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Sistema Financeiro

- Publicada em 01 de Novembro de 2019 às 03:00

Lucro do Bradesco cresce 19,6% no terceiro trimestre

Empréstimos para pessoas físicas totalizaram R$ 221,4 bilhões no período

Empréstimos para pessoas físicas totalizaram R$ 221,4 bilhões no período


MARIANA CARLESSO/JC
O lucro líquido recorrente do Bradesco totalizou R$ 6,5 bilhões no terceiro trimestre, avanço de 19,6% em relação ao mesmo trimestre de 2018. Descontados eventos extraordinários - como o programa de desligamento voluntário (PDV), por exemplo - o lucro contábil subiu 16,5%, para R$ 5,009 bilhões.
O lucro líquido recorrente do Bradesco totalizou R$ 6,5 bilhões no terceiro trimestre, avanço de 19,6% em relação ao mesmo trimestre de 2018. Descontados eventos extraordinários - como o programa de desligamento voluntário (PDV), por exemplo - o lucro contábil subiu 16,5%, para R$ 5,009 bilhões.
Segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira (31) pelo segundo maior banco privado do País, o principal impulso para o aumento do lucro foi o resultado das operações de seguros, previdência e capitalização do banco, que registrou alta de 7,5% no período, para R$ 3,473. Em seguida veio a margem financeira (receita com operações de crédito), que cresceu 5,9%.
De outro lado, apesar de as receitas com prestação de serviços ter apresentado aumento de 3,7% no período e de 2,5% na comparação do acumulado até setembro, essa fonte de receitas é a única que ainda não alcançou as metas de crescimento fixadas pelo próprio banco.
A carteira de crédito da instituição somou R$ 578,3 bilhões - crescimento de 10,5%. A alta veio principalmente pelo avanço de 19% dos empréstimos voltados para pessoas físicas, que totalizaram R$ 221,4 bilhões. Dentre as linhas oferecidas, os maiores destaques ficaram com crédito pessoal, consignado e financiamento de veículos, que subiram 36,2%, 24,1% e 21,4%.
Da parte dos recursos voltados para pessoas jurídicas, o Bradesco continua a sinalizar o maior foco em micro, pequenas e médias empresas. O segmento avançou 8,3% no período, para R$ 106,5 bilhões, enquanto o montante cedido para as companhias de grande porte subiu 4,8%.
Já índice de inadimplência que mede os atrasos acima de 90 dias, apesar de ter ficado estável em 3,6% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, registrou o maior valor do ano. Ainda conforme informações do relatório, tal avanço é justificado pelo comportamento de casos pontuais na carteira de grandes empreendimentos.
O retorno sobre patrimônio líquido (também conhecido como ROAE) do Bradesco ficou em 20,2% no terceiro trimestre, avanço de 1,2 ponto percentual. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o índice ficou em 20,5%.
O lucro líquido do Grupo Bradesco Seguros, por sua vez, somou R$ 1,885 bilhão no terceiro trimestre, alta de 28,9% em relação a igual período de 2018. Os principais avanços vieram das modalidades de vida, PGBL e VGBL, saúde e capitalização.
Os prêmios ganhos de seguros, contribuição de previdência e receitas de capitalização totalizaram R$ 11,459 bilhões, alta de 6,9% no período. O índice de sinistralidade, porém, alcançou 74,2%, o maior nível desde o primeiro trimestre de 2018, quando estava em 75,1%.
 

Banco deve fechar 10% das agências até o fim de 2020

O Bradesco planeja fechar 300 agências em 2020, o dobro do encerramento das 150 unidades previsto para este ano. Somados, os números correspondem a 10% dos 4.567 pontos de atendimento.
A decisão vem como parte do esforço para reduzir os custos da atividade operacional da instituição financeira, os quais influenciaram o lucro líquido do terceiro trimestre e devem encerrar este ano acima esperado.
"É um momento muito pensado sobre os acordos e processos trabalhistas. Precisamos melhorar esses números e estamos tomando medidas para que isso aconteça", afirmou o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior.
Segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira (31) pelo banco, as despesas operacionais do segundo maior banco privado do país subiram 10,1% no terceiro trimestre em relação ao mesmo intervalo de 2018, para R$ 11,1 bilhões.
Dentro desse universo, os gastos administrativos registraram uma alta de 7,3% no período, enquanto as despesas de pessoal subiram 12,9%.
Além das agências, o PDV (Plano de Demissão Voluntária) iniciado no final de agosto também faz parte do plano do banco na redução de seus gastos. Ainda de acordo com Lazari, três mil funcionários já aderiram ao programa, o equivalente a 3% do seu quadro de empregados, que conta com mais de 99 mil pessoas.
"Teremos em períodos futuros um número menor de funcionários como reflexo do novo PDV e a continuidade de ajustes. Finalmente poderemos afirmar que as despesas trabalhistas em 2020 serão menores do que observamos neste ano", completa o presidente do Bradesco.
A intenção crescente em digitalizar produtos e processos também deve influenciar uma redução de custos na operação do Bradesco. Além de uma realocação interna de funcionários focando nas agências digitais e no Next, o banco cada vez mais prioriza a migração do atendimento aos canais digitais. É o caso, por exemplo, do crédito pessoal, cujos empréstimos por esses meios subiram 62%.
"Temos um ganho de produtividade com a digitalização que é muito importante e faz parte da evolução da jornada dos nossos produtos. Isso possibilita taxas competitivas, prazos estendidos e um maior uso de analytics (programa que localiza e interpreta padrões significativos nos dados dos clientes). Certamente ainda temos muito o que prosperar nessa área", completa Lazari.