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Turismo

- Publicada em 20 de Outubro de 2019 às 21:02

Dólar em alta impacta de leve a venda de pacotes para o exterior

Paris e Nova Iorque são as primeiras na lista de destinos de quem pretende viajar no Natal ou no Ano-Novo

Paris e Nova Iorque são as primeiras na lista de destinos de quem pretende viajar no Natal ou no Ano-Novo


/ALAIN JOCARD/AFP/JC
O cenário de dólar em alta, cotado acima de R$ 4,00 desde o dia 16 de agosto (R$ 4,11 na cotação da sexta-feira passada), impactou "de leve" nas vendas de pacotes internacionais para a época de Réveillon e durante o veraneio. Geralmente mais robusta em outros anos, a demanda para ambos períodos segue estável frente a 2018, mas, ainda assim, as agências de viagens estimam um faturamento maior para o final deste ano, com um acréscimo de cerca de 10% nos resultados.
O cenário de dólar em alta, cotado acima de R$ 4,00 desde o dia 16 de agosto (R$ 4,11 na cotação da sexta-feira passada), impactou "de leve" nas vendas de pacotes internacionais para a época de Réveillon e durante o veraneio. Geralmente mais robusta em outros anos, a demanda para ambos períodos segue estável frente a 2018, mas, ainda assim, as agências de viagens estimam um faturamento maior para o final deste ano, com um acréscimo de cerca de 10% nos resultados.
"Vai ter crescimento em relação ao ano passado, que estava bem ruim, devido à insegurança gerada pelo período das eleições, mas, com certeza, não será pela quantidade de pacotes vendidos, e sim pelos custos", avalia o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo Rio Grande do Sul (Sindetur-RS), Danilo Kehl Martins.
Segundo o dirigente, cidades tradicionais do período de Natal e Ano-Novo estão com "grande procura" para o período. "Nova Iorque e Paris são as primeiras da lista dos destinos internacionais, enquanto no Brasil, a capital do Rio de Janeiro segue na liderança." Mas também países da América Latina e praias do Caribe continuam entre os preferidos do público que "pode gastar" nesta época, informa Martins.
"Turquia e Colômbia têm tido uma procura expressiva nos últimos anos", afirma o diretor da Sepeans Viagens, Bruno Dambros. Segundo ele, também Aruba, no Caribe, e Riviera Nayarit, no México, estão ganhando mais atenção dos gaúchos. O empresário explica que esses destinos estão se consolidando no mercado brasileiro e que "fogem do convencional", atraindo "quem consegue se planejar com antecedência". "Hoje em dia, a classe média está procurando viajar para o exterior em períodos de baixa temporada e de ofertas. O Réveillon voltou a ser uma data mais vendida para pessoas com maior poder aquisitivo", destaca o presidente do Sindetur-RS.
No caso daqueles que fazem questão de passar as férias em família no exterior, as praias de Cancun e Punta Cana têm tido maior procura, destaca o presidente da regional da Associação Brasileira de Viagens (Abav-RS), João Augusto Machado. "Esses destinos possuem muitos resorts no sistema all-inclusive, o que permite que se gaste muito pouco durante a viagem, que já sai paga." O dirigente lembra que os pacotes para esses locais geralmente são disponibilizados com facilidades de pagamento, como o parcelamento em até 10 vezes, quitado em reais.
Essa característica tem sido um dos impulsores das vendas de final de ano e de meses de veraneio na empresa gaúcha RZ Turismo, especializada em viagens para a Patagônia argentina. "Dos receptivos locais, El Calafate e Ushuaia estão com mais com 30% dos pacotes vendidos para o Réveillon - e a procura segue alta", garante o diretor da agência, Ronald Zancan.
"Sempre que a moeda estrangeira está mais cara, o que vem acontecendo nos últimos anos, as pessoas buscam alternativas de lugares onde possam pagar um hotel mais barato, ou optam por ficar um período menor, mas não deixam de viajar", pondera Machado. Ele explica que as escolhas dos brasileiros estão "distribuídas" entre destinos nacionais e internacionais. "Os preços em dólar para o Ano-Novo estão praticamente iguais, o problema é o câmbio e a baixa oferta de voos na alta temporada, o que encarece o total da compra", destaca Martins.
A demanda por viagens para o final de ano deve se acirrar no próximo mês. "Para aqueles que continuam buscando viajar para o exterior, recomendamos comprar passagens com, no mínimo, três a quatro meses de antecedência da data da viagem", comenta o líder de Operações do site de buscas KAYAK no Brasil, Eduardo Fleury. "É importante pontuar que a alta do dólar também impacta preços das passagens aéreas nacionais, já que vários dos fatores que determinam esses preços são calculados em dólar", finaliza.

Derramamento de óleo pode afetar viagens ao Nordeste

Levantamento realizado pela CVC Operadora, a pedido do Jornal do Comércio, aponta que, mesmo com as notícias de derramamento de petróleo no litoral do Nordeste, os embarques no Réveillon seguem em alta para a região.
O presidente da Associação Brasileira de Viagens (Abav-RS), João Augusto Machado, ressalta que o acidente ambiental no Nordeste deve influenciar quem ainda não comprou a viagem de férias. "Provavelmente, algumas pessoas devem trocar o destino por algum outro local no exterior."
Daniel Kehl Martins, presidente do Sindicato das Empresas de Turismo Rio Grande do Sul (Sindetur-RS), pondera que "o verão ainda é uma incógnita". Sócio da Argus Turismo, cujo carro-chefe são as praias do Nordeste, ele afirma que "as pessoas ficam receosas (com as notícias de vazamento de óleo no mar) e estão esperando para comprar".

Argentina volta a ser atrativa

A desvalorização do peso argentino em relação ao real e ao dólar deve mudar o cenário de viagens nos próximos meses, já que o país se torna ainda mais atrativo aos brasileiros. "A desvalorização do peso frente ao dólar e ao real também tem efeito sob o poder de consumo do brasileiro na Argentina, no que se refere a outros serviços, além dos serviços turísticos", aponta levantamento da CVC.
O estudo aponta que, quando a oscilação do dólar perdura por alguns meses, os brasileiros buscam alternativas mais próximas na América do Sul ou dentro do Brasil para viajar nas férias.