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Economia

- Publicada em 29 de Janeiro de 2020 às 03:00

Impacto de preços da carne na inflação deve ser menor em 2020

Para Campos Neto, recuperação econômica do País é gradual

Para Campos Neto, recuperação econômica do País é gradual


JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA SENADO/JC
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a dizer que a autoridade monetária reconhece que ocorreu, em 2019, um impacto da alta dos preços da carne na inflação maior do que o esperado, o qual será dissipado rapidamente, gerando menos efeito em 2020. Ele palestrou ontem em evento a convite do banco Credit Suisse.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a dizer que a autoridade monetária reconhece que ocorreu, em 2019, um impacto da alta dos preços da carne na inflação maior do que o esperado, o qual será dissipado rapidamente, gerando menos efeito em 2020. Ele palestrou ontem em evento a convite do banco Credit Suisse.
"Choque da proteína na inflação foi antecipado mas achamos que também vai se dissipar mais rapidamente. Tivemos mais efeito em 2019 do que imaginávamos mas vamos ter menos efeito em 2020", disse ele, ao citar os riscos considerados pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Além disso, sobre riscos externos, Campos Neto afirmou que o Copom enxerga uma suavização do risco de desaceleração global, boa parte apoiada no crescimento da Ásia. Além disso, estão na mira o tema do crescimento americano e quanto do impulso fiscal feito recentemente vai gerar efeito na atividade; guerra comercial; e fatores geopolíticos.
Quanto a crescimento, Campos Neto voltou a dizer que os números do Banco Central são "menos voláteis" do que os do mercado, e que a autoridade monetária entende a recuperação como gradual. "No quarto trimestre, de um mês para o outro, vi gente que tinha (como estimativa) 0,3% e foi para 1%, nossos números estão menos voláteis", comentou.
Ele também frisou que o BC tem reforçado nos últimos meses o recado de que apenas a reforma da Previdência não seria suficiente. "Fizemos trabalho intenso para falar que não era só previdência que estávamos falando, tem tributária, administrativa, microrreformas, a parte de competitividade. Cadência e continuidade nas reformas são muito importante", destacou, afirmando que as reformas microeconômicas, como no crédito, "aumentam o canal de transmissão".
O presidente do BC destacou ainda que a inadimplência não preocupa o governo neste momento e que a liberação de recursos do FGTS contribuiu para que o indicador de endividamento terminasse o ano em queda.
De acordo com os dados apresentados por Campos Neto, a inadimplência recuou 0,2% em dezembro do ano passado em relação ao mesmo mês do ano anterior. Embora o efeito do FGTS, que ajudou alguns consumidores a quitarem suas dívidas, possa estar "poluindo" um pouco os dados, no sentido de melhorá-los, a inadimplência não é vista neste momento como uma preocupação pelo BC.
O presidente do BC falou também sobre o futuro do sistema financeiro e disse haver espaço para que grandes bancos e fintechs possam se complementar na oferta de serviços a um público cada vez maior.
"Como é que eu vejo o sistema lá na frente? Eu vejo uma coisa instantânea, interoperável e aberta. Significa maior bancarização, menor custo de intermediação financeira, maior especialização. Os bancos provavelmente no futuro não vão fazer de tudo, vai ter alguma coisa que vai ter alguma fintech que vai ocupar aquele espaço", afirmou.
O presidente do Banco Central afirmou ainda que a autoridade monetária olha para o avanço do dólar sobre o real sob dois aspectos: se há uma contaminação das expectativas de inflação e se há um acompanhamento de deterioração das demais variáveis de risco. Segundo ele, a desvalorização recente na moeda brasileira não desperta nenhuma das duas variáveis de preocupação.
 
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