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Economia

- Publicada em 06 de Fevereiro de 2020 às 15:03

Fumo, carnes e produtos florestais reduzem perdas com embarques de soja no RS

Venda de fumo ampliou sua participação nas exportações do campo em 2019

Venda de fumo ampliou sua participação nas exportações do campo em 2019


ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Thiago Copetti
Puxadas para baixo pela soja, as exportações do agronegócio gaúcho tiveram queda de 3,1% em 2019 no comparativo com 2018, somando US$ 11,8 bilhões em negócios, US$ 384 milhões a menos do que no ano anterior. A retração é fruto de 14% menos soja embarcada e 23% menos dólares captados. Sozinha, a soja retirou da balança comercial do Estado quase US$ 1,5 bilhão no ano passado, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (6) pela Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).
Puxadas para baixo pela soja, as exportações do agronegócio gaúcho tiveram queda de 3,1% em 2019 no comparativo com 2018, somando US$ 11,8 bilhões em negócios, US$ 384 milhões a menos do que no ano anterior. A retração é fruto de 14% menos soja embarcada e 23% menos dólares captados. Sozinha, a soja retirou da balança comercial do Estado quase US$ 1,5 bilhão no ano passado, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (6) pela Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).
Segundo o estudo elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE/Seplag), os números negativas da oleaginosa decorrem do elevado volume comprado em 2018 pela China, e não repetido em 2019. Além de ter retomado parcialmente as compras dos Estados Unidos no ano passado, a ocorrência da Peste Suína Africana reduziu a demanda chinesa pela soja, um dos principais insumos para a alimentação do plantel. E as perspectivas para 2020 não são das melhores, já que o recente acordo firmado entre as duas maiores economias mundiais prevê prioridade na compra do grão norte-americano a partir de agora.
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A boa notícia, e fator que pode levar à expansão dos negócios com a soja em 2020, é o mercado interno, explica Rodrigo Feix, economista responsável pelo estudo juntamente com Sérgio Leusin Jr. Isso porque o momento é favorável para o esmagamento da soja em unidades no mercado interno, em função dos incentivos do RenovaBio, que amplia a mistura de biodiesel no combustível a partir de março. Além disso, a demanda externa de carnes estimula a indústria nacional de rações. Uma vez que o Estado é grande produtor de aves e suínos, o consumo local deve ser ampliado.
É no item carnes, por sinal, que está uma das maiores altas nas exportações em 2019, de acordo com estudo da Seplag. E deve subir ainda mais em 2020 a partir das novas habilitações de frigoríficos gaúchos pela China nos últimos meses. A venda de proteína animal foi ampliada de US$ 1,247 bilhão em 2018 para US$ 1,684 bilhão em 2019 - 35,1% a mais, agregando US$ 437,4 milhões à balança. Outros dois itens positivos na pauta e que ajudaram a amenizar a perda de divisas com a soja foi a elevação nos negócios do fumo (13,9% a mais, de US$ 1,55 bilhão para US$ 1,77 bilhão) e dos produtos florestais (alta de 46%, de U$ 1,05 bilhão para U$ 1,54 bilhão). O fumo também ganhou mercado com os consumidores chineses, comenta Feix.
“Ao contrário do que ocorre aqui em muitos países, onde o consumo de cigarro cai, os chineses estão fumando mais. O volume exportado pelo Rio Grande do Sul para lá é o maior ao menos desde 2009”, destaca o economista.
Se o Estado vem ganhando participação na venda de tabaco para exportações, perde na industrialização, no entanto. De acordo com o economista, com o atrativo de impostos menores fora daqui e a proximidade maior com o mercado consumidor (o Sudeste), a fabricação de cigarros vem registrando queda no Estado.
“Um exemplo é a Souza Cruz, que vem reduzindo a fabricação aqui para priorizar a produção em outras unidades, como fez ao encerrar a produção em Cachoeirinha”, exemplifica Feix.
Com essa migração, o número de empregos gerados pela fumicultura no Estado encolheu significativamente. Ao contrário de 2018, quando teve um saldo positivo de 119 vagas, em 2019 perdeu 488 postos. A geração de trabalho formal no agronegócio gaúcho foi bastante tímida e muito aquém do visto em outros Estados.
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RS agregou 331 empregos formais no setor em 2019. Fonte: DEE/Seplag/Reprodução/JC
O Rio Grande do Sul agregou apenas 331 empregos formais no setor em 2019, ante 9,6 mil em Santa Catarina e 7 mil no Mato Grosso, por exemplo. Ainda que tenha ficado positivo em comparação com o Paraná, por exemplo, que teve queda de 2,6 mil vagas, o Estado gera bem menos empregos no agronegócio do que os paranaenses: 321 mil aqui ante 423,8 mil lá. Ao todo, a produção agrícola e pecuária teve um saldo positivo de quase 40 mil vagas de trabalho criadas entre 2018 e 2019.
“O setor de carnes gera muitos postos, e por isso o destaque de Santa Catarina, forte nesse segmento. Mas podemos ter alguma mudança no setor a partir de 2021. A JBS anunciou que irá colocar uma unidade produtiva na Arábia Saudita, um grande comprador de carnes do Brasil ”, alerta Feix.
Outros dados do estudo
  • Se com a soja o movimento foi de queda, os setores de fumo, carnes, produtos florestais e de cereais, farinhas e preparações tiveram incremento expressivo nas vendas.
  • Considerando os destinos das exportações, a China segue dominante na lista dos países compradores. O gigante asiático foi o principal parceiro do RS, responsável por 45,4% do valor total comercializado. União Europeia (14,6%), Estados Unidos (4,6%), Arábia Saudita (2,8%), Coreia do Sul (2,3%) e Irã (1,8%) seguem o ranking dos principais destinos.
  • A queda nas vendas de máquinas e implementos agrícolas foi a principal causa para a redução no comércio com a Argentina (menos US$ 111,3 milhões; -36,4%), a segunda maior queda em valores absolutos no ano, atrás apenas da União Europeia (menos US$ 154,9 milhões; -8,2%).
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