Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 16 de Fevereiro de 2020 às 22:03

Dólar alto dificulta planejamento de viagens

Moeda norte-americana alcançou maior valor nominal no dia 12

Moeda norte-americana alcançou maior valor nominal no dia 12


/FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Carlos Villela
O turista brasileiro que pretende trocar reais por dólares para uma viagem encontra um cenário pouco favorável essa transação. Na última quarta-feira (12), o dólar atingiu o maior valor nominal de sua história, batendo R$ 4,351. A previsão da Focus, divulgada no dia 10, é que o dólar deva fechar o ano em R$ 4,10.
O turista brasileiro que pretende trocar reais por dólares para uma viagem encontra um cenário pouco favorável essa transação. Na última quarta-feira (12), o dólar atingiu o maior valor nominal de sua história, batendo R$ 4,351. A previsão da Focus, divulgada no dia 10, é que o dólar deva fechar o ano em R$ 4,10.
Jason Vieira, economista-chefe da gestora Infinity Asset Management, afirma que qualquer cenário relacionado a uma possível baixa do dólar é marcado por uma total imprevisibilidade. "Tem a piada que o dólar é feito para economista passar vergonha, porque é difícil geral qualquer nível de previsibilidade dada todas as características que podem levar às variações das divisas, desde interna até externa", explica.
Ele argumenta que há movimentos futuros que dão possibilidade de valorização do real frente ao dólar, como a perspectiva de retorno do investidor estrangeiro com privatizações e concessões, mas ao mesmo tempo esse dinheiro externo pode não voltar na velocidade que se espera e as concessões podem demorar para sair. "Esperamos que o dólar abaixe um pouco, a dureza é que isso depende de elementos que são literalmente imprevisíveis", diz.
Para Bruno Madruga, head de renda variável da assessoria de investimentos Monte Bravo, a elevação da moeda americana é ligada ao bom momento da economia dos Estados Unidos, que está com uma geração de empregos acima do esperado e segue a quase onze anos sem recessão.
"O dólar está se valorizando frente a todas as moedas emergentes frente ao mundo inteiro assim", fala. Outro fator que impacta a alta do dólar, explica Madruga, é a taxa Selic. Com a taxa de juros caindo no Brasil, a rentabilidade de títulos brasileiros fica próximas dos títulos americanos, considerados os mais seguros do mundo. Assim, o investidor estrangeiro vende o juro brasileiro e compra a moeda americana.
O que Madruga pede que o viajante brasileiro se atente é ao cálculo que deve ser feito na compra, e o impacto que o aumento do dólar tenha no planejamento da viagem. "Se ela precisa comprar US$ 1 mil a R$ 4,20 ela vai gastar R$ 4,2 mil, que com o dólar a R$ 4,30 vai se transformar em R$ 4,3 mil. Será que faz tanta diferença já que ela vai ter que se planejar para gastar no exterior?", questiona. "Por mais que esteja R$ 4,10, R$ 4,20, R$ 4,30, a diferença vai estar em quanto ela planeja gastar em dólar lá fora, porque US$ 1 mil é US$ 1 mil. Tem que ver se, e como, essa diferença impacta nas finanças".
De acordo com a CVC Turismo, a empresa observou uma desaceleração nas viagens para os Estados Unidos em comparação com o ano de 2018. Desde que o dólar ultrapassou o valor de R$ 4, a CVC passou a oferecer uma taxa de câmbio reduzida de R$ 3,95 para a compra de serviços como passagens aéreas, hospedagens e ingressos para parques da Disney nas lojas da empresa. Entretanto, segundo a CVC, destinos turísticos na América do Sul passaram a ser mais procurados pelo público brasileiro em detrimento de destinos que o dólar é a moeda principal. De acordo com a companhia, as viagens para Buenos Aires em 2019 tiveram um crescimento de 26% em comparação com 2018. Além disso, viagens para destinos frios como a Patagônia, que costumam ter procura a partir do mês de março, já estão no radar dos turistas.
Para Madruga, um fator importante para baixar o dólar seria a retomada da economia nacional, que ele percebe como muito lenta e gradual, e essa baixa não deve ocorrer em até dois ou três anos. "No ano de 2020, é bem difícil a gente ver o dólar chegando a R$ 4 mas, a partir de 2022 e com aprovação de reformas estruturais, pode ter essa redução", disse.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO