Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 10 de Dezembro de 2019 às 16:37

Com privatização, Eletrobras pode mirar América Latina, diz presidente

Funcionários também preparam outra paralisação mais perto da data do leilão de distribuidoras

Funcionários também preparam outra paralisação mais perto da data do leilão de distribuidoras


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
Em meio a discussões sobre sua privatização, a Eletrobras prepara a divulgação de seu plano de negócios para os próximos cinco anos, que trará como meta ser a terceira maior empresa de energia renováveis do mundo. Para isso, a companhia deve mirar investimentos também fora do Brasil.
Em meio a discussões sobre sua privatização, a Eletrobras prepara a divulgação de seu plano de negócios para os próximos cinco anos, que trará como meta ser a terceira maior empresa de energia renováveis do mundo. Para isso, a companhia deve mirar investimentos também fora do Brasil.
As afirmações foram feitas pelo presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior, em almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro nesta terça-feira (10). "A Eletrobras, no momento em que for privada, deve olhar para a América Latina como uma região onde ela tem características distintas para investir", disse o executivo.
O projeto de privatização foi entregue pelo governo ao Congresso no início de novembro. No momento, o foco é em encontrar um relator para a proposta. Ferreira Junior disse esperar que o texto seja aprovado no primeiro semestre de 2020, permitindo a privatização no segundo semestre.
A ideia é oferecer ao mercado novas ações da companhia, reduzindo a participação do governo federal, que hoje é de 40,99% (mas com 51% das ordinárias, que dão direito a voto). O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem outros 15,99%.
O projeto limita a 10% a fatia máxima de investidores privados no capital votante, para evitar que a companhia tenha um novo controlador. A ideia, segundo o governo, é ter uma corporação com capital pulverizado --isto é, sem acionista majoritário.
"As 20 maiores empresas do mundo são corporações [empresas com capital pulverizado]. No setor de energia, das 50 maiores, 80% são corporações", argumentou o presidente da Eletrobras. As principais empresas do setor, disse, são gigantes globais.
O governo defende que a injeção de recursos com a venda de ações dará capacidade de investimento para que a estatal amplie suas operações -hoje, a empresa tem cerca de 1/3 da capacidade de geração de energia do país e metade da capacidade de transmissão.
Na sexta (6), em evento no BNDES, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a falta de capacidade para investir está condenando a Eletrobras à morte. "A Eletrobras precisa investir R$ 16,5 bilhões por ano para manter a fatia de mercado. Hoje ela tem capacidade máxima de R$ 3,5 bilhões", disse.
Ferreira Junior evitou dar maiores detalhes sobre o novo plano de negócios, mas disse que vem com o objetivo de chegar à terceira posição entre as empresas de energia -hoje, disse, é a 21ª- e trará investimento sem tecnologia e modernização das redes da empresa.
O crescimento, disse, se dará com investimentos para ampliar a capacidade brasileira de geração e em possíveis negócios no exterior. Segundo ele, a empresa já analisa projetos de integração energética na América do Sul, tanto em geração quanto em transmissão de energia.
A Eletrobras deve concluir até o fim do ano seu processo de venda de ativos, negociando 38 participações em companhias de geração e transmissão de energia. Com a conclusão de dois parques eólicos, praticamente encerra também seu estoque de novos projetos de investimento -restando apenas a usina nuclear Angra 3.
O projeto foi incluído no PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) que analisa em conjunto com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) um modelo de atração de sócios privados para complementar as obras.
A companhia deve fechar o ano com Ebitda (medida que sinaliza a geração de caixa de uma companhia) superior a R$ 10 bilhões -ou cerca de cinco vezes mais do que o valor registrado quando o executivo assumiu a estatal, há três anos.
Folhapress
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO