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Economia

- Publicada em 04 de Março de 2020 às 09:27

PIB do Brasil cresce 1,1% em 2019, diz IBGE

Após cinco anos de queda, setor da indústria voltou a crescer, com ajuda da construção

Após cinco anos de queda, setor da indústria voltou a crescer, com ajuda da construção


MARCELO G. RIBEIRO/JC
O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 1,1% em 2019, primeiro ano do governo do presidente Jair Bolsonaro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (4) pelo (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 1,1% em 2019, primeiro ano do governo do presidente Jair Bolsonaro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (4) pelo (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi o terceiro ano seguido de fraco crescimento da economia brasileira. Em 2017 e em 2018, a primeira divulgação do PIB mostrou expansão de 1,1%. Posteriormente, os dados foram revisados para 1,3%. Em 2015 e 2016, houve queda no PIB.
O número veio em linha com as projeções do mercado, apesar da desaceleração nos setores de comércio e serviços no último trimestre do ano, além da queda da indústria.
O IBGE também informou que, no quatro trimestre do ano passado, houve avanço de 0,5% em relação ao trimestre anterior e de 1,7% na comparação com o mesmo período de 2018.
O PIB é uma medida da produção de bens e serviços em um país em um determinado período e o seu aumento é utilizado como sinônimo de crescimento da economia. Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 7,257 trilhões em 2019.
Para 2020, a estimativa é uma alta de 2,17%, segundo pesquisa do Banco Central divulgada na segunda-feira (2). O resultado ainda estará aquém da média de 3% registrada de 1996 a 2014.
Considerando o resultado de 2019 e a projeção para 2020, esse deve ser o resultado mais fraco para o desempenho da economia brasileira nos dois primeiros anos de um mandato presidencial, desde o início de Plano Real, com exceção do verificado em 2015 e 2016, quando a economia teve retração por dois anos seguidos.
Em dezembro de 2018, às vésperas da posse de Bolsonaro, as projeções apontavam para um crescimento da economia de cerca de 2,5% em 2019.
Fatores externos, como a guerra comercial entre China e EUA e a crise argentina, e internos, devido à instabilidade política gerada pelo Executivo, contribuíram para o resultado mais fraco. Também houve frustração em relação aos efeitos esperados com a aprovação da reforma da Previdência e a liberação de recursos do FGTS.
A redução da taxa básica de juros Selic para o seu mínimo histórico é uma das apostas para fomentar a atividade em 2020, mas os efeitos econômicos da epidemia de coronavírus e o efeito da instabilidade política no Brasil sobre a agenda de reformas aparecem como riscos para o crescimento neste ano.
Conforme análise recente divulgada pelo IBRE/FGV em seu Boletim Macro, os números do PIB mostraram que o consumo das famílias permanece como o principal combustível da recuperação no período pós-recessão, enquanto a carência de demanda no país concentra-se na falta de investimento.
Para o instituto, fatores como a falta de uma nova rodada de reformas econômicas no Brasil e as incertezas geradas pela epidemia de coronavírus podem frustrar, mais uma vez, as expectativas de retomada mais forte da economia brasileira.
Indústria cresce com ajuda da construção, que tem alta após cinco anos de queda
A indústria brasileira cresceu em 2019 pelo segundo ano seguido, apesar do resultado ainda baixo: uma expansão de 0,5%, segundo os dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (4).
Uma das subdivisões da indústria, o setor da construção, cresceu 1,6% no ano passado, primeiro resultado positivo após cinco anos de queda. No último trimestre do ano, no entanto, a construção recuou 2,5% em relação ao terceiro trimestre.
Outro destaque positivo foi para a indústria de eletricidade, gás e saneamento (+1,9%). A indústria extrativa, influenciada pela tragédia de Brumadinho (MG), por outro lado, recuou 1,1% no ano. O setor voltou a crescer no quarto trimestre (+0,9%), com a recuperação das atividades de mineração no país.
A indústria de transformação (fabricação de veículos, alimentos e outros produtos) cresceu apenas 0,1% no ano e 0,3% no último trimestre.
O setor de serviço, que responde por mais de 70% do valor adicionado ao PIB (Produto Interno Bruto), cresceu 1,3% em 2019, novamente com destaque para os setores de informação e comunicação (+4,1%), atividades imobiliárias (+2,3%) e comércio (+1,8%).
Os serviços prestados pelo governo ficaram estagnados no ano passado.
A agropecuária também cresceu 1,3% no ano passado, com destaque para produtos como milho, algodão, laranja e feijão.
Na comparação entre 3º e 4º trimestres, os resultados foram: agropecuária (-0,4%), indústria (+0,2%) e serviços (+0,6%).
Consumo das famílias cresce 1,8% e investimento avança 2,2%
Base da recuperação econômica após a recessão iniciada em 2014, o consumo das famílias brasileiras cresceu 0,5% no 4º trimestre de 2019, em relação aos três meses anteriores. No ano, a alta foi de 1,8%.
O consumo das famílias é o principal componente do PIB sob a ótica da demanda, respondendo por 64,8% do cálculo do indicador.
Segundo o IBGE, o crescimento do consumo reflete a melhoria do crédito, o crescimento da massa salarial, a queda dos juros e a liberação de recursos do FGTS, que melhoraram a capacidade de compra do brasileiro.
O investimento na economia brasileira (a chamada Formação Bruta de Capital Fixo) fechou o segundo ano seguido em alta, de 2,2%, mas apresentou retração no quarto trimestre, quando caiu 3,3%. O componente é formado, principalmente, por construção civil e máquinas e equipamentos.
De acordo com o IBGE, os investimentos na construção civil tiveram alta de 1,9% em 2019, na comparação com o ano anterior. Já as compras de máquinas e equipamentos, que refletem o investimento na indústria, cresceram 0,9%.
A taxa de investimentos, públicos e privados, teve leve aumento passando para 15,4%
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