Publicada em 01 de Setembro de 2019 às 22:05

Expointer injeta ânimo na economia, diz Eduardo Leite

Governador destaca papel dos bancos públicos no financiamento do agronegócio

Governador destaca papel dos bancos públicos no financiamento do agronegócio


/CLAITON DORNELLES /JC
Jefferson Klein, do Rio de Janeiro, especial para o JC
O otimismo gerado durante a 42ª Expointer deve se estender para o restante da economia gaúcha. Essa é a projeção do governador Eduardo Leite, que comemorou as vendas de R$ 2,69 bilhões da feira. O número representa um incremento de 17,37% em relação à edição de 2018. O chefe do Executivo gaúcho comentou os resultados durante visita à Casa JC na Expointer neste domingo. O governador foi recebido pelo diretor-presidente do Jornal do Comércio, Mércio Tumelero, e pelo diretor de Operações do JC, Giovanni Tumelero. Leite estava acompanhado do vice-governador, Ranolfo Vieira Júnior, e da prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas.
Notícias sobre agronegócios são importantes para você?
Jornal do Comércio - Como avalia o resultado da Expointer?
Eduardo Leite - As vendas na Expointer cresceram 17,37%. O volume de negócios foi puxado pelo segmento de máquinas. Houve expressiva participação dos bancos públicos, principalmente os do Estado. O Banrisul tinha lançado uma nova estratégia para o agronegócio, porque percebia que o volume de negócios do banco nessa área era baixo. Foi dobrado o crédito oferecido pelo Banrisul, mais de R$ 3,5 bilhões ofertados pelo banco para o agronegócio neste ano. O Banrisul, na Expointer, aumentou em 45% os negócios financiados pelo banco. O Badesul aumentou 70%. O Banrisul nos deixa muito feliz em ser parceiro nessa estratégia no agronegócio.
JC - A economia vive muito de expectativas. Como esse desempenho da Expointer pode impactar na economia gaúcha?
Leite - É muito positivo que se tenha esse resultado, porque injeta confiança. Se estamos vendendo mais máquinas, as pessoas estão investindo no campo, é sinal de que elas querem plantar mais, colher mais, gerando uma boa expectativa quanto às safras que o Estado terá pela frente. E que São Pedro continue nos ajudando, nos ajudou nessa Expointer com sol e que nos ajude nas safras e nos plantios com as chuvas também necessárias para que o Estado tenha um clima para ter boas colheitas.
JC - O senhor comentava sobre o Investômetro do JC, que mede investimentos no Estado. Neste ano, tivemos vários aportes em fábricas de máquinas e implementos agrícolas. Há uma política específica para o setor?
Leite - O que mais o Estado pode fazer é melhorar a logística. Com a parceria do setor privado, vamos lançar os primeiros editais de concessões de rodovias até outubro. Vamos lançar concessões para hidrovias e aeroportos, melhorar a operação do porto do Rio Grande para o escoamento da produção, o que ajuda a reduzir custo logístico. Com o Código Estadual do Meio Ambiente também queremos reduzir a burocracia.
JC - A licença ambiental por compromisso...
Leite - Licenças por adesão de compromisso. Algumas atividades deixarão de ter necessidade de licenciamento, porém é importante dizer que nada com permissividade para a degradação ambiental, pelo contrário, com responsabilidade, mas sem virar a chave para que se deixe de investir. Com as reformas do Estado, para a redução do custo da máquina e com as privatizações, queremos um horizonte de redução de custos tributários.
JC - Em quanto tempo?
Leite - As alíquotas majoradas de ICMS (em insumos como eletricidade e gasolina) se encerram no final do ano que vem. Em 2021, a gente quer que a majoração de alíquotas ceda para um reequilíbrio da redistribuição dos custos de impostos do Estado, com redução de carga tributária. Claro que não dá para reduzir abruptamente, mas com uma logística melhorada, burocracia repensada e uma tributação mais simples apontando para uma redução de carga, queremos animar a economia, criando um novo ambiente de negócios.
JC - O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), Cláudio Bier, reivindicou um espaço maior para esse setor na Expointer. É possível?
