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Economia

- Publicada em 30 de Dezembro de 2019 às 22:36

Brasileiro garante alta de 31,6% da bolsa em 2019

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A bolsa de valores termina 2019 com alta de mais de 30% em um ano que os números confirmam que a valorização só foi possível graças à chegada do pequeno investidor ao mercado de ações. Esse é o melhor desempenho desde 2016 e pode ser explicado pela frustração dos brasileiros com o rendimento da renda fixa. À medida em que o juro caía, mais gente migrava recursos para ações.
A bolsa de valores termina 2019 com alta de mais de 30% em um ano que os números confirmam que a valorização só foi possível graças à chegada do pequeno investidor ao mercado de ações. Esse é o melhor desempenho desde 2016 e pode ser explicado pela frustração dos brasileiros com o rendimento da renda fixa. À medida em que o juro caía, mais gente migrava recursos para ações.
O Ibovespa, o principal índice acionário do país, saiu dos 87 mil pontos do final de 2018 para 115.645 pontos desta segunda-feira (30), o último pregão de 2019. A alta de 31,6% ocorreu sem a participação de investidores estrangeiros, que deixaram o país ao longo de todo o ano. O dólar comercial fechou o ano a R$ 4,0118, alta de 3,63%, contrariando a expectativa de que poderia cair com a onda de otimismo doméstico.
A valorização da bolsa ficou aquém de algumas das expectativas do mercado, que chegaram a apontar que o índice poderia ir além de 120 mil pontos. Ficou em linha com a valorização das bolsas americanas, que subiram entre 23% (Dow Jones) e 35% (caso da Bolsa de Tecnologia Nasdaq) e também renovaram recordes ao longo do ano na esteira da queda de juros. "A alta do Ibovespa este ano ficou abaixo das expectativas iniciais, mas 30% é um patamar bom", diz Luis Sales, analista da Guide Investimentos.
Ao longo deste ano, a taxa Selic caiu de 6,50% ao ano para 4,50%, aproximando o país do juro real zero visto em países desenvolvidos à medida que a economia brasileira mostrava dificuldade de se recuperar da recessão. A inflação do ano deve terminar ao redor de 4%, enquanto as apostas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) estão na casa de 1,17%. "O investidor doméstico teve que diversificar portfólio, enquanto o estrangeiro saiu de países emergentes com o receio de desaceleração econômica global", diz Michael Viriato, professor de finanças do Insper.
Nem sempre foi assim. Historicamente os investidores estrangeiros são responsáveis por manter o volume de negócios na bolsa, que registrou média diária de R$ 17 bilhões, um salto na comparação com anos anteriores. Desse montante, 45,2% foram negociados por estrangeiros.
Aos poucos, porém, o pequeno poupador começou a elevar a sua participação. Dobrou o número dos brasileiros que investem em ações, de 813 mil para 1,6 milhão (dado de novembro, o mais recente divulgado pela B3). Já a fatia nos negócios subiu para 18,1%, enquanto os investidores institucionais (empresas e fundos de investimento) corresponderam a 31,5%.
Se a marca positiva do ano é a disposição do pequeno investidor a ações, a negativa é o fluxo de saída de estrangeiros. A frustração é especialmente significativa porque havia uma aposta no aumento de aplicações com a mudança de governo e o compromisso com reformas. Prevaleceu, porém, a espera pela retomada do crescimento econômico. Estrangeiros retiraram da bolsa R$ 43 bilhões, montante próximo ao recorde registrado em 2008. Naquele ano, foram sacados R$ 24,6 bilhões que, corrigidos pela inflação, equivalem a R$ 44,6 bilhões.
De acordo com analistas do mercado, a alta da bolsa brasileira é explicada pelo otimismo dos investidores locais com a guinada liberal da política econômica do país e com o voto de confiança no ministro da Economia, Paulo Guedes. A votação da reforma da Previdência, projeto mais aguardado pelo mercado financeiro neste ano levou o Ibovespa a patamares recordes à época.
Se em 2019 as projeções eram de valorização expressiva, a alta da bolsa em 2020 deve ser mais contida. Segundo a mediana da estimativa de 10 estrategistas (economistas) consultados pela Bloomberg, o Ibovespa deve terminar 2020 a 130 pontos, que seria uma alta de 12%. O período não irá contar com a força do corte de juros. Apesar de prever um corte de 0,25 ponto percentual na Selic no começo de 2020, o mercado espera que a taxa básica volte a 4,5% ao final do ano.
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