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Economia

- Publicada em 01 de Outubro de 2019 às 21:21

Nova fase da Carne Fraca mira auditores do Mapa

Operação Romanos mobilizou policiais em nove estados

Operação Romanos mobilizou policiais em nove estados


ONOFRE VERAS/AGÊNCIA O DIA/AE/JC
A Polícia Federal (PF) do Paraná deflagrou, na manhã de ontem, a quarta fase da Operação Carne Fraca, denominada Romanos. Os mandados de busca e apreensão tiveram como alvos, principalmente, fiscais do Ministério da Agricultura (Mapa) que teriam recebido propina para atuar em favor de empresas.
A Polícia Federal (PF) do Paraná deflagrou, na manhã de ontem, a quarta fase da Operação Carne Fraca, denominada Romanos. Os mandados de busca e apreensão tiveram como alvos, principalmente, fiscais do Ministério da Agricultura (Mapa) que teriam recebido propina para atuar em favor de empresas.
A investigação tem como base a colaboração da BRF, que indicou ao menos 60 auditores agropecuários que teriam recebido cerca de R$ 19 milhões. Os pagamentos ocorreram mesmo antes da fusão de Perdigão e Sadia, que originou o grupo, até 2017, segundo a PF. A BRF teria interrompido a prática em 2017.
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Os valores eram transferidos em espécie e até custeavam planos de saúde para alguns dos fiscais, de acordo com a investigação. Em um caso citado pelo delegado da PF Maurício Boscardi Grillo, uma auditora teria chantageado a empresa para contratar o marido dela em troca da atuação em benefício do grupo.
Dos 60 fiscais alvos da operação, 39 ainda estavam na ativa, mas foram afastados das funções por ordem judicial expedida juntamente com os mandados desta fase. Segundo o delegado, o Mapa também vai apurar a conduta dos funcionários administrativamente.
Empresas conveniadas à BRF seriam utilizadas para pagar e esconder a propina de forma que não prejudicasse a imagem do grupo. "Ela (BRF) não se expunha para os ficais, quem apareceria era outra empresa, mas (o grupo) fazia o acerto de contas depois com a empresa que fazia os pagamentos", explicou Boscardi.
As evidências foram entregues à Polícia Federal pela própria BRF, que resolveu colaborar espontaneamente a partir da terceira fase da Carne Fraca, em março do ano passado, quando o ex-presidente da empresa, Pedro de Andrade Faria, foi um dos alvos de prisão. O grupo teria interrompido os pagamentos já em 2017, quando passou por uma reestruturação interna.
Além de confirmar as provas apresentadas pela BRF, a intenção dos policiais é investigar se os auditores continuam recebendo propina de outras empresas. Ao todo, foram 68 mandados de busca e apreensão em nove estados: Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Ponta Grossa, no interior do Paraná.
O Ministério da Agricultura disse, em nota, que "a Operação Romanos diz respeito a desdobramentos de investigações relativas a fatos ocorridos até 2017" e que "as informações sobre os servidores alvos dessa etapa da operação foram enviadas hoje ao Mapa, que já tomou e continuará tomando todas as providências e sanções legais cabíveis".
A pasta afirma ter confiança "em sua área de fiscalização agropecuária, já reestruturada, e entende que essa situação é uma exceção à regra e não compromete a efetiva atuação de seus 2.500 fiscais".
Já a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou, em nota, que "reitera a posição setorial pela correta investigação e esclarecimento dos fatos pretéritos. A operação ressalta a postura do setor, que passou a investir em vigorosos programas de compliance e conformidade".
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