O Grêmio deve comprar a Arena Porto-Alegrense, gestora do estádio e pertencente à construtora OAS, como parte do plano traçado pela direção do clube para resolver o imbróglio que trava hoje a antecipação da compra da gestão do templo tricolor. Para fechar o negócio 13 anos antes do previsto, que seria 2033, é preciso equalizar a execução das obras do entorno, que acabaram na Justiça Estadual.
A informação sobre a compra foi revelada ontem pelo presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Junior. "Quem vai assumir as obras é a Arena Porto-Alegrense", afirmou Bolzan. A gestora é uma empresa da construtora OAS, que construiu o estádio. Logo depois, o presidente revelou que o Grêmio "possivelmente vai comprar a Arena".
O clube negocia com a construtora, em recuperação judicial, um acordo. Tudo estaria em um só pacote, parte firmada na Justiça e outra por meio de financiamentos com bancos. Segundo Bolzan, as obras no entorno estão previstas em R$ 41 milhões. O valor já foi mais de R$ 100 milhões, mas houve revisão de itens.
A incorporadora Karagounis, que tem 80% do capital da OAS, seria a executante das intervenções, mas a empresa não obteve aval da Caixa Econômica Federal, que tem parte da Karagounis por meio de um fundo de investimento. A incorporadora tem torres residenciais ao lado do estádio, sem liberação de habite-se.
O Grêmio quer formalizar o acordo e também modelar a negociação com os bancos até o fim deste mês. Vantagens tributárias associadas à operação com os bancos são um dos motivos de o clube dizer a todo momento que "sai agora ou não sai mais".
A expectativa é ter a minuta do acordo homologada com o MP, prefeitura e demais envolvidos. Na modelagem, a previsão é que a Arena Porto-Alegrense coloque os fluxos que recebe do Grêmio (pagos dentro do acordo em vigor) como recursos para suportar as obras viárias e demais intervenções no entorno. "Esses valores são 'meus' (Arena) e autorizo o Grêmio a colocar em um fundo que suportará as obra do entorno", descreve Bolzan, como termos que podem constar em um contrato.
A negociação está com bom andamento, sinaliza o dirigente. "Depende mais do MP concordar em fazer a nova repactuação. A prefeitura, que é a maior interessada, tem de concordar", completa Bolzan.