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Economia

- Publicada em 26 de Fevereiro de 2020 às 21:16

Tombo da bolsa testa os investidores novatos

Regra de "comprar na baixa para vender na alta" segue válida para momentos de grandes quedas repentinas

Regra de "comprar na baixa para vender na alta" segue válida para momentos de grandes quedas repentinas


WARREN/DIVULGAÇÃO/JC
Marcelo Beledeli
A forte queda de 7% do Ibovespa (índice de referência da Bolsa de São Paulo) nesta quarta-feira (26), influenciada pelos riscos econômicos do surto mundial de coronavírus, testou o sangue frio dos investidores. Analistas de mercado de capitais destacam que, em situações como essa, é preciso muito controle para decidir a venda ou compra de ações.
A forte queda de 7% do Ibovespa (índice de referência da Bolsa de São Paulo) nesta quarta-feira (26), influenciada pelos riscos econômicos do surto mundial de coronavírus, testou o sangue frio dos investidores. Analistas de mercado de capitais destacam que, em situações como essa, é preciso muito controle para decidir a venda ou compra de ações.
"Um dia como esse é um teste para que quem está começando na Bolsa veja se entendeu mesmo o que significa estar no mercado", afirma William Teixeira, sócio e head de renda variável da Messem Investimentos. O especialista lembra que, no ano passado, houve uma entrada massiva de investidores na B3 (cerca de 800 mil pessoas físicas durante o ano), que não haviam sofrido ainda grandes estresses nos pregões. "O investidor tem que pensar bem a maneira como está se expondo aos riscos e fazer a gestão adequada de carteira. Um momento como esse mostra a realidade de como é mercado", destaca.
Teixeira afirma que a regra de "comprar na baixa para vender na alta" segue válida para momentos de grandes quedas repentinas, como nesta quarta-feira. "Houve muita oportunidade sendo gerada, mas é preciso prestar atenção nos papéis", destaca o sócio da Messem, lembrando que a tendência é de que os efeitos do coronavírus na economia sejam fortes apenas no curto prazo.
Em relatório, a XP Investimentos destacou que "momentos como esse podem levar a fortes baixas nos papéis no curto prazo, mas empresas com bons fundamentos devem se manter sólidas no longo prazo". Entretanto, a corretora lembra que, no curto prazo, a principal preocupação para as empresas se refere ao potencial impacto que uma desaceleração econômica, a partir das economias impactadas pelo coronavírus, possa ter em seus resultados.
Thomaz Fortes, gestor de fundos da corretora digital Warren, lembra que já existem fatos que garantem perdas para alguns setores empresariais no curto prazo. "Na bolsa norte-americana houve revisão dos lucros por ação para baixo, já ouvi sobre revisão do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro (a pesquisa Focus, do Banco Central, reduziu a estimativa de crescimento do PIB de 2020 de 2,23% para 2,20%), em boa parte por conta das relações comerciais do Brasil com a China, então é provável que haja choques em outros setores além dos óbvios, como turismo e combustíveis", explica.
Entretanto, o analista lembra que, embora algumas empresas, principalmente as ligadas com o comércio exterior, tenham perdas fortes no curto prazo, ainda não existem razões para supor um efeito maior para investimentos a longo prazo. "O futuro dos negócios não mudou em 24 horas. Os fundamentos do valor de uma ação são os lucros que a empresa deve retornar ao investidor e sua capacidade de crescimento futura, e a tendência geral para os próximos ainda não mudou. Então não vale a pena um desconto tão forte nas ações", diz Fortes.
O gestor da Warren também lembra que fenômenos parecidos ocorreram nas bolsas globais em outras epidemias mundiais, como a da síndrome respiratória aguda grave (SARS), entre 2002 e 2003, mas os mercados se recuperaram pouco tempo após o surto da doença. "Os preços vão se ajustando aos poucos. Uma queda como essa assusta, mas tomar uma decisão baseada em emoção, seja comprar ansiedade ou vender por medo do preço derreter, tende a dar errado", afirma
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