O Fundo Monetário Internacional (FMI) diminuiu a sua projeção para o crescimento da economia global este ano de 3,2%, na estimativa de julho, para 3,0%, a taxa mais baixa de expansão desde 2009. Em relação a 2020, o FMI também reduziu levemente a previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) global, de 3,5% para 3,4%.
As projeções estão no relatório Perspectiva Econômica Mundial, lançado nesta terça-feira (15), cujo título é "Desaceleração global da manufatura, barreiras comerciais em elevação". Já na comparação das estimativas apresentadas nesta terça no documento com as de abril, ocorreu uma redução de 0,3 ponto percentual para 2019, quando estimava uma alta de 3,3%, e de 0,2 ponto porcentual para o próximo ano, pois a projeção era de 3,6%.
A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China é o destaque entre os principais fatores que levaram o FMI a reduzir suas projeções, pois prejudicou a produção industrial pelo mundo, inclusive no setor automotivo da Alemanha, e reduziu investimentos de empresas em economias avançadas, sobretudo com incertezas sobre o futuro de cadeias internacionais de manufaturados.
Em relação ao Brasil, o FMI elevou a projeção do PIB em 2019, de 0,8% estimado em julho para 0,9% agora. Para 2020, no entanto, a previsão de crescimento brasileira passou de 2,4% para 2,0%. Já para 2024, último ano do horizonte de projeções do FMI, a estimativa para o PIB brasileiro é de 2,3%.
A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, destacou que em 2019 o mundo deve registrar o nível mais baixo de expansão desde a Grande Recessão, em uma conjuntura internacional de baixa inflação e que permitiu movimentos quase sincronizados de reduções de juros por diversos bancos centrais de economias avançadas e emergentes. "Na ausência de tais estímulos monetários, o crescimento global poderia ser menor em 0,5 ponto percentual em 2019 e 2020", apontou.