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Economia

- Publicada em 23 de Dezembro de 2019 às 13:01

Parte dianteira do gado é alternativa para manter o churrasco

Ivan Konig, proprietário do Costelão do Mercado, recomenda pedaços como a agulha e paleta sem osso

Ivan Konig, proprietário do Costelão do Mercado, recomenda pedaços como a agulha e paleta sem osso


LUIZA PRADO/JC
Thiago Copetti
O churrasco de Natal e Ano Novo pode até ser feito, como o programado por muitos gaúchos, mas deverá ser adaptado aos novos patamares de preços - especialmente das carnes bovinas. Apesar de os valores mais altos registrados também em aves e suínos, é nas carnes vermelhas que o susto é maior. A solução adotada por muitos é reduzir a quantidade, mas também é possível manter o churrasco variando os cortes.
O churrasco de Natal e Ano Novo pode até ser feito, como o programado por muitos gaúchos, mas deverá ser adaptado aos novos patamares de preços - especialmente das carnes bovinas. Apesar de os valores mais altos registrados também em aves e suínos, é nas carnes vermelhas que o susto é maior. A solução adotada por muitos é reduzir a quantidade, mas também é possível manter o churrasco variando os cortes.
No Mercado Público de Porto Alegre, por exemplo, onde ocorre até o dia 28 o Festival de Carnes, a movimentação de consumidores era intensa na manhã desta segunda-feira (23). Não era poucos os clientes procuravam alternativas para baratear o assado. A aposentada Nara Fetter, 59 anos, por exemplo, aboliu totalmente a carne bovina e neste ano faria apenas pernil de porco.
“O churrasco vamos fazer de qualquer jeito, talvez também no final do ano, mas só com suíno”, ressaltou Nara.
No Mercado Público em busca de carne suína também estavam Mara Weber, 53 anos, e Luiz Seto, 61 anos. No caso de Mara, além de não comprar carne vermelha para as festividades deste encerramento de ano, a geladeira só recebe frango, suíno e peixe nas últimas semanas. No Natal, o que irá para a brasa é um salmão congelado trazido por Seto de São Paulo.
“Saiu mais barato o salmão, por R$ 34 o quilo, do que o preço da carne moída. Isso caso eu fosse comprar, porque lá em casa só estamos fazendo carne branca. E assim vai ser também no ano novo”, diz Mara.
Ivan Konig, proprietário do açougue Costelão do Mercado, um dos participantes do festival, conta que os clientes não abandonaram a churrasqueira, mas estão comprando menos quantidade por pessoa e diversificando o que vai para o espeto e para a grelha. A quem reclama que a carne de gado está muito cara, o empresário pondera que há alternativa. E ressalta que o gaúcho ainda aproveita pouco pedaços da parte dianteira do boi, por exemplo.
“O gaúcho ainda varia muito pouco o que compra. No lugar da picanha se pode usar a paleta sem osso. Já a chamada agulha é uma continuação do entrecot, e muito macia, que aqui vendemos por R$ 17, 90 o quilo”, recomenda Konig.
Buscar opções, vale destacar, vem se tornando cada vez mais necessário nas últimas semanas. Ainda que cortes como ponta de agulha e patinho tenham apresentando uma pequena redução na última semana em relação a novembro, de acordo com a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), a redução de preços nas partes mais consumidas por aqui está descartada.
“Não tem como esperar que a costela, que tem alta demanda, por exemplo, vá baixar”, ressalta o presidente da Agas, Antônio Longo.
Na pesquisa de preços da cesta básica, realizada no início deste mês pelo Núcleo de Pesquisa Econômica Aplicada do Iepe/Ufrgs, a alta no valor da carne bovina estava entre as mais significativas da primeira quinzena de dezembro. A elevação média foi de 8,75%. Isso após já ter registrado altas expressivas entre janeiro e novembro. Desde o início do ano, porém, o destaque em percentual na pesquisa do Iepe é o lombinho de porco, que passou de R$ 16,78 o quilo em dezembro de 2018 para R$ 19,59 em novembro deste ano_ elevação de 16,75%, ante 10,15% da alcatra.
No caso de quem encomenda a ceia ou irá celebrar em restaurantes, a tendência é fazer pedidos menores e mais ajustados ao que realmente será consumido, diz a vice-presidente de Educação e Projetos do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha), Raqueli Baumbach. Mesmo que muitos locais tenham feito suas compras antecipadas para segurar um poucos os preços, diz Raqueli, a alta no cardápio também é sentida pelos gaúchos.
“Aquele tradicional exagero de final de ano, de comprar a mais para sobrar, deve ser menos frequente neste ano. O que é até positivo, se pensarmos que nisso há um certo desperdício”, opina Raqueli.
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