Leite - Achamos pertinente e já começamos a abrir estudos sobre o que seria possível fazer, se haveria necessidade de um pavilhão ser deslocado. Isso necessitaria investimentos, mas o Simers está disposto a fazê-los junto conosco.
JC - Em 2020, o Parque de Exposições Assis Brasil completará 50 anos. Pensa-se em alguma ação para marcar esta data?
Leite - Queremos qualificar a gestão do parque, o aproveitamento do espaço, que abriga a Expointer, mas que, durante o ano, acaba sendo subutilizado. Queremos que a administração do parque renda mais para o Estado, para Esteio e para a Região Metropolitana. É interessante usar a data comemorativa de 50 anos para alavancá-lo.
JC - E o que poderia ser feito?
Leite - Isso vamos desenvolver com a prefeitura de Esteio. É bom para a população da região utilizar o parque como espaço de lazer. Temos que fazer esse alinhamento com outras instituições, porque, em função da Expointer, tem investimentos do Simers, da Farsul e de entidades que têm participação na gestão do parque. É complexo conseguir alinhar isso tudo, pois o parque é do governo do Estado, mas a gestão acaba sendo compartilhada. É um investimento de tempo que vale a pena.
JC - Na Expointer, a Frente Parlamentar em Defesa da Produção e Autossuficiência de Etanol defendeu incentivos para a produção de álcool no Estado. É possível apoiar esse setor?
Leite - É bastante interessante, a gente tem que discutir de que forma o Estado pode criar um ambiente mais favorável para essa cadeia ser desenvolvida. Há outras questões que podem ser viabilizadas, como o aproveitamento de dejetos de aves e da suinocultura que podem ser utilizados para a geração de energia. Tem uma série de rejeitos no agronegócio que podem virar fonte de energia, a queima da casca de arroz, por exemplo.
JC - E o reconhecimento do Estado como área livre de febre aftosa sem vacinação?
Leite - Já se tem a negociação com o Ministério da Agricultura. Já se identificaram inspetorias que precisam de investimentos para qualificar estruturas, porque a retirada da vacinação da aftosa depende de darmos a segurança de que, diante de qualquer episódio, o Estado consiga reagir rapidamente para não haver disseminação de qualquer problema. Estamos otimistas nessa condição, que agrega valor à nossa carne. O Paraná já está tomando medidas para se tornar livre de vacinação, e Santa Catarina já é livre.
O otimismo gerado durante a 42ª Expointer deve se estender para o restante da economia gaúcha. Essa é a projeção do governador Eduardo Leite, que comemorou as vendas de R$ 2,69 bilhões da feira. O número representa um incremento de 17,37% em relação à edição de 2018. O chefe do Executivo gaúcho comentou os resultados durante visita à Casa JC na Expointer neste domingo. O governador foi recebido pelo diretor-presidente do Jornal do Comércio, Mércio Tumelero, e pelo diretor de Operações do JC, Giovanni Tumelero. Leite estava acompanhado do vice-governador, Ranolfo Vieira Júnior, e da prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas.
Notícias sobre agronegócios são importantes para você?
Jornal do Comércio - Como avalia o resultado da Expointer?
Eduardo Leite - As vendas na Expointer cresceram 17,37%. O volume de negócios foi puxado pelo segmento de máquinas. Houve expressiva participação dos bancos públicos, principalmente os do Estado. O Banrisul tinha lançado uma nova estratégia para o agronegócio, porque percebia que o volume de negócios do banco nessa área era baixo. Foi dobrado o crédito oferecido pelo Banrisul, mais de R$ 3,5 bilhões ofertados pelo banco para o agronegócio neste ano. O Banrisul, na Expointer, aumentou em 45% os negócios financiados pelo banco. O Badesul aumentou 70%. O Banrisul nos deixa muito feliz em ser parceiro nessa estratégia no agronegócio.
JC - A economia vive muito de expectativas. Como esse desempenho da Expointer pode impactar na economia gaúcha?
Leite - É muito positivo que se tenha esse resultado, porque injeta confiança. Se estamos vendendo mais máquinas, as pessoas estão investindo no campo, é sinal de que elas querem plantar mais, colher mais, gerando uma boa expectativa quanto às safras que o Estado terá pela frente. E que São Pedro continue nos ajudando, nos ajudou nessa Expointer com sol e que nos ajude nas safras e nos plantios com as chuvas também necessárias para que o Estado tenha um clima para ter boas colheitas.
