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Conjuntura

- Publicada em 23 de Janeiro de 2020 às 03:00

Brasileiro mais pobre levaria nove gerações para atingir renda média do País

O Brasil ocupa o 60º lugar entre 82 países em um ranking que mede o índice de mobilidade social, ou seja, o quanto uma pessoa que nasce em determinadas condições socioeconômicas tem chances de melhorar essa posição ao longo da vida. A lista integra um relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial. Segundo o documento, um brasileiro nascido no patamar mais baixo de renda levaria nove gerações para chegar à renda média do País. Na Dinamarca, que lidera o ranking, essa ascensão social demoraria só duas gerações.
O Brasil ocupa o 60º lugar entre 82 países em um ranking que mede o índice de mobilidade social, ou seja, o quanto uma pessoa que nasce em determinadas condições socioeconômicas tem chances de melhorar essa posição ao longo da vida. A lista integra um relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial. Segundo o documento, um brasileiro nascido no patamar mais baixo de renda levaria nove gerações para chegar à renda média do País. Na Dinamarca, que lidera o ranking, essa ascensão social demoraria só duas gerações.
Os dinamarqueses são seguidos de Noruega e Finlândia. A Costa do Marfim está na última colocação. Na América do Sul, o Brasil está atrás de Uruguai (35º), Chile (47º) e Equador (57º). Já Colômbia (65º), Peru (66º) e Paraguai (69º) vêm atrás.
O estudo do fórum aponta a baixa mobilidade social como "causa e consequência do aumento das desigualdades" e diz que ela prejudica o crescimento econômico e a coesão social.
Para chegar ao índice, o relatório analisa 10 itens em cinco áreas: saúde, educação, tecnologia, trabalho e proteção social. O Brasil tem um dos piores resultados para o item aprendizagem ao longo da vida, ocupando a 80ª posição, a antepenúltima do ranking. Só ganha da Geórgia e do Bangladesh.
O relatório aponta, ainda, que o Brasil se destaca negativamente por um alto índice de crianças que, aos 10 anos, não atingiram o nível mínimo de educação. Ele recomenda que o País reduza a proporção de alunos por professor.
O documento também sugere que melhorar as oportunidades de aprendizagem ao longo da vida pode ajudar o País a reduzir os níveis de desemprego. Diz também que "esforços adicionais poderiam ser feitos para diminuir os níveis de desemprego entre os trabalhadores com educação básica (15,3%) e intermediária (14,1%)".
Segundo o estudo, a falta de mobilidade social "é um grande problema, não apenas para o indivíduo, mas também para a sociedade e a economia", porque "o capital humano é a força motriz do crescimento econômico".
"A fraca mobilidade social, aliada à desigualdade de oportunidades, sustenta esses atritos, sugerindo que, se o nível de mobilidade social fosse aumentado, poderia atuar como uma alavanca do crescimento econômico", registra o documento.
O relatório diz que poucos países têm, hoje, condições de promover mobilidade social e diminuir a desigualdade. "Em média, nas principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento, os 10% mais ricos recebem quase 3,5 vezes a renda dos 40% mais pobres", aponta.
Se os países do ranking aumentassem o índice de mobilidade social em 10 pontos, diz o texto, o PIB (Produto Interno Bruto) mundial teria um crescimento adicional de 4,41% até 2030, além de vastos benefícios sociais.

A situação brasileira

Posição do Brasil em cada componente do ranking geral:
- Aprendizagem ao longo da vida: 80ª
- Instituições inclusivas: 74ª
- Oportunidade de trabalho: 69ª
- Qualidade e equidade da educação: 65ª
- Distribuição justa de salário: 64ª
- Saúde: 60ª
- Acesso à educação: 57ª
- Acesso à tecnologia: 55ª
- Condições de trabalho: 39ª
- Proteção social: 38ª