pode ser interrompida ainda em março, por falta de peças. A epidemia do coronavírus, iniciada na China, reduziu os envios para o Brasil. Quando há autopeças para envio, faltam navios ou o inverso, segundo a associação.
No momento, ainda não há falta de peças para montagem, mas a Anfavea diz que as empresas estudam alternativas para calibrar a velocidade da linha de produção e importar peças por via aérea. A China é o maior fornecedor de autopeças para o Brasil, com 13% de um mercado estimado em US$ 13 bilhões, em 2019.
O risco de interrupção existe também no caso de empresas que usam peças importadas de países menos atingidos pelo novo coronavírus. Um fornecedor da Índia, por exemplo, utiliza componentes vindos da China para montar seus itens e, por isso, também precisam interromper a produção.
A associação quer agora uma posição do governo federal, para saber se haverá algum tipo de estímulo à economia. No balanço apresentado nesta sexta, a Anfavea mostrou um gráfico listando oito países que anunciaram medidas como redução de juros e investimentos.
"O Brasil, pelo que sabemos, ainda não tem nenhuma medida, a não ser um indicativo de redução na taxa Selic. É uma reflexão que a Anfavea está fazendo, sabemos das limitações. Mas tem um problema que precisamos enfrentar. Vamos deixar a bicicleta parar ou iremos mantê-la em movimento?", diz o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.
A volatilidade do dólar é motivo de preocupação para o setor, que considera a situação "acima do normal". A Anfavea calcula que, se a moeda americana seguir no patamar de R$ 4,60, o custo anual de importação passará de US$ 13 bilhões, em 2019, para R$ 21 bilhões neste ano. Isso representaria, segundo a associação, um aumento de R$ 2.600 por veículo produzido no país.
Para o presidente da Anfavea, o resultado do PIB, que cresceu 1,1%, não foi surpresa. Moraes diz que o Brasil precisa de "menos barulho e mais atenção na questão do crescimento".
O dólar alto não favoreceu às exportações e, segundo a Anfavea, não há nenhum fato novo que mude o cenário.
"A tendência continua em queda, com perdas na Argentina, no México, na Colômbia e na China. Não adianta ter dólar a R$ 4,50 se o país comprador está passando por dificuldades", diz Luiz Carlos Moraes.
Em fevereiro, o resultado das vendas, uma alta de 3,9% -o melhor para o mês desde 2014- foi influenciado pelo represamento, no mês anterior, de emplacamentos devido à mudança nas placas, que passaram a adotar o padrão Mercosul em grandes mercados. A média diária foi de 11 mil unidades. Ante o mesmo período do ano passado, o acréscimo foi de 1,2%.
A venda de caminhões caiu 12% entre janeiro e fevereiro e 6,7% no acumulado do ano. Mas as médias diárias também tiveram alta em comparação à janeiro. Nos cinco primeiros dias de março, houve crescimento de 7,4% em relação ao mesmo período de 2019.
A produção de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no Brasil em fevereiro subiu 6,5% em relação ao mês anterior, passando de 191,7 mil para 204,2 mil unidades. Na comparação com fevereiro de 2019, houve queda 20,8%.
Esse resultado foi influenciado pelo Carnaval -foi em março, neste ano, de 22 a 25 de fevereiro- e pelo represamento registrado no mês de janeiro. Havia, portanto, veículos em estoque.
Ainda de acordo com a Anfavea, as exportações de veículos no mês passado somaram 37,7 mil unidades, um salto de 83,4% ante janeiro. Na comparação com fevereiro de 2019, houve queda de 7%.
Folhapress
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