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Cultuada pelos amantes do churrasco, a costela de boi também tem sido pouco procurada, por conta da elevação no preço. "Estagnou. O pessoal não compra mais carne de churrasco faz um tempo", afirma o sócio-proprietário da Casa de Carnes Santo Ângelo, Rafael Sartori.
Por outro lado, há quem consiga manter o movimento. "Verão é a época de maior procura de cortes para churrasco. Aqui, a carne está saindo, e o consumo não diminuiu, apesar do movimento estar fraco", revela o gerente do Açougue San Remo, Ceomar Maidana. "Nosso açougue vende o dobro dos demais aqui no Mercado Público", afirma.
Conforme levantamento de preços feito junto aos açougues citados na matéria, a média de preço do quilo da carne de segunda, como paleta e agulha, está em R$ 19,00 e R$ 15,00 respectivamente. Considerando os valores médios oferecidos para cortes de primeira, como coxão mole
(R$ 33,00), alcatra (R$ 39,00), patinho (R$ 33,00) e coxão de fora (R$ 32,00); ou cortes para churrasco - a exemplo de costela
(R$ 22,00), picanha (R$ 48,00), maminha (R$ 39,00) e ripa
(R$ 29,00), é possível entender porque a carne de segunda passou a liderar a lista das mais procuradas entre os gaúchos, apesar de "não ser o produto da temporada".
Segundo o diretor-executivo do Sicadergs, Zilmar Moussalle, os produtores também alegam alta dos custos (em torno de 8,5%) - na prática, o valor da carcaça aumentou em 36,36%. "De R$ 11,00 passou para R$ 15,00 o quilo. A verdade é que a China balizou outros mercados, e todo o valor está sendo repassado para a carne bovina", avalia.
Por causa da alta das carnes, a inflação das famílias mais pobres foi de 1,19% em dezembro, contra 0,99% para as famílias de maior poder aquisitivo, mostra o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Com isso, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador de preços calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fechou 2019 em 4,31%, a inflação para os mais pobres ficou em 4,43% no ano passado e a dos mais ricos, em 4,16%.
O indicador decompõe o IPCA por faixas de renda. A faixa mais pobre tem renda domiciliar abaixo de R$ 900,00 mensais por família. A faixa mais rica tem renda domiciliar acima de R$ 9 mil mensais.
Em dezembro, as carnes e os combustíveis foram os vilões da inflação. Por isso, segundo o Ipea, "o aumento de 4,69% nos preços dos alimentos no domicílio foi o principal responsável pelo incremento inflacionário das famílias mais pobres", enquanto a alta de 1,54% do grupo transportes foi o principal foco de pressão sobre a inflação das famílias mais ricas.
"Por ser o grupo com maior peso na cesta de consumo das famílias mais pobres, a alta do grupo alimentação e bebidas contribuiu com 1,16 ponto percentual (p.p.) para a inflação desse segmento da população, com destaque negativo para os reajustes de cereais (5,73%), carnes (18,1%) e aves e ovos (4,48%)."
Embora os ricos também tenham enfrentado a alta dos alimentos, o peso desses itens na cesta de consumo dessas famílias é menor.