Em um momento em que alguns países europeus defendem a adoção de barreiras comerciais ao Brasil, por causa das queimadas na Floresta Amazônica, a China informou, na segunda-feira (9), que vai autorizar a exportação de carnes por 25 novos frigoríficos brasileiros para o país. A decisão foi tomada cerca de um mês antes da viagem do presidente Jair Bolsonaro àquele país.
Segundo o Ministério da Agricultura, do total de estabelecimentos autorizados, 17 são fornecedores de carne bovina. Também foram habilitados seis frigoríficos exportadores de frango, um de carne suína e um de asininos (mulas e burros).
A decisão ajuda na valorização das ações de frigoríficos brasileiros, que sobem até 6% na Bolsa de Valores de São Paulo. BRF, Marfig e Minerva Foods tiveram, cada uma, dois frigoríficos liberados pelas autoridades chinesas.
A China sofre com a peste suína africana, doença hemorrágica altamente contagiosa provocada por um vírus que só atinge porcos. E este ano deve perder um terço de sua produção de carne suína. Com a disseminação da doença, empresas brasileiras viram suas exportações de carne suína crescerem 20% para a China este ano .
Os chineses são os principais compradores de carnes do Brasil. Junto com Hong Kong, o pais importa 40% do total exportado pelos frigoríficos brasileiros.
Esses 25 estabelecimentos habilitados vão se juntar aos 64 frigoríficos brasileiros que já são autorizados a vender para o mercado chinês. Hoje, as vendas de carnes para a China oriundas do Brasil são estimadas em cerca de US$ 2,5 bilhões por ano.