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Relações Internacionais

- Publicada em 23 de Outubro de 2019 às 03:00

'Não há como interferir na disputa EUA-China'

Presidente participou da coroação do imperador japonês Naruhito

Presidente participou da coroação do imperador japonês Naruhito


/JOSÉ DIAS/PR/JC
O governo brasileiro tenta afastar a ideia de que o acordo comercial entre China e Estados Unidos pode ter impacto negativo no Brasil. Em viagem pela Ásia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil não tem como interferir no comércio dos dois países e que deve criar condições para chegar de forma mais competitiva em outros mercados. "Temos que fazer a nossa parte", disse o presidente nesta terça-feira. Após três dias no Japão, Bolsonaro embarca para Pequim, capital chinesa, nesta quinta-feira.
O governo brasileiro tenta afastar a ideia de que o acordo comercial entre China e Estados Unidos pode ter impacto negativo no Brasil. Em viagem pela Ásia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil não tem como interferir no comércio dos dois países e que deve criar condições para chegar de forma mais competitiva em outros mercados. "Temos que fazer a nossa parte", disse o presidente nesta terça-feira. Após três dias no Japão, Bolsonaro embarca para Pequim, capital chinesa, nesta quinta-feira.
"Conseguimos, através da infraestrutura, fazer renascer o modal ferroviário, diminuir o preço do transporte, aperfeiçoar tecnologia. Nós podemos fazer a nossa mercadoria chegar de forma mais competitiva neste país", declarou o presidente a jornalistas. Ele falou com a imprensa antes de partir para a cerimônia de coroação do imperador japonês, Naruhito, em Tóquio.
O chanceler Ernesto Araújo afirmou que o mercado chinês "é imenso" e que há uma "competição legítima" entre todos os produtores agrícolas. "Nós estamos em condição de competir", avaliou Araújo.
"Isso (acordo entre EUA e China) não nos preocupa. É bom. Quanto mais comércio, melhor, quanto mais dinamismo nas economias... Acho que esse entendimento (entre China e EUA) é bom para a economia mundial como um todo, aumenta a demanda, é um choque de demanda na economia mundial e pode ser bom tanto direta quanto indiretamente para a economia do Brasil", disse.
Araújo declarou que o Brasil vê o investimento global como algo "fundamental" para o processo de crescimento do País e que a China é "parte integrante da abertura integral" que o governo prevê para o investimento externo.
"Dentro da nossa estratégia, é fundamental ter o investimento internacional, a participação dos parceiros internacionais. Queremos que a China seja parte disso, é uma parte importante", disse, destacando a participação dos chineses em investimentos da área de infraestrutura. "É uma presença útil e proveitosa para nós. Não há nenhum tipo de limitação para o investimento chinês. Queremos mais investimento chinês e mais investimento de outras fontes", completou.

Telefonia 5G não será discutida na visita à China

A quinta geração de telefonia móvel (5G) não está na pauta do presidente Jair Bolsonaro na visita que fará à China. Ao ser indagado sobre o assunto, Bolsonaro disse que o tema "não está no meu radar" e que não sabe sobre possível pressão dos chineses em relação à 5G:
"Comigo não (conversaram). Conversaram com o vice (Hamilton Mourão)", disse o presidente no Japão, onde iniciou sua viagem por cinco países da Ásia e do Oriente Médio.
Na quinta-feira pela manhã, Bolsonaro segue para Pequim, capital da China. O edital da licitação para a implementação da 5G no País ainda não é conhecido, mas o embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming, acredita que o Brasil não cederá à pressão americana contra a Huawei, empresa que detém o maior número de patentes 5G no mundo.
Em agosto, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, revelou ter "alertado" o governo brasileiro sobre as "vulnerabilidades" da tecnologia chinesa. Recentemente, Wanming comentou sobre a licitação e afirmou que "a Huawei não será banida (do Brasil)".
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, acrescentou que o tema não entrou na agenda dos encontros bilaterais em Pequim. Segundo ele, o Brasil não tem ainda uma definição técnica para pôr o assunto em pauta.
Apesar das declarações de Bolsonaro, a abertura do mercado brasileiro à tecnologia 5G, dominada pela China, não está no escopo dos atos porque cabe à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a definição do edital de licitação para as operadoras interessadas em participar do leilão.