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Trabalho

- Publicada em 16 de Outubro de 2019 às 03:00

Maia quer FGTS como poupança vinculado a sistema de capitalização

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu mudanças no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Na sua visão, o fundo não deve ser usado para atender a objetivos de curto prazo, como o consumo das famílias, e sim servir como uma poupança para os trabalhadores, vinculado ao futuro sistema de capitalização que pode ser implantado nos próximos anos no País.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu mudanças no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Na sua visão, o fundo não deve ser usado para atender a objetivos de curto prazo, como o consumo das famílias, e sim servir como uma poupança para os trabalhadores, vinculado ao futuro sistema de capitalização que pode ser implantado nos próximos anos no País.
"O FGTS tem que tentar caminhar para o regime de capitalização, com contas individuais. O trabalhador tem que ter o direito de aplicar o dinheiro dele onde entender que é melhor", defendeu o parlamentar nesta terça-feira.
"Não acho que a gente deva, em um país onde as pessoas têm informação e estão todas endividadas, estimular o caixa. Não é isso que vai dar sustentação ao crescimento do nosso País", disse Maia, fazendo críticas indiretas à recente liberação de saques do fundo para reanimar a economia, cujo crescimento está em um ritmo abaixo do previsto no começo do ano. "Estimular o consumo ou qualquer outro gasto com o dinheiro do FGTS não vai criar nenhum resultado relevante", completou.
Maia lembrou, também, que a Caixa cobra uma taxa de administração de 1% sobre o valor total dos ativos do FGTS, de cerca de R$ 550 bilhões. Além disso, defendeu que os cotistas do fundo devem ter uma remuneração, no mínimo, igual à da inflação. "O problema é que a Caixa está tomando R$ 5 bilhões, R$ 6 bilhões, R$ 7 bilhões dos trabalhadores. Se vai ter lucro de R$ 30 bilhões, por que não devolver R$ 7 bilhões para os trabalhadores?", questionou.

Presidente do Bradesco defende concorrência por gestão do fundo

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, defendeu a abertura de concorrência pública para a gestão dos recursos do FGTS junto aos bancos privados e o fim do monopólio nas mãos da Caixa Econômica Federal. "Sempre fui um defensor de que a gestão do FGTS fosse discutida para que todo o mercado pudesse ter acesso. Continuo acreditando nisso", disse Lazari nesta terça-feira.
Para ele, assim como o mercado reduziu as taxas de administração dos fundos de investimento, a Caixa também deveria acompanhar esse movimento em relação ao FGTS. "Todo mundo reduziu. Não dava para trabalhar com taxas de administração de 2%, 3% ao ano. Tem vários fundos de administração que estamos com taxa de 0,5% ao ano. Não faz sentido o trabalhador pagar quase 1,5% para a Caixa hoje dada a remuneração que tem o FGTS", enfatizou.
O presidente do Bradesco também criticou o atual patamar de remuneração dos recursos dos trabalhadores. Para ele, o retorno atual, de cerca de 3,0%, é injusto. "Se temos a Selic, os recursos do FGTS têm de ser remunerados pela Selic, pelo IPCA ou outro indexador que proteja um pouco o patrimônio do trabalhador", sugeriu Lazari. "Concordo com o Rodrigo Maia (presidente da Câmara). O fundo de garantia é a única poupança que o trabalhador de baixa renda tem", acrescentou.
Segundo Lazari, o governo não abriu a possibilidade de fazer uma concorrência para que os bancos privados disputem a gestão dos recursos do FGTS e que o Bradesco tem total interesse em participar. "Temos interesse em participar da gestão e do pagamento dos recursos do FGTS ao trabalhador... Não tem nenhuma sinalização (do governo) ou projeto de lei para que isso seja feita concorrência pública. Eu acho que deveria ser feita uma concorrência pública", reforçou o executivo.