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Indústria

- Publicada em 17 de Janeiro de 2020 às 03:00

Atividade industrial gaúcha não mostra sinais de reação

Alta no decorrer do ano passado foi sustentada principalmente por veículos automotores (9,6%)

Alta no decorrer do ano passado foi sustentada principalmente por veículos automotores (9,6%)


/LUIZA PRADO/JC
O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), nesta quinta-feira, feito o ajuste sazonal, mostra uma queda de 0,8% em novembro de 2019, na comparação com outubro, quando já havia recuado 1,1%. O resultado revela uma nova fase de declínio a partir de junho de 2019, o que leva a atividade industrial no Estado no mês aos patamares de março de 2018.
O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), nesta quinta-feira, feito o ajuste sazonal, mostra uma queda de 0,8% em novembro de 2019, na comparação com outubro, quando já havia recuado 1,1%. O resultado revela uma nova fase de declínio a partir de junho de 2019, o que leva a atividade industrial no Estado no mês aos patamares de março de 2018.
A tendência negativa do IDI-RS é confirmada em todas as bases de comparação utilizadas para a pesquisa de novembro. A média móvel trimestral, usada para apurar tendências e diminuir a volatilidade mensal, mostra queda há cinco meses (foi de -0,6% no penúltimo mês do ano passado). Além disso, dos seis componentes do IDI-RS, nenhum cresceu em novembro: foram negativos os desempenhos das compras industriais (-8,4%), do faturamento real (-2,5%), da massa salarial real (-0,4%) e da utilização da capacidade instalada-UCI (-0,6 ponto percentual e 81,2% de grau médio). As horas trabalhadas e o emprego ficaram estáveis.
Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IDI-RS caiu 3,5% em novembro. Também nessa métrica, são cinco quedas nos últimos seis meses. Esse comportamento levou à desaceleração do crescimento do IDI-RS para 0,4% em novembro, com altas restritas aos indicadores de faturamento real (3,5%) e UCI (um ponto percentual).
Por fim, no acumulado de janeiro a novembro de 2019, em relação ao mesmo período de 2018, chama atenção o perfil disseminado de resultados negativos, em 10 dos 17 setores pesquisados. A expansão da atividade é sustentada, principalmente, por veículos automotores (9,6%) e, em menor medida, por couros e calçados (4,5%) e equipamentos de informática e eletrônicos (7,6%). Os destaques negativos ficaram com químicos e derivados de petróleo (-1,3%), máquinas e equipamentos (-5,2%), têxteis (-6%), metalurgia (-7,7%) e vestuário e acessórios (-8,1%).
 

Crise fechou 17 fábricas por dia entre 2015 e 2018

Em meio a dificuldades de manter o ritmo de recuperação da produção, a indústria de transformação encolheu significativamente no País nos últimos anos. Pelo menos 17 indústrias fecharam as portas por dia no Brasil ao longo de quatro anos. Ao todo, 25.376 unidades industriais encerraram suas atividades de 2015 a 2018. Os números são de levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A extinção de unidades industriais é resultado do acúmulo de perdas na produção da indústria de transformação brasileira entre 2014 e 2016. Houve um início de recuperação em 2017, mas o processo perdeu fôlego em 2018. De janeiro a novembro de 2019, últimos dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física do IBGE, a produção da indústria de transformação ficou praticamente estagnada. Com dificuldades para repor as perdas passadas, a indústria de transformação opera 18,4% abaixo do pico alcançado em março de 2011.
"A transformação está praticamente parada. Se ela não cai, também não demonstra nenhum tipo de crescimento", ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. Se a produção industrial cresce, cada aumento de 1 ponto porcentual gera abertura de, aproximadamente, 5,9 mil unidades produtivas no ano seguinte. Se cai, o número de fábricas em atividade diminui na mesma proporção, calculou Fabio Bentes, economista da Divisão Econômica da CNC e responsável pelo estudo.
"O fechamento de unidades produtivas vai se intensificando e atinge um ápice também mais ou menos depois de um ano", explicou Bentes.
O estudo da Confederação Nacional do Comércio mostra que o País tinha 384.721 unidades industriais de transformação em 2014. Desceu a 359.345 indústrias em 2018, queda de 6,6% no total de unidades. O Rio de Janeiro teve a maior queda no período (-12,7%). Perdeu 2.535 unidades em quatro anos. Em termos absolutos, o estado de São Paulo teve a maior perda de unidades produtoras. Foram menos 7.312 unidades, o equivalente a uma redução de 7%.
A expectativa para a produção industrial nos próximos meses é favorável. O processo de abertura da economia e a elevada capacidade ociosa do parque fabril, porém, podem adiar a inauguração de novas unidades industriais. Haverá dificuldade para a retomada mesmo em cenário de crescimento da fabricação de manufaturados.
"A economia está começando a se recuperar, há expectativa de crescimento em torno de 2% na indústria (em 2020). Mas será que vai gerar cerca de 12 mil unidades produtivas em 2021? Acho pouco provável que isso ocorra", opinou Bentes.