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Economia

- Publicada em 28 de Outubro de 2019 às 03:00

Mercado está mais otimista com alta do PIB

Saldo de criação de vagas de trabalho é positivo em seis meses seguidos

Saldo de criação de vagas de trabalho é positivo em seis meses seguidos


/MARCO QUINTANA/JC
No início do ano, a chegada de um novo governo, de orientação claramente liberal na economia, trouxe uma onda de otimismo, e os analistas previam um crescimento do PIB de 2,5% em 2019. Esse otimismo não durou muito. As dificuldades políticas, a falta de confiança de investidores e empresários, e as adversidades externas foram minando as expectativas, e as projeções para o PIB caíram abaixo de 1%. Agora, porém, esse quadro parece que começa a mudar mais uma vez.
No início do ano, a chegada de um novo governo, de orientação claramente liberal na economia, trouxe uma onda de otimismo, e os analistas previam um crescimento do PIB de 2,5% em 2019. Esse otimismo não durou muito. As dificuldades políticas, a falta de confiança de investidores e empresários, e as adversidades externas foram minando as expectativas, e as projeções para o PIB caíram abaixo de 1%. Agora, porém, esse quadro parece que começa a mudar mais uma vez.
A melhora em alguns indicadores importantes - como criação de empregos e aumento no crédito - vem transformando o humor dos analistas. Há duas semanas, o Itaú, por exemplo, elevou sua estimativa de crescimento da economia neste ano de 0,8% para 1% - havia pelo menos três anos que o banco não elevava o número projetado.
Também no começo deste mês, o Safra alterou sua projeção de 0,8% para 0,9%. "Pode parecer pouco, mas é uma diferença significativa. No fim de julho, esperávamos 0,8%, mas achávamos que podia ser até 0,5%. Agora, temos 0,9%, mas pode ser mais que isso", diz o economista-chefe do banco, Carlos Kawall. Votorantim e Bank of America também dão sinais de que reverão seus números para cima. Hoje, eles têm 0,7% e 0,8%, respectivamente.
O Boletim Focus, do Banco Central, que reúne projeções de bancos e consultorias, indica que o mercado estima alta de 0,88% para 2019. Em agosto, a previsão era 0,8%. Os números mostram que, embora ainda distante de uma arrancada forte, a economia pode estar começando a ganhar tração.
Um dos indicadores que mostram isso é o de empregos. Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontam que o saldo de vagas formais no País foi positivo por seis meses consecutivos. No acumulado do ano, são 761,7 mil vagas criadas. Segundo cálculos das instituições, uma alta de 2% no PIB é compatível com a criação de até 900 mil postos de trabalho no ano.
Para o economista Luka Barbosa, do Itaú, outro indicador importante de que a economia está mais forte é a concessão de crédito para pessoa física, que cresceu 14% nos últimos 12 meses. Essa alta tem permitido um avanço no comércio e deve se espalhar pela economia. "É questão de tempo para outros dados - como a indústria - indicarem melhora", afirma.
Economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif também afirma que o crédito tem sido o responsável por alavancar a economia. "Setores ligados ao crédito têm puxado a melhora e o mercado de trabalho, incluindo a construção civil. Tudo ainda muito lento, mas melhorando", pondera.
A XP aposta em um crescimento do PIB de 0,9% neste ano. Para Zeina, a liberação do FGTS também deve ajudar o PIB a avançar um pouco mais, dependendo de quanto os trabalhadores destinarem de seus saques para o consumo. A economista, no entanto, não se anima a mudar a projeção. "Tenho um certo medo."
Embora haja bancos e consultorias oficializando números maiores para a economia, há mesmo, ainda, uma certa relutância nesse movimento. O chefe de economia e estratégia do Bank of America no Brasil, David Beker, diz que erros cometidos pelos economistas nos últimos anos, com previsões de crescimento que não se confirmaram, deixaram os analistas com receio de rever seus dados para cima. "O mercado está cético. Tem medo de errar de novo."
A economista Silvia Matos, do Ibre/FGV, também destaca o papel do FGTS para movimentar a economia. "Antes da notícia da liberação, prevíamos um aumento de 1,8% no consumo; agora, vemos 2%, podendo ser melhor, porque o governo antecipou os saques."
 
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