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Relações Internacionais

- Publicada em 10 de Setembro de 2019 às 03:00

Comércio exterior seguirá fraco em 2020

Vendas ao exterior, que se beneficiam do real depreciado, estão baixas

Vendas ao exterior, que se beneficiam do real depreciado, estão baixas


/IBRAHIM CHALHOUB/AFP/JC
As esperanças para o comércio exterior brasileiro se recuperar no ano que vem estão diminuindo, segundo avaliação da dinamarquesa Maersk, maior companhia de transporte de contêineres do mundo, em seu relatório trimestral. "As importações e exportações brasileiras estão deixando de se recuperar em agosto ou ter o desempenho esperado", diz o documento, que acrescenta que "as exportações, que devem se beneficiar do real depreciado, estão com baixo desempenho".
As esperanças para o comércio exterior brasileiro se recuperar no ano que vem estão diminuindo, segundo avaliação da dinamarquesa Maersk, maior companhia de transporte de contêineres do mundo, em seu relatório trimestral. "As importações e exportações brasileiras estão deixando de se recuperar em agosto ou ter o desempenho esperado", diz o documento, que acrescenta que "as exportações, que devem se beneficiar do real depreciado, estão com baixo desempenho".
O cenário global também não ajuda a melhorar a situação da economia brasileira, avalia a empresa em seu relatório. "Nuvens estão se formando no horizonte para o Brasil e o mundo. O comércio e a fabricação global estão desacelerando. A disputa de tarifas nos EUA e na China está reduzindo os volumes globais de contêineres e isso pode piorar. O Brexit continua impactando o comércio europeu e isso também afeta o Brasil."
Além desses pontos, a companhia também afirma que é improvável que os benefícios do livre-comércio com União Europeia (UE) ocorram antes de 2022 e que o País ainda precisa avançar nas reformas econômicas propostas pelo governo.
O gerente de produto da empresa, Matias Concha, afirma que enquanto tais projetos não forem aprovados pelo Congresso, as compras ficarão estagnadas. "Tem muita coisa como reforma da Previdência e reforma tributária que deixam várias dúvidas sobre qual que vai ser o futuro da economia brasileira, e isso impacta a confiança dos consumidores."
Outro ponto apresentado pelo relatório e abordado por Concha é referente às importações para o Natal. Segundo o texto, um salto nas importações para essa época ainda está para se concretizar, e isso geralmente ocorria em agosto.
"Normalmente o Natal é que faz o pico das importações, que começa a ocorrer no terceiro trimestre, com aumento significativo das compras, principalmente da Ásia. O que nós vemos agora são expectativas para o consumo brasileiro não muito positivas."
Embora o total de importações e exportações do País no segundo trimestre deste ano tenha avançado 11%, a empresa lembra no relatório que a comparação com o mesmo período do ano passado trem distorções. Isso porque a base desse período de 2018 está sob o efeito greve dos caminhoneiros.
"É importante mencionar isso porque, por ser tão pequena essa base de comparação, deveríamos esperar algo maior. Só que infelizmente o Brasil não está conseguindo materializar oportunidades externas. É o caso do real, cuja desvalorização é favorável à exportação", afirma Concha.
"É preciso desenvolvimentos em transportes, logística e infraestrutura. Se não ocorrerem, vão impedir que o Brasil aproveite o potencial que tem."
 

Brasil perde com guerra comercial entre EUA e China, afirma vice-presidente

Mourão quer diversificar a pauta de exportações com os chineses

Mourão quer diversificar a pauta de exportações com os chineses


/MAURO PIMENTEL/AFP/JC
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira (9), em São Paulo, que a guerra comercial travada entre China e Estados Unidos traz riscos econômicos ao Brasil, apesar de eventuais ganhos no curto prazo.
"Sabemos que ganhos de curto prazo para o Brasil, como o caso do aumento de demanda chinesa por soja, podem ficar comprometidos pela redução global da atividade econômica ou pelo desequilíbrio dos mercados no mais longo prazo. A instabilidade política não contribui para o progresso econômico."
O vice-presidente falou a uma plateia de empresários brasileiros e chineses em evento organizado pelo Conselho Empresarial Brasil-China. "Temos procurado construir relações de confiança e criar o ambiente propício para a ampliação e a diversificação das relações econômicas com a China. Essa disposição mostra-se ainda mais pertinente no contexto de acirramento do enfrentamento econômico e comercial (com os Estados Unidos)", afirmou.
Segundo Mourão, "o mundo acompanha com apreensão a escalada das barreiras tarifárias e o aumento do risco de recessão mundial". O vice-presidente se disse confiante "de que as grandes potências saberão evitar aquilo que conhecemos como armadilha de Tucídides".
A expressão, consagrada pelo cientista político Graham Allison, professor de Harvard, usa o nome do general grego Tucídides, que escreveu sobre a Guerra do Peloponeso (entre Atenas e Esparta), e faz alusão aos riscos de enfrentamento entre uma potência em ascensão e outra já estabelecida.
O embaixador chinês no País, Yang Wanming, afirmou que a guerra comercial com os EUA traz incerteza ao andamento da cooperação chinesa com o Brasil, sem detalhar quais seriam os riscos. O diplomata disse que a China deverá dobrar o consumo de carne bovina até 2026, o que favorece o Brasil, e que o governo de Xi Jinping quer "reduzir ainda mais as tarifas alfandegárias e diminuir os custos institucionais das exportações" na relação bilateral com o País.
Segundo Mourão, "a visita do presidente Bolsonaro a Pequim em outubro irá conferir novo impulso para o diálogo político bilateral, assim como a vinda do presidente Xi Jinping a Brasília para a cúpula dos Brics, em novembro." O vice-presidente destacou a parceria com a China. Para ele, o Brasil deve diversificar a pauta de exportações para além das commodities.