JC - O senhor comentava sobre o Investômetro do JC, que mede investimentos no Estado. Neste ano, tivemos vários aportes em fábricas de máquinas e implementos agrícolas. Há uma política específica para o setor?
Leite - O que mais o Estado pode fazer é melhorar a logística. Com a parceria do setor privado, vamos lançar os primeiros editais de concessões de rodovias até outubro. Vamos lançar concessões para hidrovias e aeroportos, melhorar a operação do porto do Rio Grande para o escoamento da produção, o que ajuda a reduzir custo logístico. Com o Código Estadual do Meio Ambiente também queremos reduzir a burocracia.
JC - A licença ambiental por compromisso...
Leite - Licenças por adesão de compromisso. Algumas atividades deixarão de ter necessidade de licenciamento, porém é importante dizer que nada com permissividade para a degradação ambiental, pelo contrário, com responsabilidade, mas sem virar a chave para que se deixe de investir. Com as reformas do Estado, para a redução do custo da máquina e com as privatizações, queremos um horizonte de redução de custos tributários.
JC - Em quanto tempo?
Leite - As alíquotas majoradas de ICMS (em insumos como eletricidade e gasolina) se encerram no final do ano que vem. Em 2021, a gente quer que a majoração de alíquotas ceda para um reequilíbrio da redistribuição dos custos de impostos do Estado, com redução de carga tributária. Claro que não dá para reduzir abruptamente, mas com uma logística melhorada, burocracia repensada e uma tributação mais simples apontando para uma redução de carga, queremos animar a economia, criando um novo ambiente de negócios.
JC - O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), Cláudio Bier, reivindicou um espaço maior para esse setor na Expointer. É possível?
Leite - Achamos pertinente e já começamos a abrir estudos sobre o que seria possível fazer, se haveria necessidade de um pavilhão ser deslocado. Isso necessitaria investimentos, mas o Simers está disposto a fazê-los junto conosco.
JC - Em 2020, o Parque de Exposições Assis Brasil completará 50 anos. Pensa-se em alguma ação para marcar esta data?
Leite - Queremos qualificar a gestão do parque, o aproveitamento do espaço, que abriga a Expointer, mas que, durante o ano, acaba sendo subutilizado. Queremos que a administração do parque renda mais para o Estado, para Esteio e para a Região Metropolitana. É interessante usar a data comemorativa de 50 anos para alavancá-lo.
JC - E o que poderia ser feito?
Leite - Isso vamos desenvolver com a prefeitura de Esteio. É bom para a população da região utilizar o parque como espaço de lazer. Temos que fazer esse alinhamento com outras instituições, porque, em função da Expointer, tem investimentos do Simers, da Farsul e de entidades que têm participação na gestão do parque. É complexo conseguir alinhar isso tudo, pois o parque é do governo do Estado, mas a gestão acaba sendo compartilhada. É um investimento de tempo que vale a pena.
JC - Na Expointer, a Frente Parlamentar em Defesa da Produção e Autossuficiência de Etanol defendeu incentivos para a produção de álcool no Estado. É possível apoiar esse setor?
Leite - É bastante interessante, a gente tem que discutir de que forma o Estado pode criar um ambiente mais favorável para essa cadeia ser desenvolvida. Há outras questões que podem ser viabilizadas, como o aproveitamento de dejetos de aves e da suinocultura que podem ser utilizados para a geração de energia. Tem uma série de rejeitos no agronegócio que podem virar fonte de energia, a queima da casca de arroz, por exemplo.
JC - E o reconhecimento do Estado como área livre de febre aftosa sem vacinação?
Leite - Já se tem a negociação com o Ministério da Agricultura. Já se identificaram inspetorias que precisam de investimentos para qualificar estruturas, porque a retirada da vacinação da aftosa depende de darmos a segurança de que, diante de qualquer episódio, o Estado consiga reagir rapidamente para não haver disseminação de qualquer problema. Estamos otimistas nessa condição, que agrega valor à nossa carne. O Paraná já está tomando medidas para se tornar livre de vacinação, e Santa Catarina já é livre.
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