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Gestão

- Publicada em 31 de Outubro de 2019 às 23:09

A força da indústria da cultura nos bastidores

Isatir Bottin Filho, da Câmara do Livro, projeta aumento de 9% nas vendas neste ano

Isatir Bottin Filho, da Câmara do Livro, projeta aumento de 9% nas vendas neste ano


CLAITON DORNELLES /JC
Quem acompanha os eventos culturais na Capital não faz ideia do esforço que ocorre nos bastidores para levar o Porto Alegre em Cena ou a Feira do Livro - para citar dois exemplos - até o público. Em setembro, o POA em Cena contratou mais de mil pessoas para a realização do evento. Já para a 65ª Feira do Livro de Porto Alegre, que se inicia nesta sexta-feira, são mais 2,1 mil vagas, diretas e indiretas, para estruturar, planejar, montar e realizar o evento.
Quem acompanha os eventos culturais na Capital não faz ideia do esforço que ocorre nos bastidores para levar o Porto Alegre em Cena ou a Feira do Livro - para citar dois exemplos - até o público. Em setembro, o POA em Cena contratou mais de mil pessoas para a realização do evento. Já para a 65ª Feira do Livro de Porto Alegre, que se inicia nesta sexta-feira, são mais 2,1 mil vagas, diretas e indiretas, para estruturar, planejar, montar e realizar o evento.
Aqueles que passaram pela Praça da Alfândega nos últimos dias puderam perceber o início da montagem da estrutura na qual, entre os dias 1 e 17 de novembro, 106 bancas da Feira do Livro estão distribuídas. O orçamento captado pela Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL) para esta edição foi de R$ 1,98 milhão. 
O espaço, de 8 mil metros quadrados, foi montado em plena Praça da Alfândega pela Celeiro Feiras e Eventos. A empresa também atuou nas estruturas do evento no ano passado, quando venceu a licitação existente e recebeu cerca de 50% do espaço para montar. Neste ano, a CRL contratou diretamente a empresa, justamente devido ao preço e à qualidade dos serviços, segundo explica o presidente da instituição, Isatir Bottin Filho.
A Celeiro realizará todo o processo de preparação e montagem, tanto nas estruturas e na parte elétrica quanto nas questões de marcenaria dos estandes. O custo da operação, que ainda não foi totalmente fechado, deve ficar entre R$ 500 mil e R$ 600 mil.
Para esta edição, foram contratados, entre permanentes, diretores da entidade e produtores, 129 pessoas. Além disso, outros 2 mil profissionais temporários se juntaram ao time. As áreas de segurança e limpeza serão realizadas por empresas terceirizadas, enquanto estadia e alimentação de alguns palestrantes, escritores e artistas convidados serão realizadas através de convênios entre a Feira do Livro e estabelecimentos da região. "Algumas empresas baixam o custo, e a gente dá visibilidade na feira para otimizar os recursos", conta o presidente da CRL.
Devido às obras de reforma do prédio do antigo Cine Imperial, tocadas pela Caixa Econômica Federal, a organização acabou sofrendo um revés na disposição das barracas. "Acabamos perdendo cerca de 40 metros de extensão, o que equivale a oito bancas", explica Bottin Filho. Essa mudança forçou a CRL a realocar as bancas e retirar o espaço da praça de alimentação. Deste modo, conforme ele, neste ano, o público poderá recorrer aos cafés e restaurantes que existem no entorno da Praça da Alfândega para matar a fome.
No ano passado, quase houve um impasse entre a prefeitura de Porto Alegre e a CRL referente ao custo para utilizar a Praça da Alfândega durante a feira. A solução: em troca da permissão para montar as bancas no local e de a prefeitura recolher o lixo do local, a CRL faz uma doação de livros para a Secretaria Municipal da Cultura (SMC), que os redistribui para as bibliotecas públicas da Capital.
"Pelo regulamento da feira, a pessoa que inscreve seu livro doa um exemplar. Geralmente, a gente fazia as doações para bibliotecas parceiras, mas, desde o ano passado, começamos a direcionar os livros para bibliotecas municipais", conta Bottin Filho. Ao todo, cerca de mil exemplares são doados - em valores, representam R$ 20 mil.
Em 2018, a CRL registrou um aumento de 9% nas vendas da Feira do Livro em relação a 2017. "Nossa expectativa é repetir, neste ano, essa alta", projeta Bottin Filho.

Com orçamento de R$ 1,9 milhão, POA em Cena contratou 200 empresas

Happi, um dos 32 espetáculos vistos este ano na Capital

Happi, um dos 32 espetáculos vistos este ano na Capital


JOEL VARGAS/DIVULGAÇÃO/JC
Com um orçamento semelhante ao da Feira do Livro de Porto Alegre, o Porto Alegre em Cena captou R$ 1,9 milhão para a realização do evento, que aconteceu entre 10 e 23 de setembro. Embora os valores sejam bastante parecidos, seus destinos variam conforme a necessidade de cada evento.
Com o apoio financeiro, o festival contratou 54 atividades artísticas: 32 espetáculos locais, nacionais e internacionais, oito debates e palestras, cinco lançamentos de livro, três residências artísticas e seis oficinas nos 13 espaços culturais ocupados em Porto Alegre.
Para estruturar e proporcionar a realização dessas atividades, 200 empresas foram contratadas, desde companhias de teatro, dança e circo até restaurantes, gráficas, transportadoras de carga, agências de viagem, companhias aéreas, serviços de vans, serralheiros, bilheteiros, advogados e contadores, entre diversos outros profissionais.
Ao todo, o Porto Alegre em Cena gerou 158 empregos diretos e mais de mil empregos indiretos. “A potência das ações culturais do País também deve ser percebida de forma a gerar renda, empregos, circulação de dinheiro e de impostos que retornam aos cofres públicos federais, estaduais e municipais”, explica o coordenador-geral do Porto Alegre em Cena, Fernando Zugno.
Para o festival de artes cênicas, 653 profissionais, entre artistas e técnicos da área, foramchamados para dar suporte à gestão do evento, que recebeu 30 mil espectadores em 14 dias. Esses 653 profissionais exigiram 1.640 refeições extras, além do movimento no comércio local com transporte e consumos no varejo.
Também foram necessárias 290 diárias de hospedagem e 116 passagens aéreas nacionais e internacionais. Assim como o festival, o próprio público, ao utilizar serviços de transporte e alimentação fora de casa, contribuiu para girar a roda econômica da cultura. “É uma cadeia produtiva gigante que faz parte da indústria criativa do Brasil e alcança uma força rara ao unir geração de renda e promoção do bem maior desta nação: a sua cultura”, conclui Zugno.