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Economia

- Publicada em 06 de Março de 2020 às 10:40

Bolsa perde mais de 4,5 mil pontos e volta aos 97 mil, de meados de agosto

O petróleo também não dá trégua nesta sexta-feira, cedendo em torno de 4%

O petróleo também não dá trégua nesta sexta-feira, cedendo em torno de 4%


ALAOR FILHO/MIRÁ IMAGEM/AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC
Agência Estado
A sexta-feira (6) é mais um dia de perdas relevantes para a Bolsa brasileira, que já iniciou o pregão cedendo quase 4,5 mil pontos em relação à véspera (102.233,24 pontos). Na quinta-feira (5), já tivera forte recuo, chegando a cair para a faixa dos 100 mil pontos na mínima do dia (100.536,15 pontos).
A sexta-feira (6) é mais um dia de perdas relevantes para a Bolsa brasileira, que já iniciou o pregão cedendo quase 4,5 mil pontos em relação à véspera (102.233,24 pontos). Na quinta-feira (5), já tivera forte recuo, chegando a cair para a faixa dos 100 mil pontos na mínima do dia (100.536,15 pontos).
A desvalorização das bolsas europeias e dos índices futuros norte-americanos supera 3% em alguns casos, e o petróleo também não dá trégua, cedendo em torno de 4%, enquanto o minério caiu 2,57% na China.
Apesar de o clima ser desfavorável para a Bolsa como um todo, as ações de aéreas e commodities devem continuar sendo bastante penalizadas. Só neste mês, o recuo acumulado dos papéis da Azul estão perto de 14% e de mais de 19% no caso da Gol.
Às 10h40, o Ibovespa cedia 3,89%, aos 98.255 pontos. Apenas CVC (1,20%) e IRB (2,88%) subiam. A última vez que o Ibovespa esteve nesse nível foi em meados de agosto do ano passado.
O setor aéreo exibe perdas significativas com o travamento das viagens, colocando em risco a saúde financeira das companhias, descreve em análise o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada.
As bolsas começam a refletir os maiores temores, com a extensão das perdas observadas na quinta. Em Wall Street, após recuarem mais de 3% na quinta-feira, os índices futuros apontam para quedas similares nesta manhã, cita. "Com a disseminação global de coronavírus, o sentimento agudo de aversão ao risco volta a dominar os mercados. Os impactos econômicos ainda pouco claros são cada vez mais temidos, com desdobramentos inevitáveis sobre as finanças corporativas."
Para contornar os estragos da epidemia sobre os preços do petróleo, a Rússia propôs um pacote de estímulos em vez de ampliar os cortes na produção da commodity neste dia de encontro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).
Em meio ao quadro incerto, investidores buscam ativos considerados mais seguros. O euro, por exemplo, sobe acima de 1%, se aproximando das máximas em sete anos. O dólar deve seguir no radar, após o 12º dia de alta. Ontem terminou com valorização de 1,56%, a R$ 4,6515, novo recorde histórico.
O espalhamento do coronavírus em países como Itália, Alemanha e Reino Unido compromete cada vez mais a perspectiva econômica. No Brasil, foram confirmados os primeiros casos de transmissão local de coronavírus e a ampliação da contagem da doença pelo Ministério da Saúde. Esse quadro reforça mais as expectativas de cortes agressivos na taxa do juro norte-americano. Agora, já fala-se em redução de 0,75 ponto porcentual no juro.
A despeito de muitos analistas considerarem inapropriado mudanças de posições bruscas nos mercados, a onda de reduções nas estimativas para o crescimento econômico mundial segue a todo vapor. Além disso, deve abrir caminho para diminuição nas expectativas para o Ibovespa, que ainda tem pela frente um cenário político tumultuado diante do impasse entre Planalto e Congresso, podendo atrapalhar as reformas.
A Necton Investimentos, por exemplo, mudou a projeção para o Ibovespa de 137 mil pontos para 129 mil pontos no fim deste ano, e alerta que graficamente se o principal índice à vista da B3 romper os 100 mil pontos, há suportes apenas em 95,7k e em 90 mil pontos.
"Nossa alteração se baseia na forte incerteza que os cenários traçados apresentam, que podem se alterar de forma abrupta, tanto para o lado positivo, quanto negativo", avaliam em nota os analistas Glauco Legat, Marcel Zambello, Gabriel Machado e Edison Kina.
Os profissionais lembram que nas duas últimas correções observadas no Brasil - greve dos caminhoneiros e "Joesley Day" - os preços se ajustaram de uma forma rápida, se recuperando em um curto espaço de tempo. "Entendemos que este cenário se mostra mais preocupante por conta do caráter global, mas há a possibilidade do surgimento de notícias positivas que impeçam a escalada do vírus e normalizem a situação (descoberta de uma vacina)", citam.
Apesar da revisão, ponderam que ainda acreditam no cenário otimista, o que ainda se traduz em uma alta de 26% com base no fechamento de ontem.
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