Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Indústria

- Publicada em 04 de Março de 2020 às 21:20

Lucro líquido da Fras-le diminuiu 63% em 2019

Para o CEO da companhia, Sergio Carvalho, ano passado foi desafiador

Para o CEO da companhia, Sergio Carvalho, ano passado foi desafiador


/JEFFERSON BERNARDES/DIVULGAÇÃO/JC
A Fras-le, de Caxias do Sul, registrou um lucro líquido de R$ 32,8 milhões em 2019, o que representa uma queda de 63% ante 2018. Dentre as razões apresentadas no balanço estão a reestruturação das operações na Argentina em razão da crise no país vizinho e a não recorrência de ganhos por conta da aquisição da empresa de sistemas automotivos Jurid, em 2018. O lucro bruto somou R$ 349,7 milhões, crescimento de 15,2%, e o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi consolidado em R$ 175,2 milhões, recuo de 4,7% sobre o ano anterior.
A Fras-le, de Caxias do Sul, registrou um lucro líquido de R$ 32,8 milhões em 2019, o que representa uma queda de 63% ante 2018. Dentre as razões apresentadas no balanço estão a reestruturação das operações na Argentina em razão da crise no país vizinho e a não recorrência de ganhos por conta da aquisição da empresa de sistemas automotivos Jurid, em 2018. O lucro bruto somou R$ 349,7 milhões, crescimento de 15,2%, e o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi consolidado em R$ 175,2 milhões, recuo de 4,7% sobre o ano anterior.
Já a receita líquida no ano passado foi de R$ 1,365 bilhão, alta de 19,7% comparada ao exercício de 2018. O faturamento total chegou a R$ 2,009 bilhões, crescimento de 19,5%. Além do incremento das vendas físicas, o desempenho foi influenciado pela consolidação da receita da Fremax, adquirida em 2018 e que só havia contribuído com receitas no quarto trimestre. Também houve reflexo da variação cambial, com taxa média do dólar de R$ 3,94 e superior à de 2018. O volume de dólares exportados também apresentou melhor desempenho em relação ao ano anterior, pois houve melhora do desempenho das vendas no mercado externo no último trimestre.
De acordo com Sergio Carvalho, CEO da empresa, o ano foi desafiador, principalmente no primeiro trimestre, quando houve perda de incentivos fiscais, como benefícios na folha de pagamento e Reintegra, aumento de custos e acirramento no mercado doméstico. Ações, como adoção de um plano de contingenciamento de gastos, juntamente com recomposição de preços ao longo do ano, bem como sinergia dos investimentos feitos, geraram condições para minimizar as dificuldades do início do ano.
O mercado externo, incluindo exportações a partir do Brasil e a receita das operações em outros países, respondeu por 50,5% do total, somando R$ 690,2 milhões, com incremento de 16,5%. Já o doméstico avançou 23,1%, para R$ 675,3 milhões, com ganho de participação de quase 1,5 ponto sobre 2018. O principal segmento de atuação continua sendo a reposição, com 87% de participação na receita, que foi de R$ 1,193 milhão e alta de 19,1%. No mercado de montadoras, o valor foi de R$ 171,8 milhões, com avanço de 23,4%.

Empresa faz projeções conservadoras para os resultados em 2020

Mesmo com as medidas adotadas em 2019, que já se refletiram em melhores resultados, a diretoria entende que 2020 continuará a ser desafiador. Dentre os principais desafios é citada a pressão inflacionária e o ambiente tão ou mais competitivo do ano anterior, em especial nas linhas para veículos leves. "Este ambiente vai apresentar dificuldades para o repasse de preços", observa Sergio Carvalho.
Na avalição do CEO, o mercado dos Estados Unidos deve sofrer desaceleração, mas são boas as perspectivas na Índia para o segmento de montadoras. Para a América Latina, o planejamento de vendas é conservador. "Não há elementos que nos permitam vislumbrar um viés de crescimento no médio prazo na maioria dos países", comentou.
As perspectivas para o ano são de repetir os resultados de 2019, com faturamento bruto de R$ 2 bilhões e receita líquida de R$ 1,4 bilhão. São projetados US$ 150 milhões em exportações, valor 15% abaixo do realizado em 2019, de US$ 174,9 bilhões, e 30% em relação ao guidance, que era de US$ 215 milhões. Em relação às importações, a projeção é de US$ 20 milhões, 20% inferior ao realizado em 2019, de US$ 24 milhões, e 25% acima do guidance anterior. Os investimentos programados para 2020, na ordem de R$ 60 milhões, são 28% inferiores aos consolidados no ano passado, de R$ 83 milhões, e 21% abaixo do guidance.
Os impactos do coronavírus ainda seguem incertos. Segundo Carvalho, por mais que pareça limitado para a companhia, o problema pode se configurar grave a medida que as semanas passam. Avalia que reflexos podem surgir tanto na ponta de fontes de fornecimento, como nas vendas, uma vez que empresa possui muitos negócios na Ásia.
O CEO lembrou que operação da Fras-le na China, em função da doença, produziu apenas 70% do esperado neste início de ano. Acredita que a recuperação deverá se dar ao longo de março e abril. Em relação a possível desabastecimento das plantas do Brasil e de outros países em função dos problemas nas fábricas chinesas, destaca que a empresa tem fontes alternativas homologadas para todos os insumos. Sergio Carvalho comentou que a companhia reduziu e até mesmo eliminou viagens internacionais de seu quadro de funcionários, além de ter repatriado vários.