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Agronegócios

- Publicada em 22 de Novembro de 2019 às 03:00

Turra destaca vantagens e desafios do agro brasileiro

País reúne condições para ser fornecedor de alimentos, diz Turra

País reúne condições para ser fornecedor de alimentos, diz Turra


/LUIZA PRADO/JC
As vantagens do Brasil frente a outros mercados, no que se refere a questões climáticas, hídricas e sustentabilidade, demonstram o "grande potencial do agronegócio brasileiro diante da necessidade de segurança alimentar dos outros países", avalia o atual presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra. "Muitos países têm problemas sérios e efetivamente o Brasil reúne todas as condições para se tornar um fornecedor de alimentos para o mundo", observa o dirigente, que foi palestrante convidado do Encontro nacional da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen) e da Confederação Brasileira das Associações e Sindicatos de Comerciantes em Entrepostos de Abastecimento (Brastece), ocorrido na quinta-feira, no Hotel Deville, em Porto Alegre.
As vantagens do Brasil frente a outros mercados, no que se refere a questões climáticas, hídricas e sustentabilidade, demonstram o "grande potencial do agronegócio brasileiro diante da necessidade de segurança alimentar dos outros países", avalia o atual presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra. "Muitos países têm problemas sérios e efetivamente o Brasil reúne todas as condições para se tornar um fornecedor de alimentos para o mundo", observa o dirigente, que foi palestrante convidado do Encontro nacional da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen) e da Confederação Brasileira das Associações e Sindicatos de Comerciantes em Entrepostos de Abastecimento (Brastece), ocorrido na quinta-feira, no Hotel Deville, em Porto Alegre.
Segundo Turra, o fato da agropecuária brasileira estar colocando o Brasil no rol dos principais provedores mundiais de alimentos para as próximas décadas exige uma reflexão: ampliar cada vez mais a qualidade nutricional dos produtos. "No entanto, o País ainda não está apostando na pesquisa e na tecnologia como deveria, mas está se adequando, especialmente no agronegócio, e está menos dependente de ações de governo." O dirigente da ABPA opinou que, por outro lado, seria importante que a União dotasse o País com infraestrutura logística, investindo em portos, aeroportos, rodovias e hidrovias, que facilitem o escoamento da produção, permitindo maior competitividade frente a outros players.
"Considerando que o governo não tem e não vai ter dinheiro, a saída para melhorar a logística passa por parcerias público-privadas", pontuou Turra, que ainda destacou que "o mundo quer e precisa de mais proteína animal." O dirigente lembrou que o País deve chegar deve alcançar, em 2019, 13 milhões de toneladas de carne de frango, sendo que 4,3 milhões de toneladas são enviadas para mais de 150 países nos cinco continentes. "De carne suína são 3,7 milhões de toneladas, e quase 700 mil toneladas embarcadas para 70 países, destacou Turra. "Nunca vi um momento tão propício para a proteína animal brasileira, em função de um problema que é realmente grave, de sanidade animal na China com a peste suína africana."
Turra lembrou, que o País também produz a ração animal (soja e milho), contando com excedentes exportáveis. "E, pela produtividade e o aumento da produção, tem chances de aumentar cada vez mais esta oferta interna e para o exterior". Para o dirigente, no entanto, ao invés de comercializar commodities simples, o ideal seria enviar produtos já transformado (no caso da soja, óleo, por exemplo.). "Este é um detalhe que o Brasil ainda precisa observar como política de governo: estimular a agregação de valor."
 

Rastreabilidade preocupa produtores

Um dos temas mais aguardados do evento foi tratado pelo coordenador-geral da Qualidade Vegetal do Ministério da Agricultura (Mapa), Hugo Caruso, que falou sobre a rastreabilidade de produtos vegetais frescos. Exigida pela Instrução Normativa Conjunta Nº 2, de 2018, do Mapa e da Anvisa, tem gerado apreensão entre os pequenos agricultores, que temem aumento nos custos de produção e do uso de embalagens plásticas.
 "Antes desta exigência, dificilmente os programas de monitoramento do governo no controle de resíduos de agrotóxicos conseguia chegar até o agricultor que utilizava produtos irregulares", explica Caruso. "A rastreabilidade é importante, principalmente para o consumidor, uma vez que se consegue verificar a origem destes alimentos." O secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Covatti Filho, destacou que o sistema de rastreabilidade vai garantir mais segurança ao consumidor e abrir novos mercados para o que é produzido no Rio Grande do Sul, uma vez que permitirá o aumento das exportações de hortifrutis. "A medida que isso ocorrer, significará aumento de renda dos produtores", concorda Caruso. Sobre as embalagens, ele lembrou que não necessariamente precisam ser de plástico. "Em determinados casos, uma rede ou uma etiqueta são o suficiente."
 O evento que busca atualizar informações e discutir novos rumos para o setor, segue durante esta sexta-feira, na sede da Ceasa, vinculada à Seapdr. De acordo com o presidente da Ceasa, Alison dos Santos Machado, Porto Alegre conta atualmente com cerca de 50 produtores. Os demais fornecedores da Ceasa estão localizados em municípios da Região Metropolitana e do Interior, contabilizando 2048 produtores. Em 2018, segundo Machado, a Ceasa comercializou 611 mil toneladas de hortifrutigranjeiros, o que equivale a R$ 1,3 bilhão.