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Relações Internacionais

- Publicada em 24 de Outubro de 2019 às 03:00

Retorno de Kirchner é risco ao Mercosul, diz Bolsonaro

Presidente se encontrou com primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe

Presidente se encontrou com primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe


/JOSÉ DIAS/PR/JC
Em seu último dia de viagem ao Japão, o presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quarta-feira, que a eleição da chapa de esquerda Alberto Fernández e Cristina Kirchner pode colocar em risco o Mercosul.
Em seu último dia de viagem ao Japão, o presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quarta-feira, que a eleição da chapa de esquerda Alberto Fernández e Cristina Kirchner pode colocar em risco o Mercosul.
Em conversa com a imprensa, o presidente disse que, caso a Argentina atrapalhe um movimento de abertura de mercado do bloco comercial, ele pode pedir uma reunião com Uruguai e Paraguai para tomar alguma medida.
"Nós sabemos que a volta da turma do Foro de São Paulo e da Cristina Kirchner para o governo argentino pode, sim, colocar em risco todo o Mercosul. E se possivelmente colocando em risco todo o Mercosul, repito, possivelmente, você tem de ter uma alternativa no bolso", disse.
O presidente sinalizou a possibilidade de um pedido de suspensão da Argentina ao lembrar que medida semelhante foi adotada em 2012, contra o Paraguai. Na época, a decisão foi tomada por conta da deposição do então presidente paraguaio Fernando Lugo, após rápido processo de impeachment.
"O que nós queremos é que a Argentina continue na questão comercial, caso a oposição vença, da mesma forma do (presidente Mauricio) Macri. Caso contrário, podemos nos reunir com o Uruguai e o Paraguai", disse.
Segundo ele, o propósito do governo brasileiro não é o de facilitar que grupos de esquerda formem, de acordo com ele, "uma grande pátria bolivariana, como queriam os governantes daquela época".
"A nossa ideia é, sim, de fato, abrir o mercado e fazer comércio com o mundo todo", disse Bolsonaro.
Com a onda de protestos no Chile iniciada após a possibilidade de aumento da tarifa de transporte, o presidente tem acusado partidos de esquerda de tentarem desestabilizar governos de centro-direita para retornar ao poder.
Em encontro com empresários brasileiros, o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, que acompanha Bolsonaro na viagem ao Japão, acusou a "esquerda radical" de estar desesperada com "a perda do poder" na América do Sul.
O presidente disse que o Brasil tem monitorado a situação de instabilidade e que pediu ao Ministério da Defesa que fique em alerta para, se for o caso, utilizar as Forças Armadas para evitar confrontos e tumultos no País.
Além de encontro com empresários, Bolsonaro se reuniu, nesta quarta-feira, com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e também com o príncipe inglês Charles.

Brasil e China querem criar 'Netflix do Brics'

Os governos brasileiro e chinês estão discutindo a criação de dois canais de filmes: um de produções feitas nos países do Brics (Brasil, Índia, China e África do Sul) e outro apenas de vídeos brasileiros e chineses.
O assunto foi debatido entre o ministro da Cidadania, Osmar Terra, e autoridades chinesas durante as reuniões preparatórias para a visita do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que chega nesta quinta-feira a Pequim. Os novos canais utilizariam a tecnologia streaming, em que o telespectador escolhe o que vai assistir e quando.
O objetivo é estimular coproduções de Brasil e China, atraindo capital chinês para o cinema brasileiro, além de abrir um mercado de 600 milhões de chineses que assistem vídeos sob demanda.
Questionado se a censura chinesa seria um problema, já que o país é comunista e controlado por um partido único, o ministro afirmou que não. "Os chineses vão decidir que projetos querem financiar, e nossos produtores vão se submeter ou não. O que queremos é abrir esse mercado", afirmou.
Segundo Terra, o cinema brasileiro é muito "dependente" dos recursos do fundo setorial, que chegam a cerca de R$ 1,5 bilhão por ano. O surgimento do canal do Brics dificilmente será anunciado durante a visita de Bolsonaro à China. O mais provável é que o assunto continue sendo discutido em novembro, no encontro de países do bloco em Brasília, para o qual está prevista a presença do presidente chinês, Xi Jiping.