O Rio Grande do Sul registrou crescimento de 0,34% no Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) em 2016 - que passou de 0,751 para 0,754. A educação liderou o desempenho e contribuiu para o resultado positivo. O índice voltou a ser divulgado com a reativação de atividades antes da Fundação de Economia e Estatística (FEE), agora sob a responsabilidade do Departamento de Economia e Estatística (DEE), ligado à Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).
Pelo sétimo ano consecutivo na série do Idese, Carlos Barbosa, na região da Serra, figura na liderança entre os municípios, com 0,884, levemente superior a 2015 (0,879), mas ainda inferior ao seu ápice de 2014 (0,892). A renda puxou o desempenho. O segundo colocado de 2016 foi Aratiba, no Norte do Estado, com um índice total apurado de 0,870, subindo duas posições frente à quarta posição de 2015 (0,860). Embora tenha mantido níveis de Renda e Saúde similares à 2015, Aratiba conquistou posições graças à educação. Na tabela abaixo estão os dez primeiros colocados.
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No geral, frente a 2015, o indicador passou de 0,751 para 0,754, o que mantém o Estado no patamar de desenvolvimento médio, apontou a coordenação da pesquisa. Dos três blocos do Idese, dois tiveram percentuais positivos. O da educação apresentou o maior avanço relativo (1,73%). Saúde ostentou 0,26%, o que assegura o segmento no topo do indicador desde 2009 (agora em 0,819). Já o bloco renda sentiu o impacto do cenário econômico e foi o único a ter retração, de 0,89%, acumulando perdas de 4% nos últimos dois anos da série, apontou o DEE.
O Idese é parâmetro para avaliar a situação socioeconômica dos municípios a partir de aspectos quantitativos e qualitativos. A divulgação, ontem, do Idese 2016, incluiu também os indicadores por municípios e por Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes), além de outras regionalizações importantes para o planejamento, como as microrregiões do IBGE, regiões de saúde e educação.
"Mesmo o Rio Grande do Sul apresentando indicadores que o colocam em um nível médio de desenvolvimento, o Idese nos ajuda a identificar em que pontos é possível melhorar, para onde as políticas públicas precisam de um olhar mais atento", destacou a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), Leany Lemos. A classificação vigente considera desenvolvimento alto aqueles indicadores maiores ou iguais a 0,800; médio, os que se encontram entre 0,500 e 0,799; e baixo os que não superam o índice de 0,499.
Na educação, o bloco de educação infantil mostrou maior salto, com elevação de 11,76% em relação a 2015. O resultado reflete as taxas de matrículas pelo Censo Escolar confrontadas com as estimativas da população entre quatro e cinco anos. Responsável pelo estudo, o analista pesquisador Tomás Pinheiro Fiori alerta para situações bastante distintas neste segmento. "Enquanto cresce o nível na Educação Infantil, o sub-bloco do Ensino Médio teve um recuo de 6,37% ao repetir a comparação das matrículas com as estimativas de gaúchos entre 15 e 17 anos", indicou Fiori.
"Como apenas no biênio 2015-2016 esta redução chegou a -9,72% nas matrículas totais, pode-se estabelecer uma relação entre a conjuntura econômica do País e o possível deslocamento de jovens em idade escolar para atividades que ajudem a complementar a renda familiar em tempos de crise", complementou o coordenador, que integra a equipe de pesquisadores do DEE. Fiori acrescenta ainda que as matrículas neste nível de ensino vêm caindo em ritmo mais acelerado desde o início da série do Idese, em 2007.
O bloco saúde, embora tenha registrado um avanço mais modesto, é o único do Idese gaúcho a se manter em patamar elevado de desenvolvimento, com índice apurado, em 2016, de 0,819, com evolução positiva na maioria dos componentes em todos os anos do Idese.
O bloco de renda manteve a trajetória de retração verificada em 2015, seguindo o ambiente de recessão. O índice de 0,732 coloca o Estado quase no mesmo patamar de 2012 (0,730), distante do nível alcançado no ápice da série histórica, em 2014 (0,763), apontou a equipe.