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Economia

- Publicada em 04 de Março de 2020 às 03:00

Fed corta juros dos EUA em resposta ao coronavírus

Segundo Jerome Powell, movimento ocorreu devido aos novos riscos

Segundo Jerome Powell, movimento ocorreu devido aos novos riscos


/ERIC BARADAT/AFP/JC
O Fed, banco central americano, surpreendeu o mercado, nesta terça-feira, ao cortar a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,5 ponto percentual, para a faixa de 1% a 1,25% ao ano, o maior incentivo monetário desde a crise financeira de 2008. O movimento é uma resposta aos riscos econômicos que a epidemia de coronavírus representa.

O Fed, banco central americano, surpreendeu o mercado, nesta terça-feira, ao cortar a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,5 ponto percentual, para a faixa de 1% a 1,25% ao ano, o maior incentivo monetário desde a crise financeira de 2008. O movimento é uma resposta aos riscos econômicos que a epidemia de coronavírus representa.

Segundo o presidente do Fed, Jerome Powell, a doença mudou o cenário para a economia americana neste ano, aumentando, de forma concreta, os riscos. "O coronavírus e as medidas utilizadas para contê-lo vão, certamente, pesar na atividade econômica dos EUA e de outros países por algum tempo. Estamos começando a ver os efeitos nos setores de viagem e turismo, e ouvindo reclamações de indústrias que dependem de cadeias de suprimentos globais. A magnitude e a persistência dos efeitos econômicos ainda são altamente incertas", afirmou Powell em entrevista coletiva à imprensa, após o anúncio do corte. Segundo o Fed, contudo, a economia americana continua forte, com baixas taxas de desemprego, aumento do salário médio e aquecimento do setor imobiliário.

Além de vir de uma reunião extraordinária, o corte de juros também surpreendeu porque, nas duas últimas semanas, autoridades do Fed afirmaram que ainda não viam necessidade de uma resposta monetária. Segundo Powell, o cenário mudou com a disseminação da epidemia do coronavírus pelos Estados Unidos. No país, já são mais de 100 casos e seis mortes.

O Fed havia sinalizado, na sexta-feira, que poderia tomar medidas para minimizar o dano do surto da doença sobre a atividade econômica, após uma semana de forte queda das bolsas globais e aumento do risco.

O corte de juros é uma medida de incentivo monetário à economia. Com juros baixos, fica mais barato tomar crédito e empreender, e menos vantajoso manter o dinheiro em aplicações de renda fixa, tornando o mercado acionário mais atrativo. Como as ações são maneiras de se investir em empresas, a ida de investidores para a bolsa também pode contribuir para uma aceleração da atividade econômica.

Investidores estão céticos quanto aos efeitos positivos de um corte de juros na economia e temem que o risco do coronavírus seja maior do que precificam. Economistas do Goldman Sachs disseram que a economia americana escaparia de uma recessão por enquanto, mas reduziram a zero a projeção de crescimento do PIB americano no primeiro trimestre, em termos anualizados. Antes, o banco estimava alta de 0,9%.

Já o economista-chefe do JP Morgan nos EUA, Michael Feroli, agora, vê em 50% a chance do Fed se ver forçado a reduzir a taxa de juro americana a zero ainda neste ano. Uma semana antes, Feroli via essa chance em 33%.

Além do corte de juros, Powell disse que podem ser concedidos estímulos fiscais. O presidente Donald Trump também se mobiliza para incentivar a economia e afirmou que trabalha com o Congresso para viabilizar um fundo emergencial de US$ 8,5 bilhões (R$ 38,1 bilhões) para acelerar a resposta do país ao coronavírus.

Na segunda, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) havia conclamado bancos centrais e governos a agir para evitar danos maiores à economia global. Antes dos cortes, a organização havia pedido que os BCs sinalizassem o compromisso de corte, caso necessário. Nesta terça-feira, os ministros de finanças do G7 discutiram ações conjuntas para minimizar os efeitos econômicos do coronavírus.

O pânico sobre os potenciais danos à economia de um avanço do coronavírus se disseminou durante o período de Carnaval no Brasil. A disseminação da doença por Itália, Coreia do Sul e Irã elevou a preocupação de investidores.

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