Jefferson Klein
A Certel tem planos para implantar uma série de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs - usinas de 5 MW a 30 MW de potência e que devem ter menos de 13 quilômetros quadrados de área de reservatório) no rio Forqueta, no Vale do Taquari. O foco da cooperativa no momento é a PCH Vale do Leite, que será construída entre os municípios de Pouso Novo e Coqueiro Baixo, devendo ser concluída no final de 2022.
O investimento previsto é de R$ 45 milhões, e a potência instalada da usina será de 6,4 MW, o que é suficiente para abastecer com energia uma população de aproximadamente 20 mil pessoas. O ambiente da venda da geração ainda não foi definido; contudo, o presidente da Certel, Erineo José Hennemann, adianta que, provavelmente, a comercialização será realizada no mercado livre de energia (formado por grandes consumidores, que podem escolher de quem vão comprar a eletricidade).
Os trabalhos iniciais, como as análises quanto às obras de fundação da PCH e de geologia, já começaram, e as ações serão intensificadas a partir de meados de março. No pico das atividades, a construção deverá gerar em torno de 350 postos de emprego. O empreendimento sofreu um pequeno atraso devido à montagem da esquematização de financiamento e aguardo de liberações ambientais e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Hennemann ressalta que o financiamento para o projeto é um diferencial dentro do sistema cooperativo, pois uniu quatro Sicredis da região próxima à usina: Ouro Branco (Teutônia), Integração RS/MG (Lajeado), Região dos Vales (Encantado) e Botucaraí (Soledade). Essas instituições financeiras disponibilizarão a totalidade dos recursos necessários para implantação da estrutura.
O dirigente ressalta que as PCHs são fontes limpas e renováveis, gerando renda e energia elétrica dentro do Rio Grande do Sul. A Certel, além da PCH Vale do Leite, pretende implementar mais quatro usinas no rio Forqueta. Os cinco complexos somados totalizarão uma potência de quase 25 MW e absorverão em torno de R$ 250 milhões em investimentos. O próximo empreendimento a ser iniciado, após a finalização da Vale do Leite, será a PCH Olaria, que terá a casa de máquinas em Coqueiro Baixo e capacidade de cerca de 4 MW.
A Certel também planeja intensificar ações na área da energia solar. No entanto, Hennemann destaca que, como a regulamentação desse setor encontra-se, hoje, sendo discutida por parte do governo federal, a cooperativa irá esperar as normas do segmento serem consolidadas para avançar com a ideia. No campo da energia renovável, o grupo retomará estudos de projetos de produção eólica, na região de Teutônia, no morro da Harmonia.
A Certel ainda fechou, recentemente, um financiamento de R$ 10 milhões com o BRDE que será utilizado na melhoria da rede elétrica mantida pela cooperativa. Em áreas como geração e distribuição, o grupo sediado em Teutônia deverá aportar de R$ 70 milhões a R$ 80 milhões neste ano.