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Conjuntura

- Publicada em 18 de Outubro de 2019 às 03:00

FMI reduz previsão para PIB do Brasil em relatório

Projeção para a economia brasileira caiu 1,6 ponto percentual

Projeção para a economia brasileira caiu 1,6 ponto percentual


/MANDEL NGAN/AFP/JC
As previsões de crescimento econômico feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Brasil não são animadoras mesmo se comparadas aos números previstos para a economia mundial - em forte desaceleração- ou aos esperados neste ano para países emergentes e em desenvolvimento.
As previsões de crescimento econômico feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Brasil não são animadoras mesmo se comparadas aos números previstos para a economia mundial - em forte desaceleração- ou aos esperados neste ano para países emergentes e em desenvolvimento.
Análise feita entre relatórios divulgados em janeiro e em outubro pelo Fundo revela que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2019 é menos de um quarto do esperado pelos demais emergentes e menos de um terço do projetado para a economia mundial no mesmo período.
Do começo do ano para cá, as economias avançadas, emergentes e mundial sofreram redução de expectativa de crescimento que variou ao redor de 0,5 ponto percentual, enquanto a projeção para o Brasil caiu 1,6 ponto percentual. Os dados mostram que a economia brasileira desacelerou mais fortemente em todos os cenários de comparação mas, mesmo entre os emergentes, grupo de países do qual faz parte, o Brasil fica bem aquém das expectativas.
Na terça-feira, dados publicados durante a reunião anual do FMI, em Washington, apontam que o crescimento esperado para o PIB do Brasil em 2019 é de 0,9% - ante os 2,5% previstos em janeiro. Já as nações em desenvolvimento, por exemplo, sofreram reajuste de 4,5% para 3,9% neste ano, enquanto a projeção da economia global passou de 3,5% para 3%.
Na avaliação de economistas que acompanham as reuniões do Fundo, a guerra comercial entre EUA e China, a crise política e econômica na Argentina e o impasse do brexit -saída do Reino Unido da União Europeia- não são suficientes para explicar a derrubada na economia brasileira.
Investidores nos EUA decidiram adiar suas apostas no Brasil porque dizem que, apesar do discurso de que as reformas estão avançando no Congresso, a economia não reage. O crescimento brasileiro foi de 1,1% em 2017 e em 2018 e, atrelado à queda da produtividade e a taxas de juros menos atraentes para o capital estrangeiro no País, desanima os donos do dinheiro.
A economia brasileira segue em trajetória errática, sem sinais de retomada consistente e dependente do consumo das famílias e dos setores de comércio e serviços. Segundo a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, o Brasil "registrou alguma recuperação e melhora" nos índices econômicos neste ano, com destaque ao avanço da reforma da Previdência no Congresso, mas é preciso fazer mais.
Na terça-feira, ela ponderou que incertezas políticas que envolveram a negociação do projeto refletem de forma negativa nos números do país e que é preciso concluir as reformas para superar a crise. Para 2020, o Fundo elevou a previsão do PIB brasileiro para 2%. O índice, porém, ainda é menor do que as previsões para economias avançadas, emergentes e global - a projeção para o crescimento mundial no ano que vem é de 3,4%, na esteira de uma desaceleração sem precedentes na última década.
 

Não há opção para desoneração na reforma tributária, diz Mansueto

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou nesta quinta-feira, em evento na capital paulista, que a equipe econômica ainda não tem uma alternativa para substituir a proposta que foi descartada, na discussão da tributária, de criar um imposto sobre transações financeiras para compensar uma desoneração da folha de pagamentos.
O imposto sobre transações financeiras, que ficou conhecido como uma nova CPMF, acabou sendo descartado, após o Congresso e o próprio presidente Jair Bolsonaro demonstrarem que reprovam a ideia, resultando na demissão do então secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, que vinha defendendo a proposta publicamente.
O secretário do Tesouro Nacional disse que o Plano de Equilíbrio Fiscal (PEF), seja votado na Câmara nos próximos 30 a 50 dias. O plano vai permitir que os 14 estados com nota C no Tesouro consigam empréstimos se provarem que farão o ajuste fiscal nos próximos quatro anos. A ideia é que os empréstimos sejam concedidos em parcela à medida que as ações de ajuste sejam realizadas.
"Tem um desafio de ajuste fiscal nos Estados. Claramente houve um problema de fiscalização do marco de contas fiscais nos Estados. O desequilíbrio fiscal que chegou a alguns estados no Brasil não era para ter acontecido. Mas isso está sendo revisto", disse ele. O secretário ainda afirmou que os estados terão que fazer a reforma da Previdência. "Sem isso, é impossível controlar as despesas."
Segundo ele, os governos do Rio Grande do Sul e de Goiás já enviaram projetos de reforma para as mudanças na aposentadoria, independente da definição do processo na esfera federal. Mansueto ainda frisou que não há grande risco do problema fiscal dos Estados afetar o equilíbrio macroeconômico do País no curto prazo. Segundo ele, 86% da dívida estadual está concentrada em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. "São Paulo está pagando a dívida em dia. Os outros três não estão pagando a dívida. Um porque está no Regime de Recuperação Fiscal e os outros dois porque têm liminar do STF."

Maia nega ordem em agenda pós-Previdência

O governo pretende apresentar na próxima quarta-feira, após a votação da reforma previdenciária no Senado, a agenda econômica para o "pós-Previdência". A agenda, que inclui temas como a reforma administrativa, tributária e a Regra de Ouro, foi discutida em reunião no Ministério da Economia nesta quinta-feira, com parlamentares e um novo encontro está marcado para a próxima segunda-feira.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), participou da reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM- AP), e disse que não existirá uma ordem de prioridade entre os projetos. "Não tem ordem, todas são relevantes, tem uma engrenagem que uma encaixa na outra. Precisa de solução para tudo e esperamos que a Câmara e Senado em conjunto possam colaborar", afirmou.
Ele afirmou que nos próximos dias será definido quais projetos serão tocados pela Câmara dos Deputados e quais pelo Senado. "Vamos trabalhar pela comissão mista da reforma tributária e organizar a reforma administrativa e a PEC da Regra de Ouro, para que cada uma comece por uma casa." Maia acrescentou que existe ainda uma lista com projetos de lei a serem enviados pelo governo, mas não citou os temas.
O presidente da Câmara afirmou ainda que poderá haver um novo texto da PEC da Regra de Ouro e que o governo ainda decidirá sobre a tramitação e os detalhes. "A PEC do deputado Pedro Paulo será usada de uma forma ou de outra", completou. De acordo com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), a expectativa é votar a Reforma da Previdência na Casa na próxima terça-feira.