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Economia

- Publicada em 04 de Março de 2020 às 03:00

BC diz que monitora impacto de vírus no Brasil, e especialistas preveem queda da Selic

Decisão do Fed tende a mudar a postura mais conservadora do Banco Central brasileiro

Decisão do Fed tende a mudar a postura mais conservadora do Banco Central brasileiro


Marcello Casal Jr/Agência Brasil/JC
Após mais um dia de reações do mercado e de governos diante da propagação do coronavírus e seus possíveis impactos para a economia global, o Banco Central divulgou nota enfatizando que "monitora atentamente os impactos do surto de coronavírus nas condições financeiras e na economia brasileira".
Após mais um dia de reações do mercado e de governos diante da propagação do coronavírus e seus possíveis impactos para a economia global, o Banco Central divulgou nota enfatizando que "monitora atentamente os impactos do surto de coronavírus nas condições financeiras e na economia brasileira".
De acordo com a autoridade monetária, "à luz dos eventos recentes, o impacto sobre a economia brasileira proveniente da desaceleração global tende a dominar uma eventual deterioração nos preços de ativos financeiros".
A autoridade monetária avisou, no entanto, que "as próximas duas semanas permitirão uma avaliação mais precisa dos efeitos do surto de coronavírus na trajetória prospectiva de inflação no horizonte relevante de política monetária". A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorrerá nos dias 17 e 18 de março.
Na nota, o BC ainda citou o 15º parágrafo da última ata do Copom (de fevereiro), que dizia que: "o eventual prolongamento ou intensificação do surto implicaria em uma desaceleração adicional do crescimento global, com impactos sobre os preços das commodities e de importantes ativos financeiros. O Copom concluiu que a consequência desses efeitos para a condução da política monetária dependerá da magnitude relativa da desaceleração da economia global versus a reação dos ativos financeiros."
Na última decisão do Copom, o BC cortou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto porcentual, para 4,25% a.a. No comunicado da decisão, o colegiado informou "ver como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária".
Entretanto, com o aprofundamento das incertezas em torno dos efeitos do surto de coronavírus nas últimas semanas, a maior parte do mercado passou a apostar em um novo corte na Selic neste mês.
O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou nesta terça-feira (3), em medida extraordinária, um corte nos juros dos fed funds em 50 pontos-base, para a faixa entre 1,0% e 1,25%. A instituição disse que os fundamentos para a economia dos Estados Unidos "continuam fortes", mas que o coronavírus representa "riscos à atividade econômica".
Economistas e analistas de bancos já começam a projetar novas quedas da taxa básica de juros na próxima reunião do Copom. A expectativa é que a Selic fique entre 3,75% e 3,5% no final deste ano.
Segundo o economista-chefe da Garde Asset, Daniel Weeks, a decisão do Fed tende a mudar a postura mais conservadora do BC brasileiro. "A mudança no cenário internacional traz uma assimetria de riscos para uma baixa de inflação no Brasil. Temos um cenário base de corte de 0,25 ponto percentual na Selic, mas na teoria a queda pode até ser maior, a depender do que o BC manifestar. Trabalhamos, agora, com a Selic próxima a 3,5% ao final deste ano", afirmou Weeks.
O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, espera um corte de 0,25 ponto percentual na Selic já na próxima reunião do Copom. "Os dados ainda fracos da atividade, inflação bastante baixa e o desemprego elevado são sinais de que há espaço para queda adicional. E o coronavírus é o gatilho para isso", disse.
Economistas do Goldman passaram a acreditar em um novo corte da taxa básica de juros e projetam que a Selic termine 2020 em 3,75% ao ano.
 
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