Produtores de leite do Rio Grande do Sul protestam na manhã desta terça-feira (15), em frente a Superintendência Regional do Ministério da Agricultura (Mapa), em Porto Alegre. Eles pedem anulação das Instruções Normativas 76 e 77 do governo federal e demonstram insatisfação com o preço do leite pago aos agricultores.
A mobilização reúne produtores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Federação dos Agricultores na Agricultura Familiar (Fetraf) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS (Fetag). Um audiência pública no Teatro Dante Barone vai debater a pauta. Após, os produtores devem entregar ao governador Eduardo Leite um documento cobrando o envolvimento do governo gaúcho nas reivindicações.
Os trabalhadores rurais vieram de várias regiões do Rio Grande do Sul e trouxeram ao pátio do Mapa faixas cartazes, caixas de leite e vacas. Eles ressaltam que não são contra medidas que tratam do controle da qualidade do leite, mas alegam que as normativas, publicadas em 2018, inviabilizam a produção dos pequenos e médios produtores.
As normas especificam os padrões de identidade e qualidade do leite e estabelecem alterações na forma de produzir, coletar e armazenar o produto. Uma das mudanças que mais preocupa é a temperatura máxima permitida para o leite chegar ao estabelecimento industrial, que, com as novas regras, caiu de 10°C para 7°C. De acordo com os produtores, a alteração "ignora a realidade daqueles que moram em locais muito distantes e o tempo de viagem necessário para transportar a matéria-prima".
Os agricultores alegam que as normativas aumentam o abandono de trabalhadores na atividade. De acordo com a Emater, em 2015 havia 198 mil produtores de leite no Estado. Já em 2017 foram contabilizados 19 mil a menos.