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Conjuntura

- Publicada em 06 de Março de 2020 às 03:00

Crescimento de 1,1% do PIB foi muito baixo e "não é normal", diz secretário do Tesouro

Mansueto Almeida ressaltou a importância de continuar o ajuste fiscal

Mansueto Almeida ressaltou a importância de continuar o ajuste fiscal


MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL/JC
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou nesta quinta-feira (5) que o crescimento da economia brasileira em 2019 é muito baixo, não é normal e causa frustração na sociedade.
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou nesta quinta-feira (5) que o crescimento da economia brasileira em 2019 é muito baixo, não é normal e causa frustração na sociedade.
O resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do ano passado, apresentado na quarta-feira (4) pelo IBGE, com alta de 1,1%, é menor do que o projetado inicialmente pelo mercado e consolidou 2019 como o terceiro ano seguido de fraco crescimento da economia brasileira.
Na quarta, o ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou que o dado veio dentro do previsto e que o país está acelerando. A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia, por sua vez, avaliou que a economia está em ritmo de retomada e que a composição do PIB melhorou, com crescimento privado em substituição do setor público.
Em seminário com secretários de estado em Brasília nesta quinta, entretanto, o secretário do Tesouro fez declarações em tom menos otimistas. "Estamos num país que ainda está passando por enormes dificuldades. Eu durmo tranquilo? Não durmo tranquilo. Estou muito preocupado porque a gente está ainda em um país com crescimento muito baixo. Não é normal um país em desenvolvimento como o Brasil crescendo 1% ao ano. Isso é normal? Isso não é normal", afirmou.
No encontro, o secretário ressaltou a importância de dar continuidade ao ajuste fiscal para que o país tenha condição de crescer e fornecer serviços públicos de qualidade à população. "Um país com tanta necessidade, tanta carência e desigualdade tão grande crescer 1% ao ano claramente causa frustração em vários segmentos da sociedade. Por isso, é preciso chegar a um consenso sobre que país precisa fazer", disse.
No sentido contrário ao argumento dado pelo Ministério da Economia de que há uma tendência de fortalecimento do setor privado, os dados do IBGE mostram que os investimentos caíram e os gastos do governo cresceram no encerramento do ano passado.
No último trimestre de 2019, o consumo do setor público expandiu 0,3% em relação ao mesmo período de 2018. Se comparado com o trimestre anterior, a alta foi de 0,4%. O investimento, por sua vez, caiu 0,4% nos últimos três meses do ano, se comparado com período equivalente de 2018. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o recuo nessa conta foi de 3,3%.
Na avaliação de Mansueto, o movimento não representa uma reversão de tendência. "No final do ano, você teve dados muito contraditórios, mas se a gente olha o ano, o crescimento está sendo puxado pelo setor privado e, no ano passado, o investimento já cresceu em relação ao ano anterior. Tem só que consolidar isso em um ritmo mais acelerado", afirmou.

Brasil já tinha estagnado desde o governo Temer, afirma ministro da Economia

Paulo Guedes acredita em alta de 2% com implementação das reformas

Paulo Guedes acredita em alta de 2% com implementação das reformas


WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL/JC
Nesta quinta-feira (5), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil já tinha estagnado desde o governo de Michel Temer. "A grande verdade é que, quando o governo Bolsonaro chegou, o crescimento do PIB, que tinha sido de 1,3% no primeiro trimestre do governo Temer, já tinha caído para 0,7% no primeiro trimestre do governo Bolsonaro. O Brasil já tinha praticamente estagnado", afirmou Guedes, durante evento na Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp)
Segundo o ministro, a tragédia de Brumadinho e o colapso da Argentina, que impactou 60% das importações de veículos do Brasil, foram os principais fatores para essa desaceleração no crescimento econômico no ano passado. "Se pegar o segundo trimestre, sobe para 0,9%, no terceiro, já é 1,2%, e o último trimestre do ano passado dá 1,7%. A economia, que estava crescendo 0,7% [no primeiro trimestre], foi reacelerando e terminou [o ano] já rodando a quase 2%", afirmou.
Guedes disse ainda que sua expectativa sempre foi crescer 1% no primeiro ano. "Eu usava a imagem de uma baleia arpoada. Vamos tirando os arpões: baixamos os juros, corrigimos a Previdência Social, reduzindo endividamento bola de neve, começamos o choque da energia barata, estamos desestatizando o mercado de crédito, fizemos a cessão onerosa, vamos mandar a reforma administrativa para a Câmara. Com as reformas seguindo, o Brasil já cresce 2% pelo menos", disse.