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Estatais

- Publicada em 19 de Fevereiro de 2020 às 03:00

Caixa, BB e Petrobras ainda não serão privatizados

Venda de ações da estatal do petróleo já rendeu R$ 22 bilhões

Venda de ações da estatal do petróleo já rendeu R$ 22 bilhões


/STÉFERSON FARIA/AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC
A privatização da Caixa, Banco do Brasil e Petrobras não está no escopo do atual mandato do governo de Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira, o secretário especial de Desestatização e Desinvestimentos do Ministério da Economia, Salim Mattar, em evento do BTG Pactual. "Vamos fazer as privatizações pelas bordas. Talvez no próximo governo", citou.
A privatização da Caixa, Banco do Brasil e Petrobras não está no escopo do atual mandato do governo de Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira, o secretário especial de Desestatização e Desinvestimentos do Ministério da Economia, Salim Mattar, em evento do BTG Pactual. "Vamos fazer as privatizações pelas bordas. Talvez no próximo governo", citou.
Mattar afirmou que a população brasileira hoje está menos resistente às privatizações, a despeito de algumas greves, como a da Petrobras, com os funcionários se colocando contra elas. No ano passado as desestatizações e privatizações ocorreram em ritmo mais lento do que o desejado pelo governo porque havia um foco na reforma na previdência, comentou. Como grande parte das privatizações precisam de aval do Congresso, o governo decidiu não queimar capital político. Mesmo assim, disse, o governo superou em 2019 a metade de vender R$ 80 bilhões em ativos e finalizou o ano em
R$ 105 bilhões.
Para este ano a meta é de chegar em R$ 150 bilhões e já foram vendidos R$ 29 bilhões. Desse montante, R$ 22 bilhões vieram da venda de ações da Petrobras da carteira de renda variável do BNDES. "Estamos muito animados com o que podemos entregar", disse, em evento do BTG Pactual no período da manhã.
Mattar afirmou que o Congresso está "altamente receptivo às propostas do governo". Disse ainda que o projeto de saneamento está caminhando muito bem, mesmo com a resistência de alguns estados. Para algumas privatizações, contudo, o processo pode ser mais lento, como nos Correios, que precisa de uma mudança na Lei. "A privatização vai acontecer, mas talvez não na velocidade que gostaríamos", disse.
Na fila para serem vendidas, a previsão é de que a Emgea seja privatizada em julho e a Agência Brasileira de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF) em setembro.
Mattar afirmou que a Enel, que vive uma batalha em Goiás depois de comprar a Celg D, "vem fazendo a sua lição de casa". Sua expectativa é, ainda, que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, "deve ser mais ponderado em relação à Enel".
O secretário disse, ainda, que a Enel foi a única interessada no leilão da Celg, a distribuidora de Goiás, que segundo ele, "tinha péssimos serviços" e não conseguiu atrair mais interessados.

Capitalização da Eletrobras está prevista para 2020

O secretário de Desestatizações e Desinvestimentos do Ministério da Economia, Salim Mattar, também afirmou que a Eletrobras será capitalizada em 2020. Segundo ele, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), estão convencidos da necessidade disso. "As conversas estão indo muito bem", afirmou o secretário. "Temos grandes aliados na Câmara e no Senado."
Mattar afirmou que em poucos dias o governo pretende concluir a modelagem da capitalização. "Estamos alinhavando e finalizando a modelagem para o mercado e para o governo, pois como é uma empresa que pertence ao pagador de impostos, temos de vender a perda de controle pelo melhor valor possível", disse. O secretário ressaltou que a Eletrobras tem uma capacidade de investir até R$ 4 bilhões por ano, menor do que a necessária.

Maia pede decisão do governo sobre os Correios

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mandou um recado ao governo federal cobrando maior celeridade na definição de seu parecer sobre as privatizações. De acordo com o parlamentar, se o governo não quer privatizar os Correios, por exemplo, que decida logo para que o Congresso possa quebrar logo o monopólio da estatal. Para Maia, as indefinições acabam sendo prejudiciais para a agenda.
"Se o governo não quer privatizar os Correios, que decida logo, para quebrarmos o monopólio", disse o deputado. Maia disse, por exemplo, estar vendo resistências no Senado à privatização da Eletrobras e que, por isso, será preciso ajustar a modelagem ao que atende ao Senado. Até porque, segundo o deputado presidente da Câmara, quanto mais se aproxima a eleição municipal mais difícil se torna privatizar a Eletrobras.