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Mercado de Capitais

- Publicada em 14 de Outubro de 2019 às 03:00

Trégua na guerra comercial entre EUA e China anima investidores


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A expectativa por um acordo comercial entre Estados Unidos e China foi o motor do mercado financeiro na sexta-feira. O otimismo de investidores se converteu em uma notícia positiva ao fim do pregão, quando o presidente americano, Donald Trump, anunciou um acordo parcial firmado com os chineses.
A expectativa por um acordo comercial entre Estados Unidos e China foi o motor do mercado financeiro na sexta-feira. O otimismo de investidores se converteu em uma notícia positiva ao fim do pregão, quando o presidente americano, Donald Trump, anunciou um acordo parcial firmado com os chineses.
As principais bolsas mundiais subiram na sexta-feira, ainda que o anúncio do que representa uma trégua na guerra comercial tenha se convertido em "compra no boato, vende no fato". Nos Estados Unidos, as máximas do dia flertaram com 2% de valorização, mas os principais índices se encerraram com ganhos ao redor do 1%.
No Brasil, a desaceleração não ocorreu. O Ibovespa, principal índice acionário do País, avançou 1,98% e terminou a 103.831 pontos. O giro financeiro foi de R$ 15,620 bilhões, ante média diária ao redor de R$ 16 bilhões neste ano. Na semana, a bolsa brasileira acumulou alta de 1,25%, recuperando as perdas dos dois primeiros pregões bastante negativos.
O presidente norte-americano anunciou um acordo comercial restrito com a China, que foi o bastante para que ele se dispusesse a não impor a nova barreira tarifária contra o país, que estava marcada para a próxima terça-feira. Dos dois lados, as concessões foram modestas e passam por não elevação de tarifas e aumento moderado das compras chinesas de produtos norte-americanos, incluindo agrícolas.
Na reta final dos negócios, Trump anunciou que havia chegado a um acordo "fase 1" e "muito substancial" com o gigante asiático. As negociações com a China, disse Trump, terão duas ou três fases. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, afirmou que os EUA não vão aplicar o aumento de tarifas sobre a China com início previsto para o próximo dia 15. Mas a alta tarifária prevista para 15 de dezembro continua valendo.
No Brasil, o mercado ainda reverberou a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei da partilha do megaleilão de petróleo da cessão onerosa - o que diminui as tensões políticas e, por tabela, diminui os temores de aumento dessas tensões e de atraso na votação final da reforma da Previdência no Senado.
Uma vez assegurada a solvência das contas públicas com a reforma do sistema de aposentadorias, espera-se que o governo se volte para medidas que alimentam a expectativa de retomada do crescimento, como a aceleração das privatizações. As seguidas revisões para baixo das projeções para a taxa Selic no fim do ano, que ganharam ainda mais força com a nova ponderação da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), trazem expectativa de aceleração da atividade.
Não por acaso, a alta do Ibovespa, na sexta-feira, foi generalizada, abrangendo diversos setores, como varejistas, bancos e exportadores de commodities. Dos 68 papéis que integram a carteira teórica do Ibovespa, apenas duas ações terminaram em queda: PNB da Eletrobras caiu 2% e ON, 1,42%. Entre os índices setoriais, a liderança coube ao Índice de Materiais Básicos (3,05%), seguido pelo Índice de Consumo (1,93%).
No grupo das blue chips, Vale ON liderou os ganhos, com alta de 2,92%, seguida por o papel PN da Petrobras ( 1,94). Os papéis dos principais bancos avançaram mais de 1%, com destaque para a ação ON do BB ( 1,87%).

Cotação do dólar à vista tem queda para R$ 4,0948

O otimismo com um acerto comercial entre China e Estados Unidos fez o dólar cair mundialmente na sexta-feira. No mercado doméstico, a moeda americana chegou até a subir pela manhã, mas o movimento perdeu força, e o dólar à vista fechou em baixa de 0,68%, a R$ 4,0948.
Com a queda desta sexta-feira, o dólar reduziu a alta na semana para 0,95%, mas a expectativa de novos cortes de juros aqui e da redução do diferencial de juros com o exterior segue como um limitador para um recuo maior da divisa americana, tanto que, nesta sexta-feira, outros países - como África do Sul, Chile e Colômbia - tiveram desempenho melhor que o real.
A declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que "boas coisas" estavam acontecendo nas negociações com os chineses já foi suficiente para estimular a busca por ativos de risco e aumentar a disposição de investidores para fazer a migração de recursos para países mais arriscados. O dólar caiu de forma generalizada ante divisas emergentes e de países desenvolvidos.
A lira turca foi uma das raras exceções e se enfraqueceu, após a Casa Branca ameaçar impor sanções ao país. A moeda da Turquia foi a que teve o pior desempenho na semana, com alta de 3,4% do dólar no país.