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Relações Internacionais

- Publicada em 28 de Outubro de 2019 às 03:00

Bolsonaro busca investidores dos países árabes

Durante seminário realizado em Abu Dhabi, Bolsonaro destacou números positivos da economia brasileira

Durante seminário realizado em Abu Dhabi, Bolsonaro destacou números positivos da economia brasileira


/AFP/JC
Diante de uma plateia de empresários brasileiros e dos Emirados Árabes Unidos, em Abu Dhabi, o presidente Jair Bolsonaro disse, neste domingo, que seu governo está impulsionando um novo ritmo ao Brasil com a recuperação da confiança perante o mundo. Ele chegou, no sábado, ao primeiro destino no Oriente Médio, o terceiro país da visita da comitiva presidencial pela Ásia e pelo Oriente Médio.
Diante de uma plateia de empresários brasileiros e dos Emirados Árabes Unidos, em Abu Dhabi, o presidente Jair Bolsonaro disse, neste domingo, que seu governo está impulsionando um novo ritmo ao Brasil com a recuperação da confiança perante o mundo. Ele chegou, no sábado, ao primeiro destino no Oriente Médio, o terceiro país da visita da comitiva presidencial pela Ásia e pelo Oriente Médio.
A prioridade da comitiva brasileira nesta etapa da viagem é atrair os bilionários fundos soberanos dos Emirados para investimentos em obras de infraestrutura (principalmente logística para o escoamento de exportações do agronegócio) e óleo e gás - nessa área, os fundos se interessam também por logística e por refino. Terceiro maior parceiro comercial árabe do Brasil, o país é relevante por ser porta de entrada para o mercado regional e global, uma espécie de hub do Oriente.
Durante o Seminário Empresarial Brasil-Emirados Árabes Unidos, neste domingo, o presidente brasileiro reforçou a perspectiva de investimentos na área de infraestrutura - em especial, nos projetos do Programa de Parcerias de Infraestrutura (PPI). Ele afirmou que o Brasil está recuperando a confiança do mundo e que "os números da nossa economia demonstram que nosso País está no caminho certo".
Definindo seu papel como o de um "cartão de visitas" do Brasil, Bolsonaro disse à plateia que esta é a primeira vez na história em que o País tem uma taxa de juros tão baixa, uma inflação "abaixo da média", uma redução drástica do Risco Brasil e do desemprego - esse último indicador, no entanto, não tem sofrido diminuição acelerada. "Confiança se faz entre nós, porque nós confiamos entre si", acrescentou.
Em seu discurso, Bolsonaro citou acordos e protocolos de intenção assinados entre os dois países. "É a forma mais concreta que temos de demonstrar a confiança junto aos senhores, e tenha certeza que a recíproca é verdadeira. Nos próximos dias, teremos os maiores leilões do pré-sal em nosso País. Convido-os a participar. O Brasil é um país que está abrindo o seu comércio com o mundo todo. Estamos diminuindo e muito a questão burocrática, bem como tudo aquilo que poderia atravancar a relação comercial. Nós estamos vencendo essas barreiras", disse o presidente.
Bolsonaro pediu aos empresários árabes que confiem no Brasil. "Está aqui um homem de coração aberto estendendo a mão aos senhores, pedindo que confiem em nosso País. Nós temos muito a oferecer, bem como os senhores também têm a nos oferecer."
O presidente citou entre as mudanças a reforma previdenciária aprovada recentemente pelo Congresso Nacional e lembrou que as próximas serão a tributária e a administrativa.
 

Brasil fecha dois acordos com os Emirados Árabes

Jair Bolsonaro visitou, junto com comitiva, a Mesquita Xeque Zayed

Jair Bolsonaro visitou, junto com comitiva, a Mesquita Xeque Zayed


/CLAUBER CLEBER CAETANO/PR/JC
O presidente Jair Bolsonaro deixa, nesta segunda-feira, Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes, com dois acordos formais assinados: um para criar mecanismos de aumentar o controle aduaneiro e outro que prevê troca mútua de informações e regras para criar providências e medidas de proteção contra vazamentos de dados. Os detalhes técnicos não foram explicados pelas autoridades dos dois países.
Bolsonaro e o xeque Mohammed bin Zayed al Nayan, príncipe herdeiro de Abu Dhabi, assinaram ainda cinco memorandos, dois na área de defesa: um cria um fundo de desenvolvimento e cooperação entre os dois países para se criar projetos de interesse dos ministérios da Defesa dos dois países.
Em outro, ainda mais genérico, os dois países estabelecem memorando de parceria estratégica para a produção e comercialização de produtos de defesa. Os acordos foram assinados em cerimônia no Palácio de Governo (Qasr Al Watan).
Mais cedo, o presidente anunciou a "iminente abertura" de uma agência de defesa na embaixada do Brasil em Abu Dhabi, em resposta à abertura de um mesmo escritório em Brasília, no ano passado. Em nota conjunta no final do dia, "os líderes decidiram pelas relações bilaterais e parcerias estratégicas nas áreas de paz, segurança, cooperação econômica, energia, turismo, cultura e esportes". Os dois ressaltaram ainda a "excelente cooperação econômica entre Brasil e Emirados Árabes para aprofundar agronegócio e segurança alimentar, infraestrutura, transportes, energia, defesa e inovação".
Outro ponto claramente em comum é a disposição dos dois países em combater o crime transnacional e o terrorismo. Nenhuma das autoridades falou na origem ou no montante dos recursos.
Neste domingo, além de assinar atos bilaterais, Bolsonaro acompanhou uma apresentação de jiu-jitsu brasileiro, modalidade que faz parte do currículo escolar do país e é ensinada a policiais e militares. Ele também visitou a mesquita Xeque Zayed, a maior da região.

Importação de frango da BRF deve ser prioridade na Arábia Saudita

O presidente Jair Bolsonaro deve pedir ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que seu país volte a importar da fábrica da BRF nos Emirados Árabes Unidos, restringidas drasticamente no início deste mês. Nesta segunda-feira, a comitiva de Bolsonaro estará em Doha, no Catar, e chega em Riade, na Arábia Saudita, à noite. Na terça-feira, tem encontros previstos com a família real e participa da conferência conhecida como "Davos no deserto".
Inaugurada em 2014, a fábrica da BRF nos Emirados importa frango desossado do Brasil e processa em Abu Dhabi, produzindo itens industrializados como "nuggets". Cerca de 30% da produção é destinada à Arábia Saudita.
A BRF não está conseguindo resolver o impasse com os sauditas. A empresa já se prontificou a instalar uma nova fábrica no país, mas não foi suficiente. As autoridades locais informaram que não desejam uma unidade nos moldes da que está localizada em Abu Dhabi e estão pressionando a BRF para abater os animais no país e não apenas processar a carne do Brasil. A Arábia Saudita tem uma meta de abastecer 60% da demanda doméstica com produção local de frango a partir de 2020.
O problema é que a estratégia não é economicamente viável para a BRF. O frango produzido na Arábia Saudita não tem competitividade em relação ao brasileiro. Isso porque os dois principais insumos da atividade - milho e água - são escassos em solo saudita e abundantes no Brasil.