Dólar chega a R$ 4,20, maior valor desde 1994

A cotação do dólar voltou a subir nesta segunda-feira e fechou a R$ 4,2050, maior valor nominal (sem contar a inflação) desde a criação do Plano Real, em 1994. A moeda norte-americana está em trajetória de alta desde o leilão do pré-sal, em 6 de novembro.

A expectativa do mercado era de forte participação dos estrangeiros e grande entrada de dólares no País após a venda de lotes de petróleo, o que não se concretizou. Desde então, a cotação da moeda americana acumula alta de mais de 5%, indo de R$ 3,99, em 5 de novembro, para quase R$ 4,21 ontem.

Na segunda-feira, o dólar subiu 0,29% ante o real. O movimento foi impulsionado pelo temor de investidores com o acordo comercial entre China e Estados Unidos. Os países têm negociado há meses o que chamam de “fase 1” do acordo, que retiraria algumas tarifas de importação entre si.

Segundo a rede de televisão americana CNBC, chineses estariam pessimistas em relação ao acordo com a relutância do presidente americano Donald Trump em remover tarifas a importações chinesas.

Para operadores, os investidores testam o Banco Central (BC) em uma possível oferta de venda de moeda e pedem mais liquidez em uma época em que comumente há mais procura pela divisa americana. Isso porque, no fim do ano, ocorre um aumento de remessas de lucros para o exterior.

O movimento de ontem foi mais forte por conta do noticiário interno fraco e a cautela típica pré-feriado. Após a Proclamação da República, na última sexta-feira, há, ainda, o feriado do Dia da Consciência Negra, amanhã, em diversas cidades (incluindo a capital paulista).

Diante das incertezas, a liquidez foi baixa: o volume alcançou  US$ 766,20 milhões.