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Consumo

- Publicada em 10 de Dezembro de 2019 às 03:00

Inflação das carnes é destaque na alta do IGP-DI

Preço das carnes está em evidência tanto no varejo como no atacado

Preço das carnes está em evidência tanto no varejo como no atacado


/MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL/JC
Em meio ao aumento das exportações para a China por causa do impacto da peste suína africana naquele país, a inflação das carnes foi destaque, tanto no atacado quanto no varejo, no Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de novembro. O IGP-DI registrou alta de 0,85% em novembro, após um avanço de 0,55% em outubro, informou, nesta segunda-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em meio ao aumento das exportações para a China por causa do impacto da peste suína africana naquele país, a inflação das carnes foi destaque, tanto no atacado quanto no varejo, no Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de novembro. O IGP-DI registrou alta de 0,85% em novembro, após um avanço de 0,55% em outubro, informou, nesta segunda-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Dentro do IPA-DI, que representa o atacado, o subgrupo "alimentos processados" passou de 1,37%, em outubro, para 4,25% em novembro. Entre as matérias-primas brutas, a variação do preço médio dos bovinos acelerou de 2,85%, em outubro, para 15,63% em novembro. O preço médio da carne bovina no atacado passou de uma alta de 5,18%, em outubro, para um salto de 13,73% em novembro.
Também contribuíram para a aceleração do IPA-DI (de 0,84% para 1,11%) os preços do café em grão (de -0,83% para 9,63%) e da soja em grão (de 1,72% para 2,60%). Esses avanços foram compensados pela desaceleração do minério de ferro (de -3,01% para -6,75%), do milho em grão (de 9,54% para 7,19%) e da laranja (de 8,66% para 4,66%).
O IPC-DI, que apura a evolução de preços no varejo, registrou aceleração na variação de preços em sete das oito classes de despesa, com destaque para alimentação (de -0,28%, em outubro, para 0,42% em novembro). As carnes bovinas foram destaque na alimentação, com aceleração de 1,07% para 8,00%. Apenas o corte bovino "alcatra" acelerou de 1,99%, em outubro, para 11,81% em novembro.
As outras classes do IPC-DI com aceleração foram habitação (de -0,40% para 0,50%); despesas diversas (de 0,38% para 3,14%); educação, leitura e recreação (de -0,03% para 0,59%); transportes (de 0,20% para 0,33%); comunicação (de -0,09% para 0,14%); e vestuário (de 0,13% para 0,26%). Com isso, o IPC-DI saiu de uma deflação de 0,09%, em outubro, para uma inflação de 0,49% em novembro.
Já a desaceleração no INCC-DI, que mensura o impacto de preços na construção, foi puxada pelos preços dos materiais e equipamentos, que passaram de uma alta de 0,50%, em outubro, para 0,06% em novembro. Os serviços aceleraram (de 0,06% para 0,18%), enquanto a componente mão de obra "não variou pelo segundo mês consecutivo", informou a FGV. Com isso, o INCC-DI subiu 0,04% em novembro, ante 0,18% no mês anterior.
A inflação das carnes deverá seguir pressionando o orçamento das famílias até a virada de janeiro para fevereiro, mas o movimento é pontual e não muda o cenário mais geral da dinâmica de preços, especialmente de serviços e bens duráveis, que segue oferecendo espaço para mais uma queda na taxa básica de juros (Selic, hoje em 5% ao ano). A avaliação é do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), André Braz.

'Estamos na entressafra, e preço vai diminuir', diz Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro disse, ontem, que o preço da carne no mercado brasileiro deve cair. Ele justificou a alta pela "entressafra". "É natural, nesta época do ano, a carne subir por volta de 10%. Subiu um pouco mais, tendo em vista as exportações", disse o presidente. Bolsonaro e a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina (DEM), participaram de uma transmissão nas redes sociais na manhã desta segunda-feira. A ministra disse que a alta é "temporária".
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola de Agricultura da Universidade de São Paulo (USP), entre 31 de outubro e o final de novembro, o preço real da carne aumentou em 35,3% em São Paulo. Entre as razões estão a recuperação da demanda interna, as secas prolongadas, o grande volume de exportações para a China e a alta do dólar, que tornou o produto brasileiro ainda mais competitivo no mercado internacional. "Não existe nenhum problema de abastecimento. Estamos vivendo um momento de transição de preço", disse Cristina.