Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 31 de Janeiro de 2020 às 17:00

Desemprego cai a 11% no trimestre encerrado em dezembro, com criação de vagas no comércio

O resultado foi influenciado pela criação de vagas formais, de mais de 593 mil trabalhadores

O resultado foi influenciado pela criação de vagas formais, de mais de 593 mil trabalhadores


CARL DE SOUZA/AFP/JC
A taxa de desemprego no Brasil voltou a recuar no último trimestre de 2019, segundo dados da Pnad Contínua, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. O resultado dos três meses encerrados em dezembro caiu para 11%, em linha com a expectativa de analistas. Mas o desemprego ainda atinge 11,6 milhões de brasileiros.
A taxa de desemprego no Brasil voltou a recuar no último trimestre de 2019, segundo dados da Pnad Contínua, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. O resultado dos três meses encerrados em dezembro caiu para 11%, em linha com a expectativa de analistas. Mas o desemprego ainda atinge 11,6 milhões de brasileiros.
O indicador é melhor do que o registrado no trimestre encerrado em setembro, que serve como comparação, quando 12,5 milhões de pessoas estavam sem emprego, e a taxa estava em 11,8%. A taxa de desemprego segue no menor patamar desde o trimestre encerrado em março de 2016, quando foi de 10,9%. Para trimestres encerrados em dezembro, é a menor taxa desde 2015, quando ficou em 8,9%.
O resultado foi influenciado pela criação de vagas formais (mais 593 mil trabalhadores), sobretudo no comércio, com as contratações de fim de ano. Mas a informalidade segue alta. No ano, ela foi recorde, apesar de leve recuo no último trimestre.
Se comparado ao quarto trimestre de 2018, houve aumento de 1,8 milhão de pessoas ocupadas no período, assim como crescimento da força de trabalho (1,3 milhão). Isso significa que mais pessoas estão procurando emprego, disponíveis para trabalhar.
Os setores de comércio, bem como de alimentação e alojamento foram os únicos que apresentaram elevação da ocupação no período, na comparação com os três meses encerrados em setembro. Foram mais 376 mil e 179 mil pessoas ocupadas em profissões desses grupos.
Os demais setores, como a construção civil, apresentaram estabilidade, na avaliação do IBGE, com exceção agricultura e pecuária, que apresentou queda de 2,1% no período, perdendo cerca de 178 mil postos no período.
- Houve um aumento significativo da ocupação relacionada às contratações a partir do terceiro trimestre com expansão em diversas atividades no fim do ano, com uma aceleração do comércio. Essa conjunção, com atividades que vinham retendo pessoas nos últimos trimestres, e o efeito de fim de ano, fez com que a taxa tivesse a queda mais acentuada - afirma Adriana Beringuy, analista do IBGE.
A informalidade segue elevada. Se considerados todos os tipos de ocupações informais - por conta própria ou no setor privado sem carteira assinada ou CNPJ - já são 41% da população ocupada, segundo dados do trimestre. São 38,7 milhões nessa situação entre os mais de 94,6 milhões de pessoas empregadas.
O contingente é menor do que o registrado nos três meses encerrados em setembro.
Para Adriana, é preciso aguardar o resultado dos próximos meses para saber se essa melhora mais acelerada do mercado de trabalho será mantida ou apenas uma questão sazonal de final de ano.
- Essa melhora da ocupação mais intensa estamos assistindo no segundo semestre de 2019, mas se isso é uma tendência não apenas de recuperação, mas também de manutenção para os próximos trimestres, só no decorrer do tempo vamos saber.
O avanço de um mercado de trabalho com postos de menor remuneração fez com que o rendimento médio do brasileiro ficasse praticamente estagnado na comparação com 2018. A média anual foi de R$ 2.330, com pequena alta de 0,4% em relação a 2018, quando foi de R$ 2.321.
No ano, a taxa média de desemprego foi de 11,9%, 0,4 ponto percentual a menos que a registrada em 2018.
A melhora do mercado de trabalho foi puxada pelo avanço da informalidade nas ocupações. No ano passado, 41,4% da força de trabalho não tinham vínculos formais de trabalho, o equivalente a 38,4 milhões de pessoas, na média do ano. Este é o maior contingente desde 2016, quando foi inciada a série histórica. Se comparado com 2018, 1 milhão de pessoas entraram no grupo de informais ao longo de 2019.
Em 2018, o Brasil tinha 24,2 milhões de trabalhadores por conta própria, sendo sendo que a maior parte (19,3 milhões), sem CNPJ. Em um ano, esse grupo ganhou 958 mil novos trabalhadores.
Já o número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado avançou 4% em um ano, atingindo 11,6 milhões de profissionais. A quantidade de trabalhadores domésticos chegou a 6,3 milhões, permanecendo praticamente estável em relação à estimativa de 2018 (6,2 milhões).
Os números por trás do desemprego
11,6 milhões de desempregados - São os brasileiros que buscaram uma vaga na semana da pesquisa do IBGE, mas não encontraram.
26,2 milhões de subutilizados - A conta considera os trabalhadores desempregados, subocupados e a força de trabalho potencial. A redução de -4,7% se comparado ao trimestre encerrado em setembro, mas de 2,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.
6,8 milhões de subocupados por insuficiência de horas - Aqueles que trabalharam menos de 40 horas semanais e gostariam de ter uma jornada maior. A taxa ficou estável se comparado ao mesmo período do ano anterior.
7,7 milhões na força potencial - Considera quem procurou uma vaga,mas,por algum motivo, como cuidado com um parente,não estava disponível para trabalhar; e quem não procurou,mas estava disponível, considerando os desalentados. São menos 160 mil pessoas nessas condições na comparação com o último trimestre, mas estável na comparação com o mesmo período do ano passado.
Agência O Globo
